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2 
 
Olá, alunos!
 
Sejam bem-vindos ao e-book das aulas relevantes! 
O presente E-book contém os conteúdos referentes as aulas 
relevantes do nosso curso. 
Qualquer dúvida a respeito da distribuição dos conteúdos, 
estaremos à disposição para auxiliá-los através da ferramenta 
“Pergunte ao professor”! 
 
Bons estudos, 
Abraços, Equipe Ceisc. 
 
3 
2ª FASE OAB | PENAL | 38º EXAME 
Direito Penal e 
Processual Penal 
SUMÁRIO 
 
 
Inquérito Policial 
1.1. Conceito ................................................................................................................. 9 
1.2. Persecução Penal................................................................................................... 9 
1.3. Natureza Jurídica do Inquérito Policial ................................................................... 9 
1.4. Espécies de Inquéritos ......................................................................................... 10 
1.5. Destinatários ......................................................................................................... 11 
1.6. Finalidade ............................................................................................................. 11 
1.7. Instauração do Inquérito Policial ........................................................................... 11 
1.8. Características ...................................................................................................... 14 
1.9. Prazo do Inquérito Policial .................................................................................... 18 
1.9.1. Prazos especiais................................................................................................ 19 
1.9.2. Prazo máximo para instauração ........................................................................ 19 
1.10. Vícios no Inquérito Policial .................................................................................. 20 
1.11. Procedimentos .................................................................................................... 20 
1.12. Indiciamento ....................................................................................................... 23 
1.13. Encerramento do Inquérito Policial ..................................................................... 23 
1.13.1. Procedimentos no encerramento ..................................................................... 24 
1.14. Exercícios para resolver após a aula .................................................................. 28 
4 
Extinção da punibilidade 
2.1. Introdução ............................................................................................................. 30 
2.2. Causas extintivas da punibilidade previstas no art. 107 do CP ............................ 30 
2.3. Causas de extinção de punibilidade do art. 107 do CP ........................................ 31 
2.3.1.Morte do agente.................................................................................................. 31 
2.3.2.Da anistia, graça e indulto .................................................................................. 32 
2.3.4.Prescrição, decadência e perempção ................................................................. 34 
2.3.4.1.Decadência ...................................................................................................... 34 
2.3.4.2.Perempção ...................................................................................................... 35 
2.3.5.Da renúncia ao direito de queixa ou perdão ....................................................... 36 
2.3.5.1.Renúncia ao direito de queixa ......................................................................... 36 
2.3.5.2.Perdão do ofendido ......................................................................................... 37 
2.3.6.Da retratação do agente ..................................................................................... 38 
2.3.7.Perdão judicial .................................................................................................... 39 
2.3.7.1.Conceito .......................................................................................................... 39 
2.3.7.2.Natureza jurídica.............................................................................................. 39 
2.3.7.3.Extensão .......................................................................................................... 40 
2.4.Exercícios para resolver após a aula ..................................................................... 42 
Crimes omissivos 
3.1. Considerações gerais ........................................................................................... 46 
3.2. Crimes omissivos próprios .................................................................................... 46 
3.3. Crimes omissivos impróprios ou comissivos por omissão .................................... 47 
3.3.1 Introdução ........................................................................................................... 47 
3.3.2 Pressupostos ...................................................................................................... 47 
3.3.3. Hipóteses do dever de agir para evitar o resultado ........................................... 48 
Nexo de causalidade 
4.1. Conceito ............................................................................................................... 52 
5 
4.2. Espécies ............................................................................................................... 52 
4.2.1 Causas absolutamente independentes ............................................................... 52 
4.2.2. Consequências das causas absolutamente independentes .............................. 55 
4.2.3. Causas relativamente independentes ................................................................ 55 
4.2.4. Efeitos das causas relativamente independentes .............................................. 60 
4.2.5. Efeitos das causas supervenientes que se encontram dentro da linha do 
desdobramento da conduta ......................................................................................... 62 
4.3. Exercícios para resolver após a aula .................................................................... 62 
Descriminantes Putativas 
5.1. Introdução ............................................................................................................. 65 
5.2. Espécies ............................................................................................................... 65 
5.3. Consequências ..................................................................................................... 68 
5.4. Síntese ................................................................................................................. 69 
5.5. Exercícios para resolver após a aula .................................................................... 71 
Cadeia de Custódia 
6.1. Da prova ............................................................................................................... 72 
6.2. Do exame de corpo de delito, da cadeia de custódia e das perícias em geral ..... 72 
Queixa-crime subsidiária 
7.1. Cabimento ............................................................................................................ 79 
7.2. Identificação ......................................................................................................... 79 
7.3. Base legal ............................................................................................................. 80 
7.4. Prazo .................................................................................................................... 80 
7.5. Requisitos da queixa-crime subsidiária – art. 41 do CPP ..................................... 80 
7.6. Procuração compoderes especiais ...................................................................... 81 
7.7. Valor indenizatório mínimo ................................................................................... 81 
7.9. Peça resolvida ...................................................................................................... 84 
6 
Razões de Apelação 
8.1. Introdução ............................................................................................................. 89 
8.2. Identificação ......................................................................................................... 89 
8.3. Base legal ............................................................................................................. 90 
8.4. Prazo .................................................................................................................... 90 
8.5. Conteúdo .............................................................................................................. 91 
8.6. Pedido .................................................................................................................. 91 
8.7. Estrutura ............................................................................................................... 92 
8.8. Peça resolvida ...................................................................................................... 97 
Contrarrazões de Recurso em Sentido Estrito 
9.1. Introdução ........................................................................................................... 104 
9.2. Identificação ....................................................................................................... 104 
9.3. Base legal ........................................................................................................... 105 
9.4. Prazo .................................................................................................................. 105 
9.5. Conteúdo ............................................................................................................ 105 
9.6. Pedido ................................................................................................................ 105 
9.7. Estrutura ............................................................................................................. 105 
9.8. Peça resolvida .................................................................................................... 108 
Contrarrazões de Agravo em Execução 
10.1. Introdução ......................................................................................................... 113 
10.2. Identificação ..................................................................................................... 113 
10.3. Base legal ......................................................................................................... 113 
10.4. Prazo ................................................................................................................ 113 
10.5. Conteúdo .......................................................................................................... 114 
10.6. Pedido .............................................................................................................. 114 
10.7. Estrutura ........................................................................................................... 114 
10.8. Peça resolvida .................................................................................................. 117 
7 
Recurso Especial 
11.2. Identificação ..................................................................................................... 125 
11.3. Base legal ......................................................................................................... 125 
11.4. Cabimento/conteúdo ......................................................................................... 126 
11.5. Prazo, interposição e processamento ............................................................... 127 
11.6. Prequestionamento........................................................................................... 127 
11.7. Demonstração da relevância das questões de direito federal infraconstitucional128 
11.8. Estruturação do Recurso Especial.................................................................... 128 
11.9. Peça resolvida .................................................................................................. 132 
Recurso Extraordinário 
12.1. Introdução ......................................................................................................... 137 
12.2. Identificação ..................................................................................................... 137 
12.3. Base legal ......................................................................................................... 138 
12.4. Prazo e interposição ......................................................................................... 138 
12.5. Cabimento/Conteúdo ........................................................................................ 139 
12.6. Prequestionamento........................................................................................... 139 
12.7. Repercussão geral das questões constitucionais ............................................. 140 
12.8. Estruturação do Recurso Extraordinário .......................................................... 140 
Carta testemunhável 
13.1. Conceito ........................................................................................................... 145 
13.2. Base legal ......................................................................................................... 145 
13.3. Identificação ..................................................................................................... 145 
13.4. Cabimento/conteúdo ......................................................................................... 146 
13.5. Processamento ................................................................................................. 146 
13.6. Prazo ................................................................................................................ 146 
13.7. Possibilidade de analisar o mérito do recurso denegado – ART. 644 do CPP . 147 
13.8. Estruturação da Carta Testemunhável ............................................................. 147 
13.9. Peça resolvida .................................................................................................. 151 
8 
13.10. Exercícios para resolver após a aula .............................................................. 156 
Mandado de Segurança Criminal 
14.1. Conceito ........................................................................................................... 157 
14.2. Identificação ..................................................................................................... 157 
14.3. Base Legal ........................................................................................................ 158 
14.4. Prazo ................................................................................................................ 158 
14.5. Legitimidade ativa e passiva ............................................................................. 158 
14.6. Competência .................................................................................................... 159 
14.7. Estrutura ........................................................................................................... 159 
14.8. Peça resolvida .................................................................................................. 162 
 
Olá, aluno(a). Este material de apoio foi organizado com base nas aulas do curso preparatório para a 2ª 
Fase do 38º Exame da OAB e deve ser utilizado como um roteiro para as respectivas aulas. Além disso, 
recomenda-se que o aluno assista asaulas acompanhado da legislação pertinente. 
 
