O campo selecionado para produção de sementes deve atender a critérios específicos relacionados ao cultivo anterior. É importante que a mesma espéc...

O campo selecionado para produção de sementes deve atender a critérios específicos relacionados ao cultivo anterior. É importante que a mesma espécie não tenha sido cultivada no ano anterior ou em anos anteriores, especialmente de acordo com a cultivar escolhida. Em alguns casos, é recomendável evitar o cultivo até mesmo de espécies afins. Essa precaução se deve ao fato de que as sementes caídas no solo podem permanecer viáveis por mais de um ano, especialmente se apresentarem dormência, uma característica comum em leguminosas, especialmente nas espécies forrageiras. Quando essas sementes germinam e se desenvolvem em plantas adultas, elas se tornam plantas voluntárias, ou seja, não plantadas pelo homem, o que pode resultar em polinização cruzada ou contaminações varietais. Isso compromete a pureza genética e varietal da semente. Além disso, problemas relacionados a doenças e pragas podem surgir a partir da cultura anterior. Os restos de culturas podem servir como fontes de inóculo ou hospedeiros para doenças e pragas que afetarão a cultura subsequente. Plantas voluntárias também podem se tornar hospedeiras de microrganismos patogênicos e insetos vetores de doenças. Dependendo dos problemas observados na cultura anterior, o solo em si pode se tornar uma fonte de inóculo para doenças. Por exemplo, na cultura do amendoim, cultivos sucessivos podem levar ao comprometimento do campo devido a doenças como a murcha causada por Sclerotium. No caso do feijoeiro, é preferível que o terreno não tenha sido cultivado com a mesma espécie ou outras leguminosas, sendo melhor se tiver sido ocupado por gramíneas. Um exemplo semelhante ocorre com a murcha em batata, causada pela bactéria Pseudomonas solanacearum, que pode persistir no solo por vários anos. Esses cuidados têm como objetivo principal evitar problemas fitossanitários no campo de produção de sementes.