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Em 05/04/21, Lucas foi denunciado como incurso no art. 121, § 3º, c/c o art. 13, § 2º, “b”, ambos do Código Penal (homicídio culposo), em virtude d...

Em 05/04/21, Lucas foi denunciado como incurso no art. 121, § 3º, c/c o art. 13, § 2º, “b”, ambos do Código Penal (homicídio culposo), em virtude da morte de Daniel, ocorrida em 12/12/20, por volta das 03h25m, no Bairro Praia da Baleia, São Sebastião/SP. Consta dos autos de inquérito policial que, na data dos fatos, Lucas e a vítima Daniel se conheciam há três semanas, mantendo um relacionamento amoroso há duas semanas, quando Lucas foi convidado por Daniel para passar um final de semana na casa de praia da família deste último, localizada na Praia da Baleia, na cidade de São Sebastião – SP. Daniel também convidou dois amigos, Tarcísio e Eduardo, para igualmente passarem o final de semana com o casal. Já no trajeto de São Paulo para São Sebastião, Daniel, Tarcísio e Eduardo iniciaram o uso de drogas dentro do veículo. Lucas não consumiu drogas durante o trajeto, alegando que estava dirigindo o veículo. Ao chegarem na casa, por volta da meia noite, após conhecerem o local, Lucas preparou o jantar para todos, e em seguida foi ficar com Daniel e interagir com os demais. Daniel e Tarcísio estavam na piscina, e Eduardo estava em uma espreguiçadeira, ao 2 lado. Lucas tomou uma cerveja. Neste ínterim, Tarcísio ofereceu drogas, especificamente aquela conhecida como “GHB”, droga conhecida por causar euforia e aumentar a libido, mas que, em grandes quantidades, gera estado letárgico, uma espécie de “coma transitório”. Todos ingeriram a droga GHB, exceto Lucas, que chegou a dar um gole na bebida preparada com o GHB, porém cuspiu-a, em virtude do seu gosto ruim. Na sequência, sentiu um cheiro de queimado e foi terminar de lidar com a comida que preparava. Por volta da uma da manhã, o zelador do condomínio foi advertir o grupo sobre o som alto e a algazarra, sendo atendido por Eduardo, que baixou o volume do som. Lucas foi então descansar, em virtude do cansaço da viagem, e porque havia trabalhado durante toda a semana, de modo que os demais permaneceram na piscina. Pouco antes das duas da manhã, Lucas acordou, deparando-se com Daniel inconsciente no interior da piscina. Imediatamente, tirou-o da água e adotou as providências para socorrê-lo. Ato contínuo, Lucas verificou que Tarcísio igualmente se encontrava inconsciente, embora em estado menos grave do que o de Daniel, e que Eduardo estava caído no jardim próximo à piscina, mostrando, contudo, reações. Diante disso, ligou para o corpo de bombeiros e, de acordo com as orientações recebidas ao telefone, tentou reanimar Daniel. Como não obteve êxito, tendo recebido orientação, pelo telefone, para que parasse, Lucas saiu correndo pelas ruas do condomínio, pedindo socorro, até a chegada da unidade do SAMU. Lucas retornou juntamente com o SAMU até o local dos fatos, oportunidade na qual verificaram o óbito de Daniel e prestaram socorro a Eduardo e a Tarcísio. Após a chegada da polícia, Lucas foi conduzido até a delegacia de polícia. Findo o inquérito policial, no bojo do qual foram colhidas as provas, inclusive a oitiva dos envolvidos nos fatos, em 05/04/21, o Ministério Público ofereceu denúncia em face de Lucas como incurso no art. 121, § 3º, c/c o art. 13, § 2º, “b”, ambos do Código Penal (homicídio culposo por omissão), sob o fundamento de que, “sendo o único a se dizer sóbrio, assumiu a posição de garantidor, podendo e tendo a responsabilidade de impedir o resultado, mas foi negligente, preferindo tirar um cochilo após três indivíduos que já estavam drogados, consumirem uma droga que também é conhecida por ‘boa noite cinderela’ e causa lapsos de consciência” (fls. 217/218 dos autos do inquérito policial). Em 13/04/21, o juiz da 1ª Vara Criminal da Comarca de São Sebastião recebeu a denúncia, por entender estarem presentes a prova da existência do crime, bem como os indícios de autoria. De acordo com a decisão que recebeu a denúncia, a prova da existência do crime deu-se com o laudo pericial de fls. 130 do inquérito, o qual concluiu pela morte de Daniel em decorrência do afogamento, minutos após a ingestão da droga GHB em grande quantidade. Já 3 o indício da autoria delitiva de Lucas foi fundamentado por ser o réu garantidor da vida de Daniel, já que ambos eram namorados e que Lucas era o único que se encontrava sóbrio no momento dos fatos.

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