Bons estudos, Equipe Ceisc. 
Atualizado em julho de 2023 
 
9 
Inquérito Policial 
 
Prof. Mauro Stürmer 
@prof.maurosturmer 
1.1. Conceito 
O processo penal não serve apenas para que o Estado aplique o seu direito de punir, mas 
também para que o indivíduo possa defender-se deste Estado. 
O inquérito policial é um procedimento administrativo, preparatório e inquisitivo, presidido 
pela autoridade policial, que tem por finalidade reunir elementos necessários à apuração da 
prática de uma infração penal e sua autoria, a fim de propiciar a propositura da denúncia ou 
queixa. 
1.2. Persecução Penal 
O caminho a ser percorrido pelo Estado para exercer seu direito de punir: 
1ª etapa – extraprocessual – inquisitiva – inquérito. 
2ª etapa – judicial – contraditória – processo. 
 
1.3. Natureza Jurídica do Inquérito Policial 
O que é natureza Jurídica? (o que é isso para o direito). 
É um procedimento administrativo – não é processo, pois não se constitui de uma 
relação trilateral (delegado – parte A, parte B contraria – contraditório e ampla defesa), por 
isso se fala em investigado, que pode ser o objeto de uma investigação. 
Cuidado: isso não permite ao delegado desrespeitar direitos e garantias fundamentais 
compatíveis com o procedimento. 
 
10 
1.4. Espécies de Inquéritos 
→ Policiais: Inquérito Policial; Delegados de Polícia de Carreira – PC ou PF; 
→ Não Policiais: Inquéritos Parlamentares – Súmula 397 do STF (Crime ocorrido na 
CD ou SF); Inquéritos Presididos por Autoridades Judiciárias ou do MP; Inquérito 
civil - MP; Inquéritos Policiais Militares – IPM. 
 
Art. 4º - CPP - A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no 
território de suas respectivas circunscrições e terá por fim a apuração das 
infrações penais e da sua autoria. 
Parágrafo único: A competência definida neste artigo não excluirá a de 
autoridades administrativas, a quem por lei seja cometida a mesma função. 
 
 
INVESTIGAÇÃO PELO MINISTÉRIO PÚBLICO – Possibilidade
 
“O Ministério Público dispõe de competência para promover, por autoridade própria, e por 
prazo razoável, investigações de natureza penal, desde que respeitados os direitos e 
garantias que assistem a qualquer indiciado ou a qualquer pessoa sob investigação do Estado, 
observadas, sempre, por seus agentes, as hipóteses de reserva constitucional de jurisdição 
e, também, as prerrogativas profissionais de que se acham investidos, em nosso País, os 
Advogados (Lei 8.906/94, artigo 7º, notadamente os incisos I, II, III, XI, XIII, XIV e XIX), sem 
prejuízo da possibilidade – sempre presente no Estado democrático de Direito – do 
permanente controle jurisdicional dos atos, necessariamente documentados (Súmula 
Vinculante 14), praticados pelos membros dessa instituição”. 
 
STF. Plenário. RE 593727/MG, red. p/ o acórdão Min. Gilmar Mendes, julgado em 14/5/2015. 
11 
1.5. Destinatários 
1.6. Finalidade 
Fornecer elementos de convicção para que o titular da ação penal (Ministério Público ou 
Ofendido) ingresse em juízo. 
 
1.7. Instauração do Inquérito Policial 
 
Art. 5o: Nos crimes de ação pública (incondicionada) o inquérito policial será iniciado: 
I - de ofício; 
II - mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou a 
requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo. 
§ 1o O requerimento a que se refere o no II conterá sempre que possível: 
a) a narração do fato, com todas as circunstâncias; 
b) a individualização do indiciado ou seus sinais característicos e as razões de 
convicção ou de presunção de ser ele o autor da infração, ou nomeação das 
testemunhas motivos de impossibilidade de o fazer; 
c) a, com indicação de sua profissão e residência. 
 
 
 
Destinatários 
Imediatos 
Mediatos 
MP (Ação Penal Pública) 
Ofendido ou 
Representante legal 
(Ação Penal Privada) 
Juiz – para 
fundamentar decisões 
cautelares (prisão 
preventiva, busca e 
apreensão, etc...) 
12 
 
 
§ 2o Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito caberá recurso 
para o chefe de Polícia. 
§ 3o Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração penal 
em que caiba ação pública poderá, verbalmente ou por escrito, comunicá-la à autoridade 
policial, e esta, verificada a procedência das informações, mandará instaurar inquérito. 
§ 4o O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação 
(condicionada a representação), não poderá sem ela ser iniciado. 
§ 5o Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder a 
inquérito a requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la. 
 
 
A) Ação Penal Pública Incondicionada 
→ De ofício – a autoridade inicia o Inquérito Policial sem a necessidade de que alguém o 
informe, toma conhecimento da infração sem a necessidade da ação penal, a peça inaugural 
é uma portaria e se trata de uma cognição imediata. 
→ Requisição – do juiz ou do Ministério Público – o delegado age provocado pelo juiz ou 
pelo Ministério Público – a peça inaugural pode ser a própria requisição, ou pode ser uma 
portaria, faz em cima da requisição uma portaria, é uma cognição mediata. 
Importante saber para os casos de HC. Autoridade Coatora. 
→ Requerimento da vítima ou do seu representante legal – Art. 5º, inciso II, do 
CPP. A peça inaugural pode ser a petição da vítima, ou o delegado inaugura por portaria, 
trata-se de uma cognição mediata. 
 
Art. 5º, § 1º, CPP: O requerimento a que se refere o no II conterá sempre que possível: 
a) a narração do fato, com todas as circunstâncias; 
b) a individualização do indiciado ou seus sinais característicos e as razões de 
convicção ou de presunção de ser ele o autor da infração, ou nomeação das 
testemunhas motivos de impossibilidade de o fazer; 
c) a, com indicação de sua profissão e residência. 
§ 2o Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito caberá recurso 
para o chefe de Polícia. 
 
→ Flagrante – pode ser instaurado mediante prisão em flagrante. A peça inaugural 
auto de prisão em flagrante, trata-se de uma cognição coercitiva. 
→ Notícia formulada por qualquer do povo – Art. 5º, § 3º, do CPP. 
 
13 
§3º Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de 
infração penal em que caiba ação pública poderá, verbalmente ou por 
escrito, comunicá-la à autoridade policial, e esta, verificada a procedência das 
informações, mandará instaurar inquérito. 
 
 
A notícia pode ser anônima? 
Notícia anônima pode fundamentar a instauração de Inquérito Policial, desde que apurado 
preliminarmente a viabilidade da notícia, investigado antes, realizado rápida diligência para 
verificar a veracidade da notícia e, se procedente, elabora portaria e instaura o Inquérito 
Policial. 
 
B) Ação Penal Pública Condicionada: Art. 5º, §4º, do CP 
 
§ 4o O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação (Ação 
Penal Pública Condicionada), não poderá sem ela ser iniciado. 
 
C) Ação Penal de Iniciativa Privada: Art. 5º, §5º, do CPP 
 
§ 5o Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder a 
inquérito a requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la. 
 
 
14 
1.8. Características 
 
 
a) Instrumental: o Inquérito Policial tem por finalidade apurar a materialidade da infração 
penal e indícios da autoria; 
b) Obrigatório: havendo justa causa, o delegado não pode deixar de instaurar o 
procedimento investigatório, a autoridade não pode deixar de instaurar: 
 
 
 
Características
Instrumental
Obrigatório
Discricionário
Dispensável
Informativo
Escrito
Sigiloso
Inquisitivo
Indisponível
Temporário
15 
Art. 5º: Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado: 
§ 2º Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito caberá recurso 
para o chefe de Polícia. 
 
c) Discricionário: os atos de investigação são da análiseexclusiva da autoridade policial, 
que estudará sua conveniência e oportunidade; a discricionariedade diz respeito às 
diligências: 
Art. 14: O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão requerer qualquer 
diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade. 
 
Cuidado: no caso de o crime deixar vestígios (não-transeunte) o ECDL será obrigatório. 
d) Dispensável: se o titular da ação penal tiver provas da materialidade e indícios da 
autoria por outro meio, o Inquérito Policial é dispensável: 
Art. 39, § 5o: O órgão do Ministério Público dispensará o inquérito, se com a representação 
forem oferecidos elementos que o habilitem a promover a ação penal, e, neste caso, 
oferecerá a denúncia no prazo de 15 dias. 
 
e) Informativo: os elementos colhidos no IP servirão apenas para subsidiar a ação penal: 
Art. 155: O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em 
contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos 
elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não 
repetíveis e antecipadas. 
 
Exclusivamente com base no Inquérito Policial não cabe condenação, mas junto com 
outras provas cabe – Art. 155 do CPP – o Inquérito Policial não pode ser a única fonte para a 
condenação. 
f) Escrito: Art. 9o: Todas as peças do inquérito policial serão, num só processado, 
reduzidas a escrito ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade. 
g) Sigiloso: Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à 
elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade. 
 
