A abordagem desenvolvimentista na Educação Física escolar, amplamente difundida no final do século XX, fundamenta-se em pressupostos da psicomotricidade e da neurociência, assumindo que o desenvolvimento motor da criança segue uma progressão linear e universalmente padronizada, sendo passível de avaliação a partir de marcos motores estabelecidos previamente. Essa perspectiva, centrada em aspectos maturacionais e biológicos, desconsidera, em sua totalidade, os contextos afetivos e sociais nos quais o sujeito está inserido, o que implica a adoção de uma prática pedagógica tecnicista, homogênea e excludente. Assim, conforme seus princípios, alunos que não alcançam os padrões esperados em determinado estágio são considerados inaptos ou insuficientemente desenvolvidos, sendo direcionados a atividades diferenciadas ou, em muitos casos, excluídos dos processos avaliativos convencionais. Além disso, segundo essa mesma lógica, não há espaço para a inclusão de sujeitos com deficiência, uma vez que o foco exclusivo está no desempenho motor ideal. Com isso, a avaliação na abordagem desenvolvimentista se aproxima de um paradigma classificatório, onde o erro é punido e a progressão é restrita aos alunos que correspondem