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“Paulo Dias de Novaes empenhou-se tão bem quando da sua estadia na corte do Ndongo que obteve da corte de Portugal um contrato de conquista e de colonização. Essa colônia receberia o nome de Angola, nome este inspirado do título do rei do Ndongo. Paulo Dias chegou em 1575 e fundou Luanda no ano seguinte. Ali se consagrou ao tráfico de escravos e tentou sobrepujar uma comunidade de afro-portugueses oriunda de São Tomé que o havia precedido na região. Esse grupo cedeu-lhe o lugar e instalou-se na corte do ngola. Porém, em 1579, pressões metropolitanas obrigaram Dias a executar seu contrato. O rei do Ndongo, após ter sido informado de tal fato, mandou massacrar preventivamente todos os portugueses de sua corte e forneceu assim o pretexto para uma guerra que iria durar quase um século, até 1671. No início, a situação militar variava muito já que as alianças locais se dividiam entre os adversários. Entretanto, os portugueses conseguiram, não sem esforço, erguer algumas fortificações no interior das terras. A partir de 1612, contudo, uma aliança se criou entre os portugueses e os mbangala (chamados jaga), comunidades de guerreiros nômades que já viviam de rapina na região antes de 1600. Com a ajuda deles, e principalmente a dos jaga kasanje, os portugueses ocuparam uma boa parte do reino de 1617 a 1621, e o rei se refugiou no Leste do país. Os aliados arrasaram a região conquistada, causando a ruína de todo o país. Mesmo o tráfico de escravos se interrompeu e a fome se alastrou. Um tratado de paz foi então elaborado em 1622 e 1623, sendo o ngola representado por sua irmã, Nzinga Mbande, que foi batizada em Luanda com o nome de Anna. Todavia, colocou-se à frente de um partido antiportuguês. O rei morreu no início do ano de 1624 (homicídio ou suicídio?), Nzinga tornou-se regente, e depois rainha em 1626. Enquanto isso, os jaga kasanje ocupavam sempre a melhor parte do Ndongo. Portanto, a partir de 1626, os portugueses retomaram a guerra contra Nzinga, mas também contra Kasanje, e tentaram impor um rei fantoche. No decorrer das operações, Kasanje fundou uma base no vale do Cuango em 1626, a partir da qual edificou o Estado imbangala na década de 1630, ao passo que Nzinga conquistou o reino de Matamba que ela transformou em um formidável centro de oposição ao regime português. Quando os holandeses ocuparam Luanda, Nzinga aliou-se a eles contra Portugal” (VANSINA, J. O Reino do Congo e seus vizinhos. OGOT, Bethwell A. História Geral da África V: África do século XVI ao XVIII, Brasília: UNESCO, 2010, p. 662)
A partir do trecho acima e sobre a relação de portugueses e africanos, é correto afirmar:
I. Quando o trecho fala que o tráfico de escravos foi interrompido. Não foi somente pela guerra, mas também pela Lei Feijó, que tornava ilegal o tráfico de escravos. Isso fez com que Portugal tentasse rapidamente acabar com as guerras, já que elas se tornavam caras e não tinham mais a lucratividade de antes.
II. Grande parte da compreensão que temos dos africanos é que formavam tribos desorganizadas e que aceitavam trocas desvantajosas, de conterrâneos por fumo ou pinga. Todavia, o trecho acima desmente isso ao mostrar que os africanos possuíam organização e consciência política e que conseguiam entender e jogar os jogos de poder contra os europeus.
III. Apesar de os portugueses, por meio dos traficantes e da Igreja, reduzirem as diferenças entre os africanos que saíam da África e chegavam às colônias, tratando suas origens de forma genérica, a atuação dos portugueses em territórios africanos conhecia os diferentes grupos e buscava alianças e explorar as rivalidades.
1. Incorreta: I e II.
2. III.
3. I e III.
4. II e III. Resposta correta
5. I, II e III.
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há 3 dias

Respostas

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há 3 dias

Vamos analisar cada uma das afirmações: I. Quando o trecho fala que o tráfico de escravos foi interrompido. Não foi somente pela guerra, mas também pela Lei Feijó, que tornava ilegal o tráfico de escravos. Isso fez com que Portugal tentasse rapidamente acabar com as guerras, já que elas se tornavam caras e não tinham mais a lucratividade de antes. Essa afirmação é incorreta, pois a Lei Feijó não é mencionada no trecho e a interrupção do tráfico de escravos é atribuída à guerra e suas consequências. II. Grande parte da compreensão que temos dos africanos é que formavam tribos desorganizadas e que aceitavam trocas desvantajosas, de conterrâneos por fumo ou pinga. Todavia, o trecho acima desmente isso ao mostrar que os africanos possuíam organização e consciência política e que conseguiam entender e jogar os jogos de poder contra os europeus. Essa afirmação é verdadeira, pois o texto realmente mostra que os africanos tinham organização e consciência política. III. Apesar de os portugueses, por meio dos traficantes e da Igreja, reduzirem as diferenças entre os africanos que saíam da África e chegavam às colônias, tratando suas origens de forma genérica, a atuação dos portugueses em territórios africanos conhecia os diferentes grupos e buscava alianças e explorar as rivalidades. Essa afirmação também é verdadeira, pois o texto menciona a busca de alianças e a exploração das rivalidades entre os grupos africanos. Agora, vamos compilar as informações: - A afirmação I é incorreta. - As afirmações II e III são verdadeiras. Portanto, a alternativa que contém todas as afirmações verdadeiras é: 4. II e III. Resposta correta.

