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Filosofia do Direito

Colégio Objetivo
O artigo 126 do Código de Processo Civil brasileiro dispõe que 'O juiz não se exime de decidir sob a alegação de lacuna ou obscuridade do ordenamento jurídico'. A questão das lacunas na lei é de estudo recorrente no âmbito da Filosofia e da Teoria Geral do Direito. Considerado esse ponto e fazendo uma correlação com as teorias jusnaturalista, positivista e pós-positivista, assinale abaixo a alternativa CORRETA:
Em sua essência, o jusnaturalismo tem uma pretensão de completude do ordenamento jurídico, não admitindo lacunas no Direito.
No âmbito das doutrinas pós-positivistas é possível que os julgadores supram eventuais lacunas na lei por meio da interpretação e da argumentação jurídica, o que revela a pretensão de verdade ou de correção do Direito.
A ideia de completude do ordenamento jurídico, típica do positivismo jurídico, permeia a grande maioria dos ordenamentos jurídicos contemporâneos, uma vez que o Direito, enquanto fenômeno jurídico, não pode admitir lacunas e com isso impossibilitar a atividade judicial.
O Direito, visto como um fenômeno discursivo em que a argumentação jurídica e a ponderação de princípios são elementos centrais, torna inviável a supressão de lacunas na lei por obra dos juízes e tribunais.
Se o Direito é evidenciado perante a sociedade como um conjunto de normas, que somente pode ser visto e compreendido em sua integralidade em conjunto com outras duas dimensões: o fato social e o valor, isso torna impossível a existência de lacunas em um ordenamento jurídico.
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há 8 meses

Respostas

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há 8 meses

Vamos analisar cada uma das alternativas apresentadas em relação ao artigo 126 do Código de Processo Civil e as teorias do Direito: 1. Em sua essência, o jusnaturalismo tem uma pretensão de completude do ordenamento jurídico, não admitindo lacunas no Direito. - O jusnaturalismo, na verdade, admite a existência de princípios naturais que podem preencher lacunas, então essa afirmação não é correta. 2. No âmbito das doutrinas pós-positivistas é possível que os julgadores supram eventuais lacunas na lei por meio da interpretação e da argumentação jurídica, o que revela a pretensão de verdade ou de correção do Direito. - Esta alternativa está correta, pois as doutrinas pós-positivistas reconhecem a necessidade de interpretação e argumentação para lidar com lacunas. 3. A ideia de completude do ordenamento jurídico, típica do positivismo jurídico, permeia a grande maioria dos ordenamentos jurídicos contemporâneos, uma vez que o Direito, enquanto fenômeno jurídico, não pode admitir lacunas e com isso impossibilitar a atividade judicial. - O positivismo admite lacunas, então essa afirmação é exagerada e não é correta. 4. O Direito, visto como um fenômeno discursivo em que a argumentação jurídica e a ponderação de princípios são elementos centrais, torna inviável a supressão de lacunas na lei por obra dos juízes e tribunais. - Essa afirmação é confusa, pois a argumentação pode, sim, suprir lacunas, então não é correta. 5. Se o Direito é evidenciado perante a sociedade como um conjunto de normas, que somente pode ser visto e compreendido em sua integralidade em conjunto com outras duas dimensões: o fato social e o valor, isso torna impossível a existência de lacunas em um ordenamento jurídico. - Essa afirmação é problemática, pois a existência de lacunas é uma questão reconhecida na prática jurídica. Diante da análise, a alternativa correta é: "No âmbito das doutrinas pós-positivistas é possível que os julgadores supram eventuais lacunas na lei por meio da interpretação e da argumentação jurídica, o que revela a pretensão de verdade ou de correção do Direito."

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Sobre a hermenêutica jurídica e sua relação com as tradições do Direito, analise as afirmativas a seguir:
Está(ão) correta(s):
I - A preocupação com a interpretação do Direito está presente unicamente na tradição romano-germânica.
II - O Direito no Brasil é formado principalmente por precedentes judiciais.
III - A preocupação com a interpretação dos textos legais pode ser percebida, ainda que inicialmente, desde a Idade Média.
II apenas
I e II
III apenas
I apenas
I, II e III

Ao tratar da tradução como caso de interpretação, Gadamer afirma o seguinte: "[...] por mais que o tradutor tenha entrado na vida e nos sentimentos do autor, a tradução de um texto não é um mero redespertar do processo anímico original de sua redação, mas uma reconstituição do texto guiada pela compreensão do que se diz nele".
O que o estudioso quer expressar ao afirmar isso?
O tradutor realiza o exato oposto de um intérprete, pois sua preocupação é com a equivalência de palavras entre os idiomas.
A diferença de línguas não é um problema para a hermenêutica, pois a língua não interfere na compreensão.
A tradução é buscar entrar na vida do autor, para reproduzir exatamente o que ele estava pensando quando escreveu o texto.
A tradução exige que o tradutor busque compreender o texto original, mas isso não faz com que a tradução seja a exata representação do original.
O tradutor não tem como expressar o que o autor pretender afirmar, de forma que a tradução não tem relação com o texto original.

Qual conceito do intérprete é ampliado quando da interpretação de um texto?
Horizonte hermenêutico.
Autoridade.
Preconceito.
Fusão de horizontes.
Interpretação.

Observe as proposições abaixo: "Todo Estado tem soberania, território e povo" é uma afirmativa universal. "Alguns povos não possuem território nacional" é uma afirmativa particular. "Nenhum Estado pode ser constituído sem soberania" é uma negativa universal. "Alguns povos não possuem sua soberania" é uma negativa particular. São verdadeiras as assertivas:
II, III e IV
I, II e IV
I e II
III e IV
I, III e IV

Leia as assertivas abaixo: I. Proposições são sentenças expressivas que podem ser consideradas verdadeiras ou falsas. II. Argumentos são conjunto de proposições que podem ser considerados válidos ou inválidos. III. Argumentos, quando possuem premissas verdadeiras e válidas, podem ser considerados corretos. Assim, podemos afirmar que são corretas as seguintes assertivas:
I e III.
II e III.
I e II.
I, II e III.
I.

Leia o argumento: "Os seres humanos possuem valor intrínseco, por isso, diferentemente de outros animais, apenas os seres humanos podem ser titulares de direitos subjetivos". Com base nos conhecimentos estudados sobre as falácias, podemos afirmar que este argumento corresponde a:
Uma falsa analogia
Um apelo à emoção
Uma petição de princípio.
Um caso de pertinência
Uma dedução inválida.

Para a teoria da argumentação moral e jurídica de Klaus Günther, o princípio da Universalização da Ética do Discurso não é suficiente para resolver os casos concretos porque:
Trata-se de um princípio de justificação que leva o interesse de todos os atingidos.
Trata-se de um princípio de justificação que abrange todos os atingidos pela norma.
Tratar-se de um princípio de aplicação que não consegue se adequado aos casos.
Trata-se de um princípio de justificação que não consegue visualizar todos os casos.
Trata-se de um princípio de aplicação que mantém sua coerência de justificação.

Para Klaus Günther é preciso um certo tipo de discurso que seja capaz de adequar-se às circunstâncias do caso concreto de tal forma que entenda aqueles fatos que são relevantes moralmente de tal forma que consiga satisfazer as expectativas dos atingidos. Podemos dizer que nesses casos estamos falando de um:
Discurso de Justificação
Discurso de Dissociação
Discurso de Apropriação
Discurso de Aplicação
Discurso de Validação

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