Em procedimento de fiscalização, a secretaria da Receita Federal do Brasil identificou lucro não declarado por 3 sociedades empresárias, que obtiveram em coluio, fruto do tráfico de entorpecentes. Sobre a hipótese sugerida, como o fisco deve agir?
Ajudou sim Rian, mas cabe também destacar que usa-se nesse caso o princípio pecunia non olet, pois de acordo com Ricardo Alexandre "para o direito tributário não existe relevância se a situção que teve como consequência a ocorrência do fato gerador configure ilícito, mesmo que criminal"
Os auditores ficais devem lançar os créditos tributários em relação ao imposto sobre a renda auferida, assim como a respectiva multa.
Em acordo com CTN, Art. 118. A definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo-se: I - da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos;
Sendo assim, independente do modo como tenha ocorrido a disponibilidade econômica ou jurídica de renda ou proventos, estará configurado a ocorrência do fato gerador.
Também deverá ser anota a responsabilidade pessoal dos sócios por sua atuação em contrariedade a lei, ou mesmo ao contrato social da empresa (vez que imagino que nenhuma empresa tenha no seu contrato como objetivo comercializar drogas). Isso com base no art 137 CTN.
Espero ter ajudado.
Tal questão fora cobrada no XII Exame da Ordem, e teve como gabarito a seguinte assertiva:
A) O imposto sobre a renda é devido face ao princípio da interpretação objetiva do fato gerador, também conhecido como o princípio do pecunia non olet.
A cláusula tributária chamada pecunia non olet ou non olet estabelece que, para o fisco, pouco importa se os rendimentos tributáveis tiveram ou não fonte lícita ou moral.
No informativo 637 do STF o assunto fora tratado:
“É possível a incidência de tributação sobre valores arrecadados em virtude de atividade ilícita, consoante o art. 118 do CTN [...] seria contraditório o não-pagamento do imposto proveniente de ato ilegal, pois haveria locupletamento da própria torpeza em detrimento do interesse público da satisfação das necessidades coletivas, a qual se daria por meio da exação tributária."
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