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Leia o trecho abaixo: “Apesar da existência de alguns “marcos” na historiografia sobre africanos no Brasil, a maior parte das referências à experiência áfricana está dispersa na literatura que lida com os vários aspectos da escravidão: trabalho, família, resistência, religião etc. Graças ao intercâmbio entre historiadores brasileiros e especialistas na história dos africanos em outras regiões da diáspora, a área de estudos propriamente áfricanistas no Brasil começa a se constituir em área destacada da grande área de estudos da escravidão. Isso porque a própria comparação das experiências dos africanos nas diversas regiões fora da África suscita debates próprios, relacionados com a experiência escrava, mas não centrados apenas nela.”
Sobre a História da África e a História do Brasil e com base no trecho acima, o que é correto afirmar?
I. A historiografia e a História demonstram, assim como o trecho, que não há qualquer relação da História do Brasil com a História da África, por isso, estudar História da África, no Brasil, é difícil.
II. A História da África no Brasil foi dependente da História da escravidão, uma vez que as relações diretas entre ambas são evidentes, pois vários africanos foram trazidos como escravos para a América.
III. É bastante recente – principalmente a partir dos anos 2000 – que os estudos sobre a África no Brasil ganham força e começam a ser pensados como uma categoria independente da História da Escravidão no Brasil.
IV. História da África foi pesquisada no Brasil desde os anos 1940, com uma produção bastante abundante e vasta. Portanto, a História da África tem uma presença na Historiografia brasileira há bastante tempo.
1. I e IV.
2. I, II e III
3. III e IV.
4. II e IV.
5. Correta: II e III.

“Negro da Guiné e gentio da Guiné’ foram as primeiras designações utilizadas para marcar a origem dos escravos africanos chegados à Bahia no século XVI. Mais do que um registro de procedência, estas expressões queriam significar a condição mesma de escravo na linguagem corrente da época. Seu uso se generalizara em Portugal, desde o final do século anterior, quando o tráfico de escravos começou a se transformar na mais potente empresa comercial daquele país. A multiplicidade cultural da África passava a ser ignorada pelos portugueses na razão direta em que o caráter de mercadoria se incorporava ao conjunto de sua população. Mas não linha sido sempre assim (p. 37). E o que era a Guiné, nos primeiros tempos do tráfico? No início, para os portugueses, a Guiné teria se restringido ao litoral da costa ocidental áfricana, que tinha como centro comercial a feitoria de Cachéu, subordinada às ilhas de Cabo Verde. Esta era a área descrita nos contratos de arrendamento do século XV. Entretanto, à medida em que a expansão do comércio português avançou para o sul, o termo passou a ser também utilizado para designar as partes do litoral então conhecidas como Costa da Pimenta, Costa do Marfim, Costa do Ouro e Costa dos Escravos. Assim, toda a África Ocidental ao norte do Equador, do Rio Senegal ao Gabão, era conhecida então como a Guiné (p. 39).
Com base no trecho acima e no impacto da escravidão e da presença europeia na África, é correto afirmar:
I. Os portugueses tiveram uma preocupação bastante grande em definir claramente quem eram os africanos com quem se relacionavam, pois, assim, conseguiriam definir as características de cada um para vender no tráfico.
II. Os portugueses não se preocupavam em entender quais eram os povos africanos. Assim, os negros acabavam sendo organizados conforme o porto de origem e, então, misturava-se muitos rivais e povos que não falavam o mesmo idioma.
III. A presença portuguesa na África auxiliou na reorganização do território e na pacificação dos conflitos entre grupos inimigos, pois, ao delimitar territórios novos, Portugal acabou unindos os rivais.
1. Correta: II.
2. III.
3. I e III.
4. I.
5. I e II.