 
16 
Não é sigiloso para: 
1) Juiz; 
2) Ministério Público: pode acompanhar o inquérito e ser o mesmo promotor na ação 
penal – Súmula 234 STJ. 
Súmula 234: A participação de membro do ministério público na fase investigatória 
criminal não acarreta o seu impedimento ou suspeição para o oferecimento da denúncia. 
3) Advogado: Art. 7º, inciso XIV, do EOAB e Súmula Vinculante 14. 
 
Art. 7 XXI (EAOB): assistir a seus clientes investigados durante a apuração de infrações, 
sob pena de nulidade absoluta do respectivo interrogatório ou depoimento e, 
subsequentemente, de todos os elementos investigatórios e probatórios dele decorrentes 
ou derivados, direta ou indiretamente, podendo, inclusive, no curso da respectiva 
apuração: 
a) apresentar razões e quesitos; (perguntas...) 
Art. 7, XIV da Lei 8.906/94 (EOAB): examinar, em qualquer instituição responsável por 
conduzir investigação, mesmo sem procuração, autos de flagrante e de investigações de 
qualquer natureza, findos ou em andamento, ainda que conclusos à autoridade, podendo 
copiar peças e tomar apontamentos, em meio físico ou digital; 
 
Súmula Vinculante 14: É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso 
amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório 
realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do 
direito de defesa. 
 
É direito do advogado de acompanhar e auxiliar seu cliente durante o interrogatório ou 
depoimento no curso da investigação 
 
 
 
 
 
 
17 
• Direito do advogado de examinar os autos de investigação 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Art. 7º, § 11 d 
o EOAB: No caso previsto no inciso XIV, a autoridade competente poderá delimitar o 
acesso do advogado aos elementos de prova relacionados a diligências em andamento e 
ainda não documentados nos autos, quando houver risco de comprometimento da 
eficiência, da eficácia ou da finalidade das diligências. 
Art. 7º, § 12 do EOAB: A inobservância aos direitos estabelecidos no inciso XIV, o 
fornecimento incompleto de autos ou o fornecimento de autos em que houve a retirada de 
peças já incluídas no caderno investigativo implicará responsabilização criminal e 
funcional por abuso de autoridade do responsável que impedir o acesso do 
advogado com o intuito de prejudicar o exercício da defesa, sem prejuízo do direito 
subjetivo do advogado de requerer acesso aos autos ao juiz competente. 
 
Estatuto da OAB (Lei nº 8.906/94) 
ANTES AGORA 
 
Art. 7º São direitos do 
advogado: 
(...) 
XIV – examinar em 
qualquer repartição policial, 
mesmo sem procuração, autos 
de flagrante e de inquérito, 
findos ou em andamento, ainda 
que conclusos à autoridade 
podendo copiar peças e tomar 
apontamentos; 
 
Art. 7º São direitos do 
advogado: 
(...) 
XIV – examinar, em 
qualquer instituição 
responsável por conduzir 
investigação, mesmo sem 
procuração, autos de flagrante 
e de investigações de 
qualquer natureza, findos ou 
em andamento, ainda que 
conclusos à autoridade, 
podendo copiar peças e tomar 
apontamentos, em meio físico 
ou digital. 
18 
 
A nova legislação trouxe a necessidade de o advogado estar presente no Inquérito 
Policial? 
Não. É pacífico o entendimento do Superior Tribunal de Justiça no sentido de que o 
inquérito policial é procedimento inquisitivo e não sujeito ao contraditório, razão pela qual a 
realização de interrogatório sem a presença de advogado não é causa de nulidade. (...) STJ. 
6ª Turma. HC 139.412/SC. 
É possível alegar suspeição do Delegado que preside um Inquérito Policial? 
Não. Art. 107 do CPP: Não se poderá opor suspeição às autoridades policiais nos atos 
do inquérito, mas deverão elas declarar-se suspeitas, quando ocorrer motivo legal. 
 
h) Inquisitivo: não havendo acusado, mas somente suspeito, não se aplica ao 
Inquérito Policial o contraditório e a ampla defesa. 
i) Indisponível: Art. 17 do CPP: A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos 
de inquérito. 
j) Temporário: é uma garantia constitucional. Art. 5º, inciso LXXVIII, da CF/88 – duração 
razoável do processo. 
Art. 5º, inciso LXXVIII: a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do 
processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. 
 
O Inquérito Policial, estando o investigado solto, pode ser prorrogável enquanto for 
necessário, devendo se comprovar a justa necessidade em cada prorrogação. 
1.9. Prazo do Inquérito Policial 
Regra geral: 
Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em 
flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do 
dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, 
mediante fiança ou sem ela. 
 
19 
 
§ 3º Quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiver solto, a autoridade poderá 
requerer ao juiz a devolução dos autos, para ulteriores diligências, que serão realizadas 
no prazo marcado pelo juiz.
 
Indiciado preso – 10 dias. Improrrogável 
Indiciado solto – 30 dias. Prorrogável 
1.9.1. Prazos especiais 
Lei nº 5.010/66: prazo de conclusão do Inquérito Policial na Justiça Federal – Art. 66: 
• Indiciado preso: 15 dias, prorrogáveis por mais 15 dias; 
Segundo o artigo 66, o preso deverá ser apresentado ao Juiz para a prorrogação. 
• Indiciado solto: 30 dias, prorrogáveis a critério do juiz – segue o Código de Processo 
Penal. 
 
Lei 11.343/06 – lei de drogas: 
• Indiciado preso: 30 dias, prorrogáveis por mais 30 dias; 
• Indiciado solto – 90 dias, prorrogáveis por mais 90 dias. 
 
1.9.2. Prazo máximo para instauração 
 
Art. 13-B. Se necessário à prevenção e à repressão dos crimes relacionados ao tráfico de 
pessoas, o membro do Ministério Público ou o delegado de polícia poderão requisitar, 
mediante autorização judicial, às empresas prestadoras de serviço de telecomunicações 
e/ou telemática que disponibilizem imediatamente os meios técnicos adequados – como 
sinais, informações e outros – que permitam a localização da vítima ou dos suspeitos do 
delito em curso. 
§ 3º Na hipótese prevista neste artigo, o inquérito policial deverá ser instaurado no prazo 
máximo de 72 (setenta e duas) horas, contado do registro da respectiva ocorrênciapolicial. 
20 
1.10. Vícios no Inquérito Policial 
Não sendo o Inquérito Policial um ato do Poder Judiciário, mas sim um procedimento 
administrativo, os vícios que existam nesta fase da persecução penal não acarretam 
nulidade processual. 
 
Cuidado: a irregularidade poderá, entretanto, acarretar a invalidade de um ato. É o que 
ocorre com a prisão em flagrante irregular etc. 
1.11. Procedimentos 
Conforme previsão do art. 6º do CPP: 
Art. 6º Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial 
deverá: 
I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação 
das coisas, até a chegada dos peritos criminais; 
II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos 
criminais; 
III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas 
circunstâncias; 
IV - ouvir o ofendido; 
V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo III 
do Título VII, deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por duas testemunhas 
que Ihe tenham ouvido a leitura; 
VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações; VII - determinar, se 
for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras perícias; 
VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e 
fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes; 
IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e 
social, sua condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e 
durante ele, e quaisquer outros elementos que contribuírem para a apreciação do seu 
temperamento e caráter. 
 
• Observações quanto aos procedimentos: 
a) Local dos fatos: Exceção – Lei nº 5.970/73 – no seu artigo 1º, diz que no caso de 
acidente de trânsito, que esteja colocando em perigo pessoas ou atrapalhando o trânsito, 
não precisa manter o estado de conservação; 
 
 
21 
b) O interrogatório policial, primeiro, se houver defensor, é possível entrevista 
reservada, mas no interrogatório policial é dispensável a presença do defensor (prerrogativa 
do advogado); primeiro o delegado pergunta sobre o suspeito, depois pergunta sobre o fato, 
mas não há contraditório, não existe reperguntas, pois o Inquérito Policial é inquisitivo; 
tem delegado que autoriza as reperguntas; 
c) Acusado menor de 21 anos, no interrogatório judicial não precisa de curador, porque 
a Lei nº 10.792/03 aboliu a figura do curador no interrogatório judicial (aboliu porque a 
presença do advogado mostra que é totalmente dispensável, pois faz às vezes de curador); 
no Inquérito Policial, artigo 15 do Código de Processo Penal prevê que precisa de 
curador, mas este artigo foi implicitamente revogado pelo Código Civil/02, não sendo 
mais preciso de curador: “Art. 15. Se o indiciado for menor, ser-lhe-á nomeado curador pela 
autoridade policial. (implicitamente revogado pelo CC/02)”; 
d) Identificação criminal: Parece que todo o indiciado deve “tocar piano”, mas não é 
assim, mudou com a Constituição Federal/88. Até a Constituição Federal/88 – o artigo 6º, 
inciso VIII, do Código de Processo Penal – qualquer indiciado tocava piano; com a 
Constituição Federal/88, no artigo 5º, inciso LVIII – diz que: “o civilmente identificado não será 
submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei”. Previu como regra a 
identificação civil, sendo a exceção a identificação datiloscópica; casos expressos em lei – Lei 
nº 12.037/09. Com a Constituição Federal/88 a regra é a identificação civil, por 
documento hábil; a exceção é a identificação datiloscópica. 
 
