Logo Passei Direto
Buscar
Quem acompanhasse os debates na Câmara dos Deputados em 1884 poderia ouvir a leitura de uma moção de fazendeiros do Rio de Janeiro: “Ninguém no Brasil sustenta a escravidão pela escravidão, mas não há um só brasileiro que não se oponha aos perigos da desorganização do atual sistema de trabalho”. Livres os negros, as cidades seriam invadidas por “turbas ignaras”, “gente refratária ao trabalho e ávida de ociosidade”. A produção seria destruída e a segurança das famílias estaria ameaçada. Veio a Abolição, o Apocalipse ficou para depois e o Brasil melhorou (ou será que alguém duvida?). Passados dez anos do início do debate em torno das ações afirmativas e do recurso às cotas para facilitar o acesso dos negros às universidades públicas brasileiras, felizmente é possível conferir a consistência dos argumentos apresentados contra essa iniciativa. De saída, veio a advertência de que as cotas exacerbariam a questão racial. Essa ameaça vai completar 18 anos e não se registraram casos significativos de exacerbação.
O argumento elaborado pelo autor sugere que as censuras às cotas raciais são
a) politicamente ignoradas.
b) socialmente justificadas.
c) culturalmente qualificadas.
d) historicamente equivocadas.
e) economicamente fundamentadas.
User badge image
Perguntas sobre Projetos de Ensino

há 2 meses

Respostas

User badge image

Ed Verified user icon

há 2 meses

Para responder à pergunta, vamos analisar o texto apresentado e o que ele sugere sobre as críticas às cotas raciais. O autor menciona que, após dez anos de debate sobre as cotas, não houve casos significativos de exacerbação da questão racial, o que indica que as preocupações levantadas contra as cotas podem não ter fundamento. Isso sugere que as críticas podem ser vistas como infundadas ou errôneas. Agora, vamos analisar as alternativas: a) politicamente ignoradas - Isso não parece ser o foco do argumento, já que o autor discute as críticas. b) socialmente justificadas - O autor sugere que as críticas não se sustentam, então essa opção não é correta. c) culturalmente qualificadas - Essa opção não se alinha com a ideia de que as críticas são infundadas. d) historicamente equivocadas - Essa opção parece se alinhar com a ideia de que as críticas não se sustentam ao longo do tempo. e) economicamente fundamentadas - O texto não menciona argumentos econômicos que sustentem as críticas. Diante disso, a alternativa que melhor reflete o argumento do autor é: d) historicamente equivocadas.

Essa resposta te ajudou?

0
Dislike0
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar essa resposta. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Ainda com dúvidas?

Envie uma pergunta e tenha sua dúvida de estudo respondida!

Essa pergunta também está no material:

Mais perguntas desse material

O quilombo aparecia onde quer que a escravidão surgisse. Não era simples manifestação tópica. Muitas vezes, surpreende pela capacidade de organização, pela resistência que oferece; destruído parcialmente dezenas de vezes e novamente aparecendo, em outros locais, plantando a sua roça, constituindo suas casas, reorganizando a sua vida social e estabelecendo novos sistemas de defesa. O quilombo não foi, portanto, apenas um fenômeno esporádico. Constituía-se em fato normal dentro da sociedade escravista. Era reação organizada de combate a uma forma de trabalho contra a qual se voltava o próprio sujeito que a sustentava.
A respeito da história dos quilombos no Brasil, considere as seguintes afirmativas:
1. Foi uma forma de organização dos escravos libertos, que não encontraram lugar na sociedade brasileira pós-abolição.
2. O quilombo marcou sua presença durante todo o período escravista, existindo praticamente em toda a extensão do território nacional.
3. Sua estrutura social respondia a uma lógica particularmente militar, que visava desestabilizar a estrutura social dos senhores de escravos.
4. A quilombolagem se constituiu na unidade básica de resistência, fruto das contradições estruturais do sistema escravista, e sua dinâmica refletia a negação desse sistema.
a) Somente as afirmativas 1 e 4 são verdadeiras.
b) Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras.
c) Somente as afirmativas 2 e 4 são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras.
e) Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras.

Sou filho natural de uma negra, africana livre, da Costa da Mina (Nagô de Nação), de nome Luíza Mahin, pagã, que sempre recusou o batismo e a doutrina cristã. Minha mãe era baixa de estatura, magra, bonita, a cor era de um preto retinto e sem lustro, tinha os dentes alvíssimos como a neve, era muito altiva, geniosa, insofrida. Dava-se ao comércio – era quitandeira, muito laboriosa e, mais de uma vez, na Bahia, foi presa como suspeita de envolver-se em planos de insurreição de escravos, que não tiveram efeito.
Nesse trecho de suas memórias, Luiz Gama ressalta a importância dos(as)
A ( ) laços de solidariedade familiar.
B ( ) estratégias de resistência cultural.
C ( ) mecanismos de hierarquização tribal.
D ( ) instrumentos de dominação religiosa.
E ( ) limites da concessão de alforria.

A luta contra o racismo, no Brasil, tomou um rumo contrário ao imaginário nacional e ao consenso científico, formado a partir dos anos 1930. Por um lado, o Movimento Negro Unificado, assim como as demais organizações negras, priorizaram em sua luta a desmistificação do credo da democracia racial, negando o caráter cordial das relações raciais e afirmando que, no Brasil, o racismo está entranhado nas relações sociais. O movimento aprofundou, por outro lado, sua política de construção de identidade racial, chamando de “negros” todos aqueles com alguma ascendência africana, e não apenas os “pretos”.
A estratégia utilizada por esse movimento tinha como objetivo
a) eliminar privilégios de classe.
b) alterar injustiças econômicas.
c) combater discriminações étnicas.
d) identificar preconceitos religiosos.
e) reduzir as desigualdades culturais.

Nascido numa casa antiga, pequena, com grande quintal arborizado, localizada no subúrbio de Lins de Vasconcelos, o Renascença Clube foi fundado por 29 sócios, todos negros. Buscava-se instaurar, por meio do Renascença, um campo de relações em que os filhos de famílias negras bem-sucedidas pudessem encontrar pessoas consideradas do mesmo nível social e cultural, para fins de amizade ou casamento. Os homens usavam trajes obrigatoriamente formais, flores na lapela, às vezes de summer ou até de fraque. As mulheres se vestiam com muitas sedas, cetins e rendas, não esquecendo as luvas e os chapéus.
No início dos anos 1950, a fundação do Renascença Clube, como espaço de convivência, demonstra o(a)
a) inexperiência associativa que levou a elite negra a imitar os clubes do brancos.
b) isolamento da comunidade destacada que ignorava a democracia racial brasileira.
c) interesse de um grupo de negros na afirmativa social para se livrar do preconceito.
d) existência de uma elite negra imune ao preconceito pela posição social que ocupava.
e) criação de um racismo invertido que impedia a presença de pessoas brancas nesses clubes.

A demanda da comunidade afro-brasileira por reconhecimento, valorização e afirmação de direitos, no que diz respeito à educação, passou a ser particularmente apoiada com a promulgação da Lei 10.639/2003, que alterou a Lei 9.394/1996, estabelecendo a obrigatoriedade do ensino de história e cultura afro-brasileiras e africanas.
A alteração legal no Brasil contemporâneo descrita no texto é resultado do processo de:
A) aumento da renda nacional.
B) mobilização do movimento negro.
C) melhoria da infraestrutura escolar.
D) ampliação das disciplinas obrigatórias.
E) politização das universidades públicas.

Mais conteúdos dessa disciplina