Sobre a transposição do livro Lavoura Arcaica de Raduan Nassar para o Cinema, feita pelo diretor Luiz Fernando Carvalho, pode-se traçar as seguintes considerações, exceto: A) Luiz Fernando apresenta inovadores experimentos narrativos, além de utilizar recursos como metáforas, jogos de luzes e sombras, incorporando, dessa forma, o que o texto literário de Nassar oferecia de visualidade e não se restringindo somente ao enredo. Assim como o romance de Raduan Nassar segue como um “bloco errático” dentro do panorama literário, o filme de Carvalho também foge às principais tendências que parecem ir assumindo o cinema nacional, pois vai ao encontro de uma narrativa contida e de um naturalismo típico da arte cinematográfica. Podemos dizer que o diretor não buscou no plano audiovisual uma operação poética análoga à do livro. O filme realizado por Luiz Fernando Carvalho foge do conceito de “adaptação”, sendo que o próprio diretor rejeita terminantemente este termo para se referir ao seu trabalho e afirma ter agido como se estivesse em “diálogo” com o livro de Nassar. No filme Lavour‘Arcaica de Luiz Fernando Carvalho, encontramos tais índices de um cinema de poesia. Nele, o