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Magistratura Estadual - TJRJ - Ano: 2008 - Banca: TJRJ - Disciplina: Direito Civil - Assunto: Contratos - Dário Dantas, casado com Maria Inez, ostentava procuração por instrumento particular com amplos poderes, outorgada pela mulher, para a gerência dos negócios e patrimônio desta. Desfeita a sociedade conjugal, Maria Inez revogou o mandato e notificou o ex-marido. Apesar da notificação, Dário Dantas celebrou em nome do ex-cônjuge contrato de empréstimo com o banco L'Oasi. Sendo assim, Maria Inez se viu citada em execução por título extrajudicial, defendendo-se, por meio de embargos, com base no argumento de ineficácia do negócio jurídico tendo em vista que o contrato foi celebrado após a notificação do mandatário acerca da revogação do mandato.
A seu turno, o banco ressaltou sua condição de terceiro de boa-fé, já que não possuía meios de saber sobre a revogação do mandato, além do fato de que Dário Dantas habitualmente celebrava em nome de Maria Inez diversas operações bancárias. Considerando os fatos provados e dispensando-se o relatório, decida o conflito na forma de sentença.
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há 2 meses

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há 2 meses

No caso apresentado, temos a revogação do mandato por Maria Inez e a celebração de um contrato de empréstimo por Dário Dantas após essa revogação. A questão central é a validade do contrato celebrado em nome de Maria Inez, considerando a notificação da revogação do mandato. 1. Revogação do Mandato: Maria Inez revogou a procuração e notificou Dário Dantas. A revogação do mandato é eficaz em relação a terceiros a partir do momento em que é comunicada ao mandatário, e, neste caso, Dário foi notificado. 2. Celebração do Contrato: O contrato de empréstimo foi celebrado após a notificação da revogação. Portanto, Dário não tinha mais poderes para agir em nome de Maria Inez. 3. Terceiro de Boa-fé: O banco L'Oasi alega ser terceiro de boa-fé, pois não tinha conhecimento da revogação do mandato. No entanto, a boa-fé do terceiro deve ser analisada à luz das circunstâncias do caso. O fato de Dário ter celebrado diversas operações em nome de Maria Inez não é suficiente para garantir a boa-fé, uma vez que a revogação foi devidamente notificada. 4. Decisão: Considerando que Dário Dantas não tinha poderes para celebrar o contrato de empréstimo em nome de Maria Inez após a revogação do mandato, o contrato é ineficaz. Assim, os embargos de Maria Inez devem ser acolhidos, e a execução deve ser julgada improcedente, uma vez que o banco não pode exigir o cumprimento de um contrato que foi celebrado sem a devida autorização. Sentença: "Julgo procedentes os embargos de Maria Inez, declarando a ineficácia do contrato de empréstimo celebrado por Dário Dantas em nome da embargante, em razão da revogação do mandato, e, consequentemente, a improcedência da execução promovida pelo banco L'Oasi."

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