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D de lado AB e diagonal AC. Por hipótese, consideramos que AB e AC são comensuráveis. Então existe um segmento AP que mede AB e AC simultaneamente....

D de lado AB e diagonal AC. Por hipótese, consideramos que AB e AC são comensuráveis. Então existe um segmento AP que mede AB e AC simultaneamente. Nessa figura também representamos um quadrado AB1C1D1, menor que ABCD, construído de forma que o lado AB1 está sobre AC, a diagonal AC1 está sobre AB e o segmento B1C é congruente ao lado BC. O quadrilátero AB1C1D1 é um quadrado dado que seus lados AD1 e C1D1 são obtidos por construção. Dessa forma o ângulo AB1C1 é reto e B1AC1 é metade de um ângulo reto, logo o triângulo AB1C1 é isósceles. Assim, AB1 = B1C1. Como estamos supondo que AB e AC são comensuráveis, deve existir um segmento AP que mede AB e AC, então AB1 e AC1 também são medidos por AP, logo, podemos escrever AB1 e AC1 em termos de AB e AC, pois estes também são medidos por AP. Dessa forma, temos AB1 = AC−B1C = AC−AB, pois por construção, B1C =CB = AB. Mas AC1 = AB−BC1, logo, para escrevermos AC1 em termos de AB e AC precisamos provar antes que BC1 = B1C1. Como BC = B1C, o triângulo CB1B é isósceles e os ângulos CB1B e CBB1 são iguais. Como os ângulos C1B1C e CBC1 são retos, os ângulos C1B1B e C1BB1 são também iguais e o triângulo BB1C1 é isósceles e BC1 = B1C1, então, segue que AC1 = AB−BC1 = AB−B1C1. Como AB1C1D1 é um quadrado, temos B1C1 = AB1, então segue da Equação (4.20), que AC1 = AB−AB1 = AB− (AC−AB) = AB+AB−AC = 2AB−AC. Desse modo, temos que AC1 = 2AB−AC, como por hipótese, AB e AC são comensuráveis com relação à unidade AP, então AB1 e AC1 também o serão, como demonstrado nas Equações (4.19) e (4.21). Repetindo o procedimento, construímos um novo quadrado (ver Figura 4.11), agora sobre a diagonal de AB1C1D1, marcando sobre AC1 o ponto B2 tal que B2C1 = B1C1. Por B2, traçamos a perpendicular B2C2 em AD1. Por C2, traçamos uma paralela a AB2 e por A, traçamos uma paralela a B2C2. Essas paralelas se intersectam no ponto D2 e também são perpendiculares. Dessa forma, obtemos o quadrado AB2C2D2 com a diagonal sobre AD1. Esse processo pode ser replicado indefinidamente, até que os segmentos ABn e ACn se tornem menores que a unidade de medida AP, por menor que seja o tamanho escolhido para AP. Mas, por hipótese temos que AB e AC são medidos por AP, e mostramos que AB1 e AC1 também se medem por AP, assim como todos os ABn e ACn serão medidos pela unidade AP. Mas, em determinado momento, após um número suficiente de quadrados construídos sobre a diagonal daquele imediatamente maior, teremos ABn < ACn < AP, ou seja, obteremos um quadrado de lado ABn e diagonal ACn cujos comprimentos são menores do que a unidade de medida AP, que é uma contradição, mesmo que a unidade AP tenha sido escolhida muito pequena. Em outras palavras, a contradição se dá pelo Lema de Euclides, Definição 4.2 como já visto, afirma que se as quantidades sucessivamente retiradas de um segmento forem maiores do que a metade dos restos precedentes, estes restos podem ser tornados menores do que qualquer quantidade dada anteriormente. Logo, não podemos ter um resto menor que a unidade de medida AP, mas se tomarmos uma unidade de medida AP1 tal que AP1 < AP ou até outra unidade AP2 menor que AP1? A demonstração não está concluída. Precisamos ainda mostrar que todos os segmentos ABn e ACn possíveis de serem obtidos podem ser tornados menores do que qualquer quantidade dada. Serem menores que AP não basta. Para mostrarmos que ABn e ACn podem ser tornados menores que qualquer unidade de medida dada, revisitaremos a Definição 4.2 e lhe faremos uma interpretação geométrica, aplicando-a em dois segmentos de reta. A Figura 4.12 mostra um segmento UV tomado como unidade de medida para o segmento XZ. Retirando deste último um segmento XX1 maior que metade de XZ resta o segmento X1Z. Repetindo o processo, retiramos de X1Z o segmento X1X2 > 1 2X1Z e, assim sucessivamente, teremos um segmento XiZ l √ 2 2 e multiplicando ambos os membros dessa desigualdade por 2, temos: 2 · l > 2 · ( l √ 2 2 ) 2l > l √ 2. Dividindo por l ambos os membros de (4.23), dado que l > 0, a desigualdade se mantém, logo, 2 > √ 2. Note que √ 2 ≈ 1,4142135... < 2, portanto, a medida do lado l de um quadrado é maior que metade da medida de sua diagonal. Voltando ao caso da prova de incomensurabilidade, entre AB e AP, em cada quadrado que inserimos na Figura 4.11, o lado e a diagonal dos novos quadrados são sempre menores que o lado e a diagonal do quadrado anterior, dessa forma, temos: (i) AB1 < 1 2AB (ii) AC1 < 1 2AC Para provar o item (i), já definimos que AB1 é o lado do quadrado e AC1 é a diagonal. Somando BC1 em ambos os membros de (i), temos: AB1 +BC1 < AC1 +BC1, mas AC1 +BC1 = AB e BC1 = AB1, logo AB1 +AB1 = 2AB1 < AB⇐⇒ AB1 < 1 2 AB. Para provar o item (ii) vamos recorrer a uma construção auxiliar no quadrado ABCD, conforme a Figura 4.14 a seguir. Para obtermos o triângulo retângulo C1AN, traçamos uma reta por C1 paralela a AB e um arco de circunferência de centro em A e raio AM = 1 2AC onde marcamos o ponto N. Esse arco intersecta a perpendicular a AB que passa por C1 no ponto N, obtendo o triângulo desejado. Note que AM = AN pois ambos são raios do arco MN. Se AN é hipotenusa e AC1 é um cateto, AC1 < AN = 1 2 AC =⇒ AC1 < 1 2 AC. Conclui-se que, dado um quadrado, é possível construir um outro quadrado, sobre o lado e a diagonal do primeiro e quando seu lado e sua digonal são comensuráveis, o lado e a diagonal do novo quadrado também são. Porém, de (i) e (ii), ao repetirmos indefinidamente a construção destes quadrados, obteremos após um certo número de iterações um quadrado tal que seu lado e sua diagonal são comensuráveis e menores que AP, o que é uma contradição, pois não é possível medir um segmento por uma unidade e mostrar que esse segmento é menor que a unidade pré estabelecida. Logo, observando a Figura 4.11, a antifairese entre os segmentos AB e AC é: • AB cabe 1 vez em AC e resta AB1; • AB1 cabe 2 vezes em AB e resta AB2; • AB2 cabe 2 vezes em AB1 e resta AB3. O procedimento continua indefinidamente de modo que a antifairese apresentada pode ser escrita

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00008395
224 pág.

Matemática Faculdades Adamantinenses Integradas Faculdades Adamantinenses Integradas

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Desculpe, mas sua pergunta parece ser um trecho extenso de um texto ou problema matemático complexo. Se precisar de ajuda com uma parte específica ou uma pergunta mais direta, estou aqui para ajudar.

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