A nova lei de falências faz distinção entre o devedor de boa-fé e o devedor de má-fé? Por quê?
As relações sociais protegem a boa fé e condena a má fé. No Direito, podemos dizer que os atos viciados de má fé, como a fraude, ferem frontalmente a Lei mesmo aqueles atos praticados obedecendo todas as formalidades previstas em Lei. A fraude desclassifica o ato como legítimo por causa da pura e intencional má fé do agente.
O Código Civil de 2002, artigo145 diz: “São os negócios jurídicos anuláveis por dolo, quando este for a sua causa”.
Na fraude a simulação do ato é totalmente verdadeira, ou seja, o negócio jurídico praticado é verdadeiro, porém o vicio existente é a vontade livre de agir do devedor em prejudicar terceiros ou burlar a Lei, e ainda na violência contra o livre agir da parte coagida, que pratica o ato mediante vontade conduzida.
Não. Na verdade, o devedor, seja agindo com boa-fé ou má-fé, quando se vê sem a possibilidade de quitar as suas dívidas, será considerado apto à recuperação judicial ou à falência, desde que cumpridos os requisitos legais.
A Lei de Falências só prevê a distinção entre terceiro de boa-fé e má-fé:
§ 3º No caso de posterior invalidação de deliberação da assembléia, ficam resguardados os direitos de terceiros de boa-fé, respondendo os credores que aprovarem a deliberação pelos prejuízos comprovados causados por dolo ou culpa.
(...)
III – dos valores entregues ao devedor pelo contratante de boa-fé na hipótese de revogação ou ineficácia do contrato, conforme disposto no art. 136 desta Lei.
(...)
Art. 136. Reconhecida a ineficácia ou julgada procedente a ação revocatória, as partes retornarão ao estado anterior, e o contratante de boa-fé terá direito à restituição dos bens ou valores entregues ao devedor.
(...)
§ 2º É garantido ao terceiro de boa-fé, a qualquer tempo, propor ação por perdas e danos contra o devedor ou seus garantes.
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