Atenção: novo inciso no artigo 6º do CPP: 
X - Colher informações sobre a existência de filhos, respectivas idades e se possuem alguma 
deficiência e o nome e o contato de eventual responsável pelos cuidados dos filhos, indicado 
pela pessoa presa. 
22 
e) Reprodução simulada dos fatos, (reconstituição) – art. 7º, CPP 
Previsão legal: 
Art. 7º, CPP: Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de 
determinado modo, a autoridade policial poderá (discricionariedade) proceder à 
reprodução simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a ordem 
pública. 
Não pode realizar o expediente se contrariar a moral (exemplo: reconstituição de 
estupro) e a ordem pública (exemplo: reconstituição de um acidente de avião – quer que 
dois aviões se choquem no ar), é a reconstituição que coloque em perigo a sociedade; 
Importante: 
O suspeito não é obrigado a participar do ato de reconstituição, quer dizer tomar 
parte no ato, produzindo prova contra si mesmo. 
Novidade Legislativa: Art. 13, CPP: 
 
Art. 13-A: Nos crimes previstos nos arts. 148, 149 e 149-A, no § 3º do art. 158 e no art. 
159 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), e no art. 239 da 
Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), o membro 
do Ministério Público ou o delegado de polícia poderá requisitar, de quaisquer órgãos do 
poder público ou de empresas da iniciativa privada, dados e informações cadastrais da 
vítima ou de suspeitos. 
Parágrafo único. A requisição, que será atendida no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, 
conterá: 
I - o nome da autoridade requisitante; 
II - o número do inquérito policial; e 
III - a identificação da unidade de polícia judiciária responsável pela investigação. 
 
Art. 13-B: Se necessário à prevenção e à repressão dos crimes relacionados ao tráfico de 
pessoas, o membro do Ministério Público ou o delegado de polícia poderão requisitar, 
mediante autorização judicial, às empresas prestadoras de serviço de telecomunicações 
e/ou telemática que disponibilizem imediatamente os meios técnicos adequados – como 
sinais, informações e outros – que permitam a localização da vítima ou dos suspeitos do 
delito em curso. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) 
 
§ 1o: Para os efeitos deste artigo, sinal significa posicionamento da estação de cobertura, 
setorização e intensidade de radiofrequência. 
 
§ 2o: Na hipótese de que trata o caput, o sinal: 
I - não permitirá acesso ao conteúdo da comunicação de qualquer natureza, que 
dependerá de autorização judicial, conforme disposto em lei; 
II - deverá ser fornecido pela prestadora de telefonia móvel celular por período não superior 
a 30 (trinta) dias, renovável por uma única vez, por igual período; 
III - para períodos superiores àquele de que trata o inciso II, será necessária a 
apresentação de ordem judicial. 
 
 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8069.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8069.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8069.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8069.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13344.htm
23 
 
§ 3o: Na hipótese prevista neste artigo, o inquérito policial deverá ser instaurado no prazo 
máximo de 72 (setenta e duas) horas, contado do registro da respectiva ocorrência 
policial. 
 
§ 4º: Não havendo manifestação judicial no prazo de 12 (doze) horas, a autoridade 
competente requisitará às empresas prestadoras de serviço de telecomunicações 
e/ou telemática que disponibilizem imediatamente os meios técnicos adequados – 
como sinais, informações e outros – que permitam a localização da vítima ou dos 
suspeitos do delito em curso, com imediata comunicação ao juiz. 
 
 
1.12. Indiciamento 
Conceito: é o atopelo qual o delegado atribui a alguém a prática de uma infração 
penal, baseado em indícios da autoria e prova da materialidade. 
 
 Lei 12.830/13: 
 
Art. 2, § 6o: O indiciamento, privativo do delegado de polícia, dar-se-á por ato fundamentado, 
mediante análise técnico-jurídica do fato, que deverá indicar a autoria, materialidade e 
suas circunstâncias. 
 
 
STF. 2ª Turma. HC 115015/SP, rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 27/8/2013 (Info 717). 
O indiciamento é ato privativo da autoridade policial, segundo sua análise técnico-
jurídica do fato. O juiz não pode determinar que o Delegado de Polícia faça o 
indiciamento de alguém. 
1.13. Encerramento do Inquérito Policial 
Previsão legal: 
Art. 10, §1º: A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apurado e enviará autos 
ao juiz competente. 
 
§ 2º: No relatório poderá a autoridade indicar testemunhas que não tiverem 
sido inquiridas, mencionando o lugar onde possam ser encontradas. 
 
24 
O Inquérito Policial encerra com a apresentação de minucioso relatório, faz um resumo 
do que foi feito. 
Se o relatório não foi feito? 
Não gera a nulidade, é mera irregularidade. 
 
O Inquérito Policial é, então, encaminhado para o juiz competente. 
O juiz deve verificar se a caso de Ação Penal de Iniciativa Pública ou Ação Penal de 
Iniciativa Privada – Art. 19 do CPP – se for ação penal privada fica aguardando o requerente, 
se for ação penal pública é remetido ao Ministério Público. 
 
Art. 19: Nos crimes em que não couber ação pública, os autos do inquérito serão remetidos 
ao juízo competente, onde aguardarão a iniciativa do ofendido ou de seu representante legal, 
ou serão entregues ao requerente, se o pedir, mediante traslado. 
 
 
1.13.1. Procedimentos no encerramento 
Ao receber os autos o Juiz (poder judiciário) deve: 
1) No caso de ação penal pública, encaminhar os autos ao Ministério Público; 
2) Ação Penal Privada (art. 19, CPP), deixar os autos em cartório aguardando 
manifestação. 
O Ministério Público ao receber os autos do Inquérito Policial deve: 
1) Requerer diligências: “Art. 16. O Ministério Público não poderá requerer a devolução do 
inquérito à autoridade policial, senão para novas diligências, imprescindíveis ao oferecimento 
da denúncia.” 
2) Oferecer a denúncia (peça que inaugura a ação penal pública); 
 
 
25 
3) Requer o arquivamento; 
4) Alegar ausência de atribuição (Ministério Público) ou competência (Juízo). 
 
• Pacote Anticrime (ainda suspenso por decisão do STF): 
 
Art. 28: Ordenado o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer elementos 
informativos da mesma natureza, o órgão do Ministério Público comunicará à vítima, ao 
investigado e à autoridade policial e encaminhará os autos para a instância de revisão 
ministerial para fins de homologação, na forma da lei. 
§ 1º: Se a vítima, ou seu representante legal, não concordar com o arquivamento do 
inquérito policial, poderá, no prazo de 30 (trinta) dias do recebimento da comunicação, 
submeter a matéria à revisão da instância competente do órgão ministerial, conforme 
dispuser a respectiva lei orgânica. 
§ 2º: Nas ações penais relativas a crimes praticados em detrimento da União, Estados e 
Municípios, a revisão do arquivamento do inquérito policial poderá ser provocada pela 
chefia do órgão a quem couber a sua representação judicial.
 
O STF (Min. Luiz Fux) suspendeu o trecho que modificou o Artigo 28 do Código de Processo 
Penal (CPP) e estabeleceu regras para o arquivamento de inquéritos policiais. Com a norma, 
o Ministério Público (MP) deveria comunicar a vítima, o investigado e a polícia no caso de 
arquivamento do inquérito, além de encaminhar os "autos para a instância de revisão 
ministerial para fins de homologação, na forma da lei". Para Fux, a medida desconsiderou 
os impactos financeiros no âmbito do MP em todo o país. 
Arquivamento na antiga redação do CPP, mas ainda aplicada em face da suspensão do 
STF: 
Quem pode arquivar? Somente o Juiz. 
 
Se o Juiz não concordar com o pedido de arquivamento do MP? Neste caso o magistrado 
lança mão do artigo 28 do Código de Processo Penal, a saber: 
 
 
 
26 
Art. 28: Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o 
arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso 
de considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de 
informação ao procurador-geral, e este oferecerá a denúncia, designará outro órgão do 
Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então 
estará o juiz obrigado a atender. 
 
Entendendo o artigo 28 do Código de Processo Penal: No caso de o Juiz discordar ele 
encaminha os autos ao PGJ (Chefia do Ministério Público). 
 
