O efluente conhecido como "água amarela" gerado pela indústria de suco de laranja contém uma variedade de substâncias, incluindo materiais orgânicos como proteínas, óleos essenciais, pectina, açúcares e ácidos orgânicos, bem como substâncias inorgânicas como metais, nitratos, nitritos, sais de amônia e sulfetos. Se descartado sem tratamento adequado em corpos hídricos superficiais, esse efluente pode ter impactos significativos nos ciclos biogeoquímicos. Ciclo da água: A descarga desse efluente não tratado pode aumentar a carga de nutrientes nos corpos d'água, levando à eutrofização. Isso ocorre porque os nutrientes presentes no efluente podem promover o crescimento excessivo de algas, que consomem o oxigênio dissolvido na água, resultando na morte de outros organismos aquáticos por asfixia. Além disso, os óleos essenciais presentes na água podem formar uma película superficial que inibe a troca de gases entre a água e a atmosfera, afetando os processos de evaporação e precipitação. Ciclo do carbono: A presença de materiais orgânicos na "água amarela" pode resultar na decomposição anaeróbica desses compostos, levando à produção de gases como metano e dióxido de carbono. Isso contribui para o aumento do efeito estufa e para as mudanças climáticas. Ciclo do nitrogênio: Os nitratos e nitritos presentes no efluente podem ser convertidos em formas gasosas de nitrogênio, como o óxido nitroso, por processos de desnitrificação. Esses gases podem ser liberados na atmosfera, contribuindo para o efeito estufa e também para a depleção da camada de ozônio. Ciclo do fósforo: O fósforo é um nutriente essencial para o crescimento das plantas, e sua presença em excesso nos corpos d'água pode levar a um aumento descontrolado da produção primária. Isso pode resultar em desequilíbrios nos ecossistemas aquáticos, levando à diminuição da biodiversidade e à formação de algas tóxicas, que representam um perigo para a saúde humana e animal. Em resumo, o despejo não tratado da "água amarela" na natureza pode desencadear uma série de