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Roberto DaMatta (1997) analisa como o chamado mito do triângulo racial, que representa a origem do povo brasileiro na articulação entre indígenas, africanos e europeus, esconde relações desiguais de poder. Sua proposta é compreender esse mito não pela narrativa aparente de harmonia cultural, mas pelas tensões e pelas hierarquias raciais que ele mascara. Ao afirmar que o Brasil é fruto da mistura entre três raças convivendo pacificamente, essa ideia contribui para apagar o conflito, a violência e o racismo estrutural. Um exemplo disso é o uso da expressão “democracia racial” como argumento para deslegitimar políticas afirmativas, alegando que no Brasil todos “já são misturados”. Como a abordagem antropológica de Roberto DaMatta interpreta o papel simbólico do mito do triângulo racial na constituição das relações sociais brasileiras? A. Aponta a convivência entre indígenas, africanos e europeus como expressão de uma integração espontânea entre os grupos, marcada por complementaridade cultural e ausência de conflito. B. Identifica no mito uma narrativa que dissimula as assimetrias sociais, utilizando a ideia de origem compartilhada para justificar e naturalizar preconceitos racializados. C. Considera o mito uma evidência de que as desigualdades raciais são resultado exclusivo da experiência africana escravizada, sem vínculo com outros grupos étnicos. D. Interpreta o triângulo racial como um registro histórico objetivo das relações entre os grupos fundadores, pautado pela colonização e pela posterior integração solidária. E. Define o mito como um instrumento de denúncia das opressões raciais, conferindo à tríade étnica um papel esclarecedor das distorções históricas e das lutas sociais brasileiras.
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Fidelissimo Lima

há 2 meses

Respostas

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há 2 meses

Vamos analisar as alternativas com base na proposta de Roberto DaMatta sobre o mito do triângulo racial: A. Aponta a convivência entre indígenas, africanos e europeus como expressão de uma integração espontânea entre os grupos, marcada por complementaridade cultural e ausência de conflito. - Esta opção não reflete a crítica de DaMatta, que enfatiza as tensões e desigualdades. B. Identifica no mito uma narrativa que dissimula as assimetrias sociais, utilizando a ideia de origem compartilhada para justificar e naturalizar preconceitos racializados. - Esta opção está alinhada com a análise de DaMatta, que critica a ideia de harmonia e aponta para as desigualdades. C. Considera o mito uma evidência de que as desigualdades raciais são resultado exclusivo da experiência africana escravizada, sem vínculo com outros grupos étnicos. - Esta opção é limitada e não abrange a complexidade das relações entre os grupos. D. Interpreta o triângulo racial como um registro histórico objetivo das relações entre os grupos fundadores, pautado pela colonização e pela posterior integração solidária. - Esta opção também não reflete a crítica de DaMatta, que não vê a integração como solidária. E. Define o mito como um instrumento de denúncia das opressões raciais, conferindo à tríade étnica um papel esclarecedor das distorções históricas e das lutas sociais brasileiras. - Embora essa opção mencione opressões, não é exatamente o foco da crítica de DaMatta. A alternativa que melhor representa a interpretação de Roberto DaMatta sobre o papel simbólico do mito do triângulo racial é: B. Identifica no mito uma narrativa que dissimula as assimetrias sociais, utilizando a ideia de origem compartilhada para justificar e naturalizar preconceitos racializados.

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