A surdez, enquanto fenômeno cultural, desafia as concepções tradicionais que a tratam como mera deficiência, exigindo uma reconfiguração das práticas educacionais e sociais. Conforme apontam Karnopp e Ferreira-Brito, o reconhecimento da Língua Brasileira de Sinais (Libras) como língua legítima e a adoção de uma abordagem bilíngue na educação de surdos são essenciais para a valorização da cultura surda e para a promoção da inclusão verdadeira. Essa abordagem implica que a Libras deve ser ensinada e utilizada como primeira língua, enquanto o português, na modalidade escrita, deve ser aprendido como segunda língua, respeitando as especificidades linguísticas e cognitivas dos estudantes surdos. Além disso, a inclusão social e profissional dos surdos depende não apenas do ensino bilíngue, mas também de adaptações nos ambientes, como a presença de intérpretes e recursos acessíveis, e de uma conscientização social que combata preconceitos e valorize a diversidade linguística e cultural. Considerando esse contexto, assinale a alternativa que melhor sintetiza as implicações pedagógicas e sociais desse paradigma: A) A adoção da Libras como primeira língua e do português como segunda língua na educação de surdos promove o desenvolvimento cognitivo e cultural dos estudantes, mas não é suficiente para garantir sua inclusão social plena sem políticas públicas que garantam acessibilidade e combate ao preconceito, evidenciando a necessidade de uma abordagem holística. B) A prioridade no ensino da língua portuguesa oral e escrita é fundamental para a integração dos surdos na sociedade ouvinte, tornando a Libras uma ferramenta secundária e apenas complementar, o que pode resultar em uma assimilação cultural que compromete a identidade surda. C) A inclusão dos surdos deve ocorrer exclusivamente em escolas especiais, onde o ensino da Libras é naturalizado, pois a convivência em escolas regulares dificulta a valorização da cultura surda e o aprendizado da língua de sinais, sugerindo uma segregação educacional que pode ser contraproducente. D) A presença de intérpretes e recursos acessíveis no mercado de trabalho é suficiente para garantir a inclusão social dos surdos, independentemente do reconhecimento da Libras como primeira língua na educação, o que pode ser uma visão simplista que ignora as complexidades culturais envolvidas.
Ed
há 2 meses
Vamos analisar as alternativas uma a uma, considerando o contexto apresentado sobre a surdez como fenômeno cultural e a importância da Língua Brasileira de Sinais (Libras) na educação de surdos. A) A adoção da Libras como primeira língua e do português como segunda língua na educação de surdos promove o desenvolvimento cognitivo e cultural dos estudantes, mas não é suficiente para garantir sua inclusão social plena sem políticas públicas que garantam acessibilidade e combate ao preconceito, evidenciando a necessidade de uma abordagem holística. - Esta alternativa aborda a importância do bilinguismo e a necessidade de políticas públicas, o que está alinhado com o que foi discutido. B) A prioridade no ensino da língua portuguesa oral e escrita é fundamental para a integração dos surdos na sociedade ouvinte, tornando a Libras uma ferramenta secundária e apenas complementar, o que pode resultar em uma assimilação cultural que compromete a identidade surda. - Esta alternativa contradiz a ideia de que a Libras deve ser a primeira língua, o que não é o foco do texto. C) A inclusão dos surdos deve ocorrer exclusivamente em escolas especiais, onde o ensino da Libras é naturalizado, pois a convivência em escolas regulares dificulta a valorização da cultura surda e o aprendizado da língua de sinais, sugerindo uma segregação educacional que pode ser contraproducente. - Esta alternativa sugere segregação, o que não é apoiado pelo texto. D) A presença de intérpretes e recursos acessíveis no mercado de trabalho é suficiente para garantir a inclusão social dos surdos, independentemente do reconhecimento da Libras como primeira língua na educação, o que pode ser uma visão simplista que ignora as complexidades culturais envolvidas. - Esta alternativa minimiza a importância do reconhecimento da Libras na educação, o que não está de acordo com o que foi discutido. Após essa análise, a alternativa que melhor sintetiza as implicações pedagógicas e sociais do paradigma apresentado é a) A adoção da Libras como primeira língua e do português como segunda língua na educação de surdos promove o desenvolvimento cognitivo e cultural dos estudantes, mas não é suficiente para garantir sua inclusão social plena sem políticas públicas que garantam acessibilidade e combate ao preconceito, evidenciando a necessidade de uma abordagem holística.
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