Juros compensatórios são a remuneração do capital que o credor pode exigir do devedor.
O Decreto 22.626, de 7 de abril de 1933, conhecido como “Lei de Usura”, proibiu a estipulação de taxa de juros superiores ao dobro da taxa legal, esta fixada em 6% ao ano pelo artigo 1.062 do Código Civil de 1916.
Entretanto, a Súmula 596 do Supremo Tribunal Federal disciplinou: “As disposições do Decreto 22.626/33 não se aplicam às taxas de juros e aos outros encargos cobrados nas operações realizadas por instituições financeiras públicas ou privadas que integram o sistema financeiro nacional”.
Da mesma forma, o STJ decidiu (súmula 283) quanto às empresas administradoras de cartão de crédito: “As empresas administradoras de cartão de crédito são instituições financeiras e, por isso, os juros remuneratórios por elas cobrados não sofrem as limitações da Lei de Usura.”
A discussão sobre a limitação da taxa de juros se reiniciou em virtude do artigo 192, parágrafo 3º, da Constituição Federal de 1988, que estabelecia: “As taxas de juros reais, nelas incluídas comissões e quaisquer outras remunerações direta ou indiretamente referidas à concessão de crédito, não poderão ser superiores a doze por cento ao ano; a cobrança acima deste limite será conceituada como crime de usura, punido, em todas as suas modalidades, nos termos que a lei determinar”.
Para pacificar a questão, o Supremo Tribunal Federal decidiu que se fazia necessária lei complementar para conceder eficácia ao artigo 192, parágrafo 3º, da Constituição Federal de 1988, culminando com a edição da Súmula 648 (convertida na súmula vinculante 7), que dispõe: “A norma do parágrafo 3º do artigo 192 da Constituição, revogada pela EC 40/2003, que limitava a taxa de juros reais a 12% ao ano, tinha sua aplicabilidade condicionada à edição de lei complementar”.
Nos contratos referentes ao sistema financeiro de habitação, os juros compensatórios não podem exceder a taxa de 10% ao ano, nos termos da Lei 4.380, de 21 de agosto de 1964.
O Código Civil criou outra limitação à taxa de juros, ao estabelecer em seu artigo 591: “Destinando-se o mútuo a fins econômicos, presumem-se devidos juros, os quais, sob pena de redução, não poderão exceder a taxa a que se refere o artigo 406, permitida a capitalização anual”.
Dispõe o artigo 406: “Quando os juros moratórios não forem convencionados, ou o forem sem taxa estipulada, ou quando provierem de determinação da lei, serão fixados segundo a taxa que estiver em vigor para a mora do pagamento de impostos devidos à Fazenda Nacional”.
Resta saber, portanto, qual é a taxa de juros moratórios dos tributos devidos à Fazenda Nacional.
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