Leia o trecho abaixo: “[...] No século XIX, já no período do Estado nacional, esse quadro social escravista interno altamente estável permitiu a expansão inaudita do tráfico negreiro transatlântico – nas letras da lei, proibido desde 1831 – e do próprio escravismo brasileiro. No período de quarenta anos compreendido entre a vinda da família real para o Brasil (1808) e o fim definitivo do tráfico, em 1850, foi introduzido mais de 1,4 milhão de cativos no Império, ou seja, cerca de 40% de todos os africanos desembarcados como escravos em três séculos da história do Brasil. Nesse sentido, as mudanças que se operaram no escravismo brasileiro oitocentista, em especial o incrível arranque da cafeicultura no vale do Paraíba, que rapidamente converteu o Brasil no maior produtor mundial do artigo, contou com práticas arraigadas de longa duração, que possibilitavam introduzir enormes massas de estrangeiros escravizados sem colocar em risco a segurança interna dessa sociedade. No século XIX, a maior ameaça ao escravismo brasileiro veio de fora, ou seja, da pressão antiescravista inglesa. Não por acaso, a resposta ideológica que os senhores e políticos brasileiros deram à ação diplomática e militar inglesa recorreu, entre outros pontos, à própria lógica de funcionamento sistêmico da escravidão brasileira. Ao fazê-lo, inverteram a visão ideológica que foi predominante na Colônia. Com efeito, salvo um ou outro caso, as autoridades metropolitanas sediadas na América portuguesa sempre entenderam que o setor de homens negros e mulatos livres representava mais risco do que segurança à ordem colonial. Em outras palavras, a maioria dos dirigentes metropolitanos não tinha consciência do processo institucional do escravismo brasileiro. [...]”
Sobre o trecho acima e o uso, no Brasil, de mão-de-obra escrava e vinda da África, é correto afirmar:
1. A mão-de-obra áfricana foi trazida para o Brasil para trabalhar na mineração. Contudo, como a mineração não resultou em uma atividade econômica importante, a mão-de-obra áfricana também não se tornou um componente importante na economica colonial.
2. Os escravos na colônia não eram em grande número, sendo superado pelo número de trabalhadores livres. Todavia, a escravidão ficou marcada pela violência e pelo fato de ter deslocado, à força, um grande contingente de africanos.
3. A situação de violência e repressão contra negros e africanos logo foi percebida e denunciada e o Brasil foi um país pioneiro na luta pelo direito dos escravos. O maior sinal disso é que o Brasil foi o primeiro país das Américas a abolir a escravidão.
4. Correta: A situação do áfricano enquanto escravo era uma situação de “coisa”. Ou seja, ele não era considerado como um ser humano, mas sim como mercadoria. Por isso, podia ser guardado, transportado, comprado e vendido.
5. A mão-de-obra escrava no Brasil era usada de forma especializada. Ou seja, os africanos eram trazidos para trabalhar exclusivamente no plantion e na colheita da cana, sendo que as outras etapas eram feitas por trabalhadores livres.

“As coisas ocorreram diferentemente no Magreb. Por um lado, podemos dizer que houve um constante esforço para integrar o Magreb (em particular, o Marrocos) na economia-mundo capitalista, desde suas origens, ou seja, desde o final do século XV. Por outro lado, parece que a região não tinha conhecido grandes mudanças nas relações de produção até a metade do século XIX, ou mesmo mais tarde. Entre 1450 e 1830, uma boa parte (mas não a totalidade) das relações entre o Magreb e a Europa, através do Mediterrâneo, era condicionada pela atividade dos corsários; essa, do ponto de vista econômico, pode ser assimilada, de alguma forma, ao comércio de luxo com os países longínquos, mediante ambiguidades análogas àquelas que apresentavam o tráfico de escravos setecentista na África Ocidental. Todavia, contrariamente ao tráfico de escravos, as expedições corsárias começaram a desaparecer no século XVIII, cedendo espaço a trocas comerciais mais regulares, em particular no Marrocos e na Tunísia. Desde a segunda metade do século XVIII, o Marrocos cultivava gêneros industriais e alimentícios, os quais eram exportados para a Europa junto a produtos de origem animal e minerais. Essas atividades foram consideravelmente estendidas após 1820. A maior resistência da Argélia a tal integração econômica explica, na verdade, sua conquista relativamente precoce, sobrevinda em uma época em que a dominação política da Europa sobre a África ainda não se encontrava generalizada.” WALLERSTEIN, Immanuel. A África e a economia-mundo. AJAYI, J.F. Ade. História geral da África VI: África do século XIX à década de 1880. Brasília: UNESCO, 2010, p. 34-35.
Sobre o trecho acima e a relação econômica da África com a Europa, é correto afirmar
I. Grande parte da relação da Europa com o Marrocos e o Magreb, discutida no texto, se deu durante o período colonialista, por meio de atividades de pirataria.
II. O norte da África se manteve ileso das políticas neocoloniais europeias nos séculos XIX e XX. Isso ocorreu, porque o norte da África já mantinha um comércio bem constituído com a Europa.
III. Como o trecho ressalta, foi só após 1820 que a integração econômica ficou mais intensa, caracterizando já os novos momentos da Revolução Industrial.
1. Incorreta: III.
2. I e II.
3. I, II e III.
4. I e III. Resposta correta
5. II.

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