Justiça Estadual: O PGJ poderá adotar três procedimentos: 
1) Concordar com o Juiz e ele mesmo oferecer a denúncia; 
2) Designar outro representante do Ministério Público para oferecê-la (não pode ser o 
mesmo que pediu o arquivamento); 
3) Discordar do Juiz (concordando ser caso de arquivamento). Nesta situação o MM é 
obrigado a arquivar. 
• Desarquivamento do Inquérito Policial 
Fundamento legal: 
Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por 
falta de base para a denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, 
se de outras provas tiver notícia
27 
Motivo do ARQUIVAMENTO: Pode ser DESARQUIVADO? 
1) Insuficiência de provas 
Sim (súmula 524/STF). Arquivado o 
inquérito policial, por despacho do juiz, a 
requerimento do promotor de justiça, não 
pode a ação penal ser iniciada sem 
novas provas. 
2) Ausência de pressuposto processual 
ou de condição da ação penal 
Sim 
3) Falta de justa causa para a ação 
penal (não há indícios de autoria ou 
prova da materialidade) 
Sim 
4) Atipicidade (fato narrado não é crime) Não 
5) Existência manifesta de causa 
excludente de ilicitude 
STJ – Não (REsp 791471/RJ) 
STF – Sim (HC 125101/SP)
6) Existência manifesta de causa 
excludente de culpabilidade 
Não – posição doutrinária 
7) Existência manifesta de causa 
extintiva da punibilidade 
Não (STJ, HC 307.562/RS) e (STF, Pet 
3943) Exceção: certidão de óbito falsa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
Decisão do STF: 
O arquivamento de inquérito policial por excludente de ilicitude realizado com base em 
provas fraudadas não faz coisa julgada material. 
STF. Plenário. HC 87395/PR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 23/03/2017 (Info 
858). 
Observação 1: o STF entende que o inquérito policial arquivado por excludente de ilicitude 
pode ser reaberto mesmo que não tenha sido baseado em provas fraudadas. Se for com 
provas fraudadas, como no caso acima, com maior razão pode ser feito o desarquivamento. 
Observação 2: ao contrário do STF, o STJ entende que o arquivamento do inquérito policial 
baseado em excludente de ilicitude produz coisa julgada material e, portanto, não pode ser 
reaberto. Nesse sentido: STJ. 6ª Turma. RHC 46.666/MS, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, 
julgado em 05/02/2015. 
 
 
1.14. Exercícios para resolver após a aula 
1) QUESTÃO 2 – V EXAME 
Joaquina, ao chegar à casa de sua filha, Esmeralda, deparou-se com seu genro, Adaílton, 
mantendo relações sexuais com sua neta, a menor F.M., de 12 anos de idade, fato ocorrido 
no dia 2 de janeiro de 2011. Transtornada com a situação, Joaquina foi à delegacia de polícia, 
onde registrou ocorrência do fato criminoso. Ao término do Inquérito Policial instaurado para 
apurar os fatos narrados, descobriu-se que Adaílton vinha mantendo relações sexuais com a 
referida menor desde novembro de 2010. Apurou-se, ainda, que Esmeralda, mãe de F.M., 
sabia de toda a situação e, apesar de ficar enojada, não comunicava o fato à polícia com 
receio de perder o marido que muito amava. 
Na condição de advogado(a) consultado(a) por Joaquina, avó da menor, responda aos 
itensa seguir, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação 
legal pertinente ao caso. 
A) Adaílton praticou crime? Em caso afirmativo, qual? (Valor: 0,3) 
B) Esmeralda praticou crime? Em caso afirmativo, qual? (Valor: 0,5) 
29 
C) Considerando que o Inquérito Policial já foi finalizado, deve a avó da menor oferecer 
queixa-crime? (Valor: 0,45) 
Obs.: o examinando deve fundamentar suas respostas. A mera citação do dispositivo legal 
não confere pontuação. 
 
Acesse aqui o e-book com o padrão de respostas: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://adm.ceisc.com.br/ceisc_arquivos/8EFftIRYJ4MBIQW1kWTms9LyBrmRrxayE1ADuLXy.pdf/E-book:%20Padr%C3%A3o%20de%20respostas%20quest%C3%B5es%20Imprescind%C3%ADveis,%20Muito%20relevantes%20e%20Relevantes
30 
Extinção da punibilidade 
 
Prof. Nidal Ahmad 
@prof.nidal 
2.1. Introdução 
Com a prática da infração penal, surge para o Estado o direito de punir o responsável, 
incidindo a possibilidade jurídica de o Estado impor uma sanção penal ao responsável pela 
prática do crime ou contravenção penal. 
Vê-se, pois, que a punibilidade não constitui elemento do crime, mas a possibilidade 
jurídica de o Estado aplicar uma sanção penal ao responsável pela prática da infração penal, 
sendo, assim, consequência. 
Nesse contexto, as causas de extinção da punibilidade, em geral, não eliminam o crime, 
mas inviabilizam que o Estado possa exercer poder punitivo. Em outras palavras, embora 
permaneçam hígidos os elementos do crime, consistentes na tipicidade, ilicitude e 
culpabilidade, o Estado não mais poderá punir o agente, por conta da incidência de uma causa 
de extinção da punibilidade. 
 
2.2. Causas extintivas da punibilidade previstas no art. 107 do CP 
O rol de causas extintivas de punibilidade previsto no art. 107 do CP é meramente 
exemplificativo. Há outras causas de extinção da punibilidade previstas no próprio CP e na 
legislação especial, como: 
a) reparação do dano, no peculato culposo, se precede à sentença irrecorrível (CP, art. 
312, § 3º); 
b) retratação no crime de falso testemunho antes da sentença em que ocorreu o ilícito 
(CP, art. 342, § 2º); 
c) término do período de prova, sem revogação, do sursis (CP, art. 82), do livramento 
 
 
31 
condicional (CP, art. 90) e da suspensão condicional do processo (Lei nº 9.099/95, art. 89, 
§ 5º); 
d) pagamento do tributo ou contribuição social nos crimes contra a ordem tributária (Lei 
nº 9.430/96, art. 83, § 4º); 
e) confissão e pagamento das contribuições, importâncias ou valores e presta as 
informações devidas à Previdência Social, na forma definida em lei ou regulamento, antes do 
início da ação fiscal, nos crimes de apropriação indébita previdenciária e sonegação de 
contribuição previdenciária (CP, art. 168-A, § 2º, e 337-A, § 1º, e Lei nº 9.430/96, arts. 83, § 
4º); 
f) cumprimento integral do acordo de leniência, em relação aos crimes contra a ordem 
tributária tipificados na Lei. 
Há, ainda, hipóteses de causas supralegais de extinção da punibilidade, como se pode 
extrair da Súmula nº 554 do STF: “O pagamento de cheque emitido sem provisão de fundos, 
após o recebimento da denúncia, não obsta ao prosseguimento da ação penal”. 
 
2.3. Causas de extinção de punibilidade do art. 107 do CP 
2.3.1. Morte do agente 
A morte do agente constitui causa de extinção da punibilidade, por conta do princípio da 
personalidade da pena, segundo a qual não pode passar da pessoa do condenado (CF/1988, 
art. 5º, XLV, 1ª parte). 
Essa extinção da punibilidade incide sobre todas as espécies de penas, inclusive a pena 
de multa. Assim, se, no curso da execução da pena de multa convertida em dívida ativa o réu 
vier a falecer, deverá ser declarada extinta a punibilidade do agente pela sua morte, não sendo 
possível, assim, direcionar a execução da pena de multa aos seus sucessores. 
Isso porque, em sendo personalíssima a responsabilidade penal, a morte do agente faz 
com que o Estado perca o jus puniendi, não se transmitindo a seus herdeiros nenhuma 
obrigação de natureza penal. 
32 
2.3.2. Da anistia, graça e indulto 
A anistia, graça e indulto constituem espécies de indulgência, ensejando a renúncia do 
Estado ao direito de punir. 
São benefícios concedidos por órgãos diversos do Poder Judiciário, mas que somente 
ensejam a extinção da punibilidade após decisão judicial. 
A anistia constitui uma espécie de exclusão da incidência do Direito Penal sobre uma ou 
mais infrações penais. Não exclui o crime, mas apenas a possibilidade de o Estado punir o 
agente que o praticou, razão pela qual tem efeito retroativo. 
A competência para concessão de anistia é exclusiva da União e privativa do Congresso 
Nacional (CF/1988, art. 48, VIII), com a sanção do presidente da República, só podendo ser 
concedida por meio de lei federal. 
Não se aplica aos delitos referentes à “prática de tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes 
e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos” (CF/88, art. 5º, XLIII; Lei 
nº 8.072/1990, art. 2º, I). 
Aplica-se, em regra, a crimes políticos (anistia especial), nada obstante que incida sobre 
delitos comuns (anistia comum). 
A anistia tem caráter da generalidade, abrangendo fatos e não pessoas, sendo possível 
impor condições específicas ao beneficiado, caracterizando a anistia condicionada. 
A graça, ao contrário do indulto, é um benefício concedido a pessoa determinada, 
condenada definitivamente pela prática de crime comum, consistente na extinção ou 
comutação da pena. 
Nos termos do art. 5º, XLIII, da CF/1988, a graça não pode ser aplicada em relação a 
delitos referentes à prática de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, terrorismo 
nem aos definidos como crimes hediondos. 
A CF não faz expressa referência à graça, sendo esse instituto tratado pela Lei de 
Execução Penal como indulto individual (LEP, art. 188). 
A competência para conceder a graça é do presidente da República, nos termos do art. 
84, XII, da CF/1988, podendo, nos termos do parágrafo único desse artigo, delegar a atribuição 
“aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral da União”. 
33 
A graça somente extingue a punibilidade, subsistindo o crime, a condenação irrecorrível e 
seus efeitos secundários. Assim, se o agente beneficiado com a graça praticar novo crime, 
será considerado reincidente. 
O indulto coletivo constitui modalidade de clemência concedida a todo condenado que 
preencher os requisitos previstos no Decreto Presidencial publicado geralmente no final de 
cada ano. Como se vê, o indulto, ao contrário da graça, tem caráter coletivo e é concedido 
espontaneamente. 
Assim como a graça, a competência para conceder o indulto é do presidente da República, 
nos termos do art. 84, XII, da CF/1988, podendo, nos termos do parágrafo único desse artigo, 
delegar a atribuição “aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao 
Advogado-Geral da União”. 
Os requisitos para a concessão do indulto variam de acordo com cada decreto publicado, 
considerando, invariavelmente, requisitos subjetivos (primariedade e bom comportamento 
carcerário, sem registro de falta grave ao longo do ano) e objetivos (tempo de cumprimento 
de pena). 
Nos termos do art. 2º, I, da Lei nº 8.072/910, o indulto não pode ser aplicado em relação 
a delitos referentes à prática de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, 
terrorismo nem aos definidos como crimes hediondos. O art. 44 da Lei nº 11.343/2006 também 
veda a concessão do indulto aos condenados pelo crime de tráfico de drogas. 
 
