O movimento de Lei e Ordem – assim como o de Tolerância Zero – ficou conhecido sobretudo por sua implementação nos Estados Unidos da América com o propósito de combater a crescente criminalidade, especialmente em grandes cidades. Trata-se de movimento segundo o qual novos tipos penais devem ser criados e os tipos penais já existentes devem ser aplicados com rigor para o efetivo restabelecimento da ordem. Parte-se do pressuposto de que a pena é sobretudo uma retribuição, que crimes graves devem ser punidos com penas altas, privativas de liberdade, e que a prisão provisória deve ser considerada como uma resposta imediata a práticas delitivas de maior gravidade e que causam inquietude na população de bem. Os críticos sustentam que tal política criminal oprime apenas os pobres, os necessitados e as minorias. Loic WACQUANT, (As prisões da miséria. Rio de Janeiro: Zahar, 2001, p. 37.) critica veementemente o sucesso atribuído à tolerância zero no que tange à redução da criminalidade norte-americana, uma vez que esse “êxito” foi globalizado. Em tempos de refugiados, migrantes e todas as pessoas que para alguns são “inadequadas ou não bem-vindas”, a tolerância zero conquista espaço, seja no campo penal, seja no comportamental. Um reflete no outro. Ambos excluem o diferente. Eis o que sustenta: “a tolerância zero apresenta, portanto, duas fisionomias: diametralmente opostas, segundo se é alvo (negro) ou beneficiário (branco), isto é, de acordo com o lado onde se encontra essa barreira de casta que a ascensão do Estado penal americano tem como efeito – ou função – restabelecer e radicalizar”.
Com base no texto acima, nas aulas assistidas e no material de apoio, DISSERTE, em no mínimo 15 (quinze) linhas, sobre a hipótese de aplicação da política de "Tolerância Zero" na sociedade brasileira e seus reflexos jurídicos e sociais.
Ed
há 3 semanas
Você precisa criar uma nova pergunta.