Caso concreto: O caso da ADPF 54 sobre a constitucionalidade da interpretação da lei penal sobre a antecipação do parto nos casos de gravidez de feto anencéfalo. Os princípios envolvidos no caso são: o princípio da dignidade da pessoa humana, o princípio do direito à saúde e o princípio da autonomia da vontade, que se considerados preponderantes dariam primazia à decisão pela permissão da interrupção da gravidez, e o princípio da taxatividade da lei penal e o princípio da integridade e direito à vida do feto, que se considerados de maior peso levariam à decisão contra a permissão do aborto. Isto porque, de acordo com a exposição, a gestante, quando é obrigada a manter o feto, muitas vezes incorre em um sofrimento muito grande, considerado inclusive tortura, física ou psicológica, demonstrando que nestas gestações ocorrem riscos à saúde da mulher, inclusive mental. A autonomia da vontade está presente, pois trata da possibilidade de a mulher pode optar pelo corpo dela, não sendo um fim em si mesmo apenas para que o bebê nasça que permitiria, então, que se ela considerar o sofrimento inviável para si, deveria poder optar por sua condição. A preocupação do direito penal não é a qualidade de vida que o filho terá, e sim que ele nasça. Logo, o alcance deste argumento valeria para qualquer caso em que o feto não tenha chances de sobrevivência, em que a autonomia da vontade teria mais peso em todos esses casos, se for comprovada as possibilidades do parto sejam mortais para o feto. O outro princípio utilizado pelo caso é o princípio da taxatividade do direito penal, que seria um princípio por haverem casos em que não é uma regra absoluta, sendo possível fazer uma ponderação, por exemplo, quando não se da preferência a ele em prejuízo do réu em determinados casos. Também envolve o princípio do direito à vida, por conta de o aborto trabalhar com a eliminação da vida do feto, ainda que não haja possibilidades de vida extrauterina. O sopesamento entre eles leva em conta que um princípio para chegar a um fim sendo muito