2.3.3. Lei posterior que deixa de considerar o fato criminoso (abolitio 
criminis) 
A lei penal retroage, atingindo fatos ocorridos antes de sua entrada em vigor, sempre que 
beneficiar o agente de qualquer modo (CF/1988, art. 5º, XL). 
Se a lei posterior deixar de considerar o fato como criminoso,excluir da seara penal a 
conduta como sendo delituosa, retroagirá para alcançar os fatos praticados antes da sua 
vigência, com a consequente extinção da punibilidade dos responsáveis. 
A Lei nº 11.106/2005, por exemplo, revogou os arts. 217 e 240, ambos do CP, deixando 
de considerar como condutas criminosas a sedução e o adultério. 
34 
Nos termos do art. 2º do CP, a abolitio criminis gera o efeito de fazer cessar a execução 
e os efeitos penais da sentença condenatória, como reincidência, maus antecedentes, 
lançamento do nome do réu no rol dos culpados. 
Todavia, não apaga os efeitos civis da prática delituosa, já que a lei fala em cessação dos 
efeitos “penais” da sentença. 
 
2.3.4. Prescrição, decadência e perempção 
O art. 107, IV, do CP prevê como causas de extinção da punibilidade a prescrição, 
decadência e perempção. 
A prescrição será analisada em capítulo próprio, diante da abrangência do tema. 
 
2.3.4.1. Decadência 
A decadência é a perda do direito do ofendido e dos demais legitimados de oferecer 
representação, no caso de ação penal pública condicionada à representação, e de ajuizar a 
queixa-crime, na hipótese de ação penal privada, em face do decurso do tempo. 
Os legitimados para apresentar representação ou queixa-crime têm o prazo de 6 (seis) 
meses, a contar da inequívoca ciência da autoria do fato, para exercer esse direito. Escoado 
esse prazo sem iniciativa do ofendido ou do seu representante legal, incidem a decadência e 
a consequente extinção da punibilidade do agente ofensor. 
Com efeito, nos termos dos arts. 103 do CP e 38 do CPP, o ofendido ou seu representante 
legal decai do direito de queixa ou de representação se não o exerce dentro do prazo de seis 
meses, contados a partir do dia em que veio a saber quem é o autor do crime, ou, no caso da 
ação penal privada subsidiária da pública, do dia em que se esgotou o prazo para o 
oferecimento da denúncia. 
Como se trata de prazo penal, a contagem segue as regras do art. 10 do CP, incluindo-se 
o dia do começo, excluindo-se o último dia, considerando o calendário comum. Assim, se, por 
exemplo, o ofendido tomou ciência da autoria do fato em 03-03-2018, terá até 02-09-2018 
para oferecer a representação ou ajuizar a queixa-crime. A partir de 03-09-2018, já terá 
ocorrido a decadência e a causa de extinção da punibilidade. 
35 
O prazo penal é improrrogável. Assim, se o prazo fatal cair num sábado, domingo ou 
feriado, não poderá ser prorrogado para o primeiro dia útil, assim como acontece no prazo 
processual. 
 
2.3.4.2. Perempção 
A perempção é uma causa de extinção da punibilidade que incide por conta da inércia 
processual do querelante. 
A perempção só é possível na ação penal exclusivamente privada, não sendo aplicável à 
ação penal privada subsidiária da pública, já que, diante da negligência do querelante, o 
Ministério Público retoma a ação penal (CPP, art. 29, parte final). 
As hipóteses de perempção estão elencadas no art. 60 do CPP. Segundo se extrai desse 
dispositivo, a perempção somente é possível após o ajuizamento da ação penal privada. 
Nos termos do art. 60, I, do CPP, haverá perempção quando, iniciada a ação penal, o 
querelante deixar de promover o andamento do processo durante 30 dias seguidos. Nesse 
caso, se, após regular intimação, o querelante não se manifestar no prazo legal de 30 dias, 
será decretada a extinção da punibilidade pela perempção. Tomemos como exemplo o 
querelante deixar de nomear novo advogado, depois de devidamente intimado à renúncia do 
advogado que o representava na ação penal. 
A perempção incide também quando, falecendo o querelante ou sobrevindo sua 
incapacidade, não comparecer em juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 
dias, qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o disposto no art. 36 do CPP 
(CPP, art. 60, II). 
Na hipótese de morte do querelante, a legitimidade para prosseguir na ação penal passa 
para o cônjuge, ascendente, descendente ou irmão (CPP, art. 31). Se um desses legitimados 
não se habilitar aos autos, a fim de dar prosseguimento ao processo, dentro do prazo de 60 
dias, incidirá a causa de extinção de punibilidade do querelado. 
Há perempção quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a 
qualquer ato do processo a que deva estar presente, ou deixar de formular o pedido de 
condenação nas alegações finais (CPP, art. 60, III). 
 
36 
A presença do querelante no ato deve ser imprescindível. Se o ato permitir ser 
representado por seu procurador, não haverá perempção. 
A falta de pedido de condenação e não apresentação das alegações finais no prazo legal, 
se devidamente intimado para tanto, também geram a incidência da perempção (CPP, art. 60, 
III, 2ª parte). Assim, ao final da audiência de instrução, nos debates orais o querelante não 
formular pedido de condenação nem de procedência do pedido, haverá perempção e, por 
conseguinte, a extinção da punibilidade do querelado. Da mesma forma, se os debates orais 
foram substituídos por memoriais escritos, por força do art. 403, § 3º, do CPP, e o querelante 
não apresentar essa peça no prazo legal, também incidirá a perempção. 
Também gera a perempção quando, sendo querelante pessoa jurídica, esta se extinguir 
sem deixar sucessor (CPP, art. 60, IV). 
 
2.3.5. Da renúncia ao direito de queixa ou perdão aceito nos crimes de 
ação penal privada 
2.3.5.1. Renúncia ao direito de queixa 
É a abdicação do ofendido ou de seu representante legal do direito de promover a ação 
penal privada. Trata-se de ato unilateral pelo qual o ofendido delibera por não ajuizar a queixa-
crime contra o suposto ofensor. 
Nos termos do art. 104, caput, do CP: “O direito de queixa não pode ser exercido quando 
renunciado”. 
A renúncia ao direito de queixa somente pode ser exercida na ação penal exclusivamente 
privada, não sendo possível na ação penal privada subsidiária da pública, uma vez que se o 
ofendido não oferecer a queixa-crime, o Ministério Público poderá oferecer a denúncia 
enquanto não incidir causa de extinção da punibilidade do agente, por exemplo, pela 
prescrição. 
A renúncia pode ser expressa e tácita. A renúncia expressa constará de declaração 
assinada pelo ofendido, seu representante legal ou procurador com poderes especiais, que 
não precisa ser advogado (CPP, art. 50). 
A renúncia tácita ao direito de queixa consiste na prática de ato incompatível com a 
37 
vontade de o ofendido ou seu representante legal iniciar a ação penal privada (CP, art. 104, 
par. ún., 1ª parte). Assim, no crime de injúria, por exemplo, mostra-se incompatível com a 
vontade de exercer o direito de queixa o ofendido convidar o ofensor para ser padrinho de 
batismo do seu filho. 
O fato de receber o ofendido a indenização do dano causado pelo crime não implica 
renúncia ao direito de queixa, conforme se extrai do art. 104, par. ún., 2ª parte, do CP. Todavia, 
tratando-se de crime de ação penal privada de menor potencial ofensivo, seguindo o 
procedimento da Lei nº 9.099/1995, a composição civil homologada acarreta a renúncia ao 
direito de queixa (Lei nº 9.099/1995, art. 74, par. ún.). 
 
2.3.5.2. Perdão do ofendido 
O perdão do ofendido ou do seu representante legal consiste na manifestação, expressa 
ou tácita, de desistir do prosseguimento da ação penal privada. É a desistência manifestada 
após o oferecimento da queixa, que obsta o prosseguimento da ação penal privada, conforme 
prevê o art. 105 do CP. 
O perdão aceito do ofendido é causa extintiva de punibilidade que incide somente na ação 
penal exclusivamente privada. 
Tratando-se de ação penal privada subsidiária da pública (CP, art. 100, § 3º), a desistência 
do ofendido de prosseguir com o processo não determina a extinção da punibilidade, mesmo 
que o réu aceite o perdão, pois trata-se de ação penal pública, devendo o Ministério Público 
assumi-la como parte principal (CPP, art. 29). 
Depoisde iniciada a ação penal privada, o perdão do ofendido pode ser manifestado até 
o trânsito em julgado da sentença penal condenatória (CPP, art. 106, § 2º). 
Nos termos do art. 106, caput, e § 1º, do CP, o perdão pode ser processual, quando 
concedido nos autos da ação penal privada, e extraprocessual, quando concedido fora dos 
autos da ação penal privada. 
O perdão tácito é o que resulta da prática de ato incompatível com a vontade de prosseguir 
na ação. O perdão expresso é o concedido por meio de declaração assinada pelo ofendido, 
por seu representante legal ou por procurador com poderes especiais. É sempre processual. 
Se o ofendido é menor de 18 anos, a concessão do perdão cabe a representante legal. 
38 
Ao completar 18 anos, o ofendido torna-se maior e plenamente capaz; logo, somente ele 
poderá conceder o perdão. 
O perdão pode ser concedido por procurador com poderes especiais (CPP, art. 50 c/c 56). 
No caso de haver dois ofendidos, o perdão concedido por um não prejudica o direito do 
outro (CP, art. 106, II). 
O perdão é um ato bilateral, dependendo, pois, da aceitação do querelado, já que poderá 
recusar o perdão (CP, art. 106, III), optando pelo prosseguimento da ação penal, a fim de 
provar sua inocência. 
Quando há dois ou mais querelados, o perdão concedido a um deles se estende a todos, 
sem que produza, entretanto, efeito em relação ao que o recusa (CPP, art. 51; CP, art. 106, I 
e III). 
Assim, havendo dois réus, o perdão aceito por um produz efeito de extinguir a punibilidade 
também em relação ao outro, salvo se ocorre recusa. Neste caso, a ação penal continua em 
relação ao querelado que o recusou. 
2.3.6. Da retratação do agente 
A retratação significa desdizer-se, retirar o que foi dito, confessar que errou. 
Em regra, a retratação do agente não tem relevância jurídica, funcionando somente como 
circunstância judicial na aplicação da pena. Excepcionalmente, o estatuto penal lhe empresta 
força extintiva da punibilidade (CP, art. 107, VI). 
A retratação, como causa de extinção da punibilidade, somente incide nos casos 
expressamente previstos em lei, por exemplo, nos crimes contra a honra, conforme prevê o 
art. 143 do CP. 
Nos crimes contra a honra, a retratação só é cabível na calúnia e na difamação, sendo 
inadmissível na injúria. Nos dois primeiros casos, importa à vítima que o ofensor se retrate 
negando que ela praticou o fato imputado. 
Na injúria, porém, não há imputação de fato, mas atribuição ao ofendido de qualidade 
negativa, não importando a esta a retratação. 
A retratação nos crimes de difamação e calúnia só é possível quando se trata de ação 
penal privada, pois o art. 143 do CP se refere expressamente ao querelado. 
39 
Também incide na hipótese prevista no art. 342, § 2º, do CP, que trata do crime de falso 
testemunho ou falsa perícia, segundo o qual o fato deixa de ser punível, se, antes da sentença, 
o agente se retrata ou declara a verdade. Essa retratação só é possível até a sentença final 
do procedimento em que foi praticado o falso testemunho. 
 
2.3.7. Perdão judicial 
2.3.7.1. Conceito 
Perdão judicial é o instituto pelo qual o juiz, não obstante a incidência da infração penal 
praticada por agente culpável, deixa de aplicar a pena nos casos expressamente previstos em 
lei. 
O perdão judicial pode ser concedido, por exemplo, aos seguintes crimes: 
a) art. 121, § 5º, do CP: “Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar 
a pena, se as consequências de a infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que 
a sanção penal se torne desnecessária”; 
b) art. 129, § 8º, do CP: “aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121”; 
c) art. 140, § 1º, do CP: em relação ao crime de injúria, “o juiz pode deixar de aplicar a 
pena: I – quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria; II – no caso 
de retorsão imediata, que consista em outra injúria”; 
d) art. 180, § 5º, do CP, em relação à receptação culposa: “Na hipótese do § 3º, se o 
criminoso é primário, pode o juiz, tendo em consideração as circunstâncias, deixar de aplicar 
a pena. Na receptação dolosa, aplica-se o disposto no § 2º do art. 155”; 
e) art. 242, par. ún., do CP: “Dar parto alheio como próprio; registrar como seu o filho de 
outrem; ocultar recém-nascido ou substituí-lo, suprimindo ou alterando direito inerente ao 
estado civil: se o crime é praticado por motivo de reconhecida nobreza”. 
 
2.3.7.2. Natureza jurídica 
O perdão judicial constitui causa extintiva da punibilidade de aplicação restrita. Significa 
que não é aplicável a todas as infrações penais, mas somente àquelas especialmente 
indicadas pelo legislador. 
40 
Trata-se de um direito subjetivo do réu, ou seja, se satisfeitos os pressupostos exigidos 
pela norma, deve o magistrado deixar de aplicar a pena. 
O juiz deve analisar discricionariamente se as circunstâncias excepcionais estão ou não 
presentes. Caso entenda que sim, não poderá recusar a aplicação do perdão judicial, pois, 
nesse caso, o agente terá direito público subjetivo ao benefício. 
A sentença que concede o perdão judicial é meramente declaratória da extinção da 
punibilidade, não surtindo nenhum efeito penal ou extrapenal. É o que se extrai da Súmula nº 
18 do STJ, segundo a qual “a sentença concessiva do perdão judicial é declaratória da 
extinção da punibilidade, não subsistindo qualquer efeito condenatório”. 
 
2.3.7.3. Extensão 
O perdão judicial e, por conseguinte, a extinção da punibilidade atingem todos os crimes 
praticados no mesmo contexto pelo agente, e não apenas aquele que ensejou essa causa 
extintiva da punibilidade. 
Assim, se, por exemplo, o agente, na condução de veículo automotor, provoca um 
acidente, resultando na morte da esposa, filho e uma terceira pessoa desconhecida, o perdão 
judicial será causa de extinção da punibilidade em relação a todas as vítimas, embora esteja 
vinculado diretamente à morte da esposa e do filho do agente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
41 
 
 
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2.4. Exercícios para resolver após a aula 
 
2) QUESTÃO 3 – 35º EXAME 
Em 09 de agosto de 2021, durante uma reunião de condomínio, iniciou-se uma discussão. O 
morador Paulo, lutador de vale tudo, chamou Fábio, o síndico, de ladrão. Ato contínuo, Paulo 
partiu para cima de Fábio, no intuito de quebrar seu nariz com um soco. Em seguida, Fábio, 
praticante de jiu jitsu, golpeou Paulo, que caiu no chão desmaiado. Paulo foi levado para o 
hospital, mas foi liberado horas depois. O laudo hospitalar atestou apenas escoriações leves. 
Em 10 de maio de 2022, em outra reunião de condomínio, Paulo e Fábio encontraram-se 
novamente. Fábio já tinha esquecido os fatos ocorridos na ocasião anterior, porque não era 
pessoa de guardar rancor. No entanto, Paulo lembrou de tudo que passou, sentiu-se 
envergonhado perante os demais condôminos e resolveu seguir em frente para processar 
Fábio criminalmente. No dia seguinte, Paulo noticiou o ocorrido na reunião anterior à 
autoridade policial e apresentou o laudo hospitalar para comprovar a lesão sofrida. Após os 
trâmites regulares das investigações, o promotor de justiça com atribuição para o caso 
ofereceu denúncia em face Fábio como incurso nas sanções do crime de lesão corporal leve, 
previsto no art. 129, caput do CP. A denúncia foi recebida e determinada a citação do réu. 
Considerando as informações acima, na condição de advogado(a) de Fábio, responda aos 
itens a seguir. 
 
A) Qual tese a defesa pode alegar como preliminar? Justifique. (Valor: 0,60) 
B) Qual tese de direito material pode ser utilizada para a defesa de Fábio? Justifique. 
(Valor: 0,65) 
Obs.: O(a) examinando(a) deve fundamentar as respostas. A mera citação do dispositivo legal 
não confere pontuação. 
 
43 
Acesse aqui o e-book com o padrão de respostas: 
 
 
 
 
 
 
 
 
3) QUESTÃO 1 – XXXI EXAME 
Após receber informaçõesde que teria ocorrido subtração de valores públicos por funcionários 
públicos no exercício da função, inclusive com vídeo das câmeras de segurança da repartição 
registrando o ocorrido, o Ministério Público ofereceu, sem prévio inquérito policial, uma única 
denúncia em face de Luciano e Gilberto, em razão da conexão, pela suposta prática do crime 
de peculato, sendo que, ao primeiro, foi imputada conduta dolosa e, ao segundo, conduta 
culposa. De acordo com a denúncia, Gilberto, funcionário público, com violação do dever de 
cuidado, teria contribuído para a subtração de R$ 2.000,00 de repartição pública por parte de 
Luciano, que teria tido sua conduta facilitada pelo cargo público que exercia. Diante da 
reincidência de Gilberto, já condenado definitivamente por roubo, não foram à ele oferecidos os 
institutos despenalizadores. O magistrado, de imediato, sem manifestação das partes, recebeu 
a denúncia e designou audiência de instrução e julgamento. No dia anterior à audiência, 
Gilberto ressarciu a Administração do prejuízo causado. Com a juntada de tal comprovação, 
após a audiência, foram os autos encaminhados às partes para apresentação de alegações 
finais. O Ministério Público, diante da confirmação dos fatos, requereu a condenação dos réus 
nos termos da denúncia. Insatisfeito com a assistência técnica que recebia, Gilberto procura 
você para, na condição de advogado(a), assumir a causa e apresentar memoriais. 
Com base nas informações expostas, responda, como advogado(a) contratado por Gilberto, 
aos itens a seguir. 
 
A) Existe argumento de direito material a ser apresentado em favor de Gilberto para evitar 
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44 
sua condenação? (Valor: 0,60) 
B) Qual o argumento de direito processual a ser apresentado em memoriais para 
questionar toda a instrução produzida? (Valor: 0,65) 
Obs.: o(a) examinando(a) deve fundamentar suas respostas. A mera citação do dispositivo legal 
não confere pontuação. 
 
Acesse aqui o e-book com o padrão de respostas: 
 
 
 
 
 
 
4) QUESTÃO 4 – XXIX EXAME 
Em processo no qual se imputava a Antônio a prática do crime de constituição de milícia 
privada, foi designada audiência de instrução e julgamento para oitiva das testemunhas 
arroladas pela acusação e pela defesa. No dia da audiência, as testemunhas de acusação 
não compareceram, determinando o magistrado, por economia processual, a oitiva das 
testemunhas de defesa presentes, apesar de o advogado de Antônio se insurgir contra esse 
fato. Na ocasião, foram ouvidas três testemunhas de defesa, dentre as quais Pablo, que 
prestou declarações falsas para auxiliar o colega nesse processo criminal. Identificada sua 
conduta, porém, houve extração de peças ao Ministério Público, que, em 09 de abril de 2019, 
ofereceu denúncia em face de Pablo, imputando-lhe a prática do crime de falso testemunho 
na forma majorada. No processo de Antônio, foi designada nova audiência de instrução e 
julgamento, ocasião em que foram ouvidas as testemunhas de acusação; novamente, Pablo, 
a seu pedido, prestou declarações, confirmando que havia mentido na audiência anterior, mas 
que agora contava a verdade, o que veio a prejudicar a própria defesa do réu. Com base nas 
declarações das testemunhas de acusação e nas novas declarações de Pablo, Antônio veio 
a ser condenado. Pablo, por sua vez, em seu processo pelo crime de falso testemunho, 
também veio a ser condenado, reconhecendo o magistrado a atenuante do Art. 65, inciso III, 
https://adm.ceisc.com.br/ceisc_arquivos/8EFftIRYJ4MBIQW1kWTms9LyBrmRrxayE1ADuLXy.pdf/E-book:%20Padr%C3%A3o%20de%20respostas%20quest%C3%B5es%20Imprescind%C3%ADveis,%20Muito%20relevantes%20e%20Relevantes
45 
alínea b, do Código Penal. Considerando as informações narradas, responda, na condição de 
advogado(a) de Antônio e Pablo. 
 
A) Qual argumento de direito processual poderá ser apresentado por você para 
desconstituir a sentença condenatória do réu? Justifique. (Valor: 0,65) 
B) Qual o argumento de direito material a ser apresentado pela defesa técnica de Pablo 
para questionar a sentença condenatória? Justifique. (Valor: 0,60) 
Obs.: o examinando deve fundamentar suas respostas. A mera citação do dispositivo legal 
não confere pontuação. 
 
Acesse aqui o e-book com o padrão de respostas: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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46 
Crimes omissivos 
 
Prof. Nidal Ahmad 
@prof.nidal 
 
3.1. Considerações gerais 
A conduta humana não se revela apenas a partir de um movimento corpóreo, traduzido 
por uma ação. De fato, ao lado da ação, a conduta omissiva constitui uma forma independente 
de conduta humana, suscetível de ser regida pela vontade dirigida para um fim. 
O crime omissivo se configura quando o agen- te deixa de fazer aquilo que poderia e 
deveria fazer, o que estaria obrigado em virtude de lei. 
Os crimes omissivos podem ser próprios ou impróprios (ou comissivos por omissão). 
3.2. Crimes omissivos próprios 
São os que se perfazem com a simples conduta negativa do sujeito, independentemente 
da produção de qualquer consequência posterior. 
Há um tipo penal específico descrevendo a conduta omissiva. O verbo nuclear do tipo 
descreve uma conduta omissiva, contendo no seu bojo uma norma exigindo postura ativa. 
Nesse caso, o crime consiste em o sujeito amoldar a sua conduta ao tipo legal que descreve 
uma conduta omissiva. Em síntese, o agente será responsabilizado por não cumprir o dever 
de agir contido implicitamente na norma incriminadora. 
São exemplos de crimes omissivos próprios o crime de omissão de socorro (CP, art. 135), 
abandono material (CP, art. 244), omissão de notificação de doença (CP, art. 269). 
Nos crimes omissivos próprios, para a consumação do delito, basta a abstenção ou 
desobediência ao dever de agir. A obrigação do agente é de agir e não de evitar o resultado. 
O resultado que eventualmente surgir dessa omissão será irrelevante para a consumação do 
crime, podendo apenas configurar uma majorante ou uma qualificadora. 
Não admite, portanto, tentativa, uma vez que não é possível fracionar a conduta omissiva 
propriamente dita: ou o agente desenvolve a conduta contida na norma, e não há crime; ou o 
agente deixa de agir, e o crime estará consumado. 
47 
No crime de omissão de socorro (CP, art. 135), por exemplo, se o agente prestar 
assistência à pessoa ferida, não haverá, evidentemente, crime; todavia, no momento em que 
deixar de prestar assistência, ou seja, desenvolver conduta omissiva, o crime estará 
consumado. 
 
3.3. Crimes omissivos impróprios ou comissivos por omissão 
3.3.1 Introdução 
Os crimes omissivos impróprios ou comissivos por omissão são delitos em que a 
punibilidade advém da circunstância de o sujeito, que a isto se encontrava obrigado, não ter 
evitado a produção do resultado, embora pudesse fazê-lo. O agente se omite, ocorrendo o 
resultado. Isso não quer dizer que ele produz o resultado, uma vez que da omissão nada surge 
fisicamente. Ocorre que a lei considera que o não fazer tem o mesmo valor do fazer. Assim, 
pode-se praticar um homicídio por meio de um comportamento positivo – ação – (desferir 
facadas, p. ex.) ou negativo (deixar a vítima morrer de inanição). 
Nos crimes omissivos impróprios, o agente não tem simplesmente a obrigação de agir, 
mas a obrigação de agir para evitar um resultado, isto é, deve agir com a finalidade de impedir 
a ocorrência de determinado evento. Nos crimes comissivos por omissão há, na verdade, um 
crime material, isto é, um crime de resultado naturalístico. 
E aqueles que têm o dever

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