Buscar

Atos administrativos

A nomeação do ex-presidente Lula, para ministro da casa civil, foi desvio de finalidade?  Houve um grande debate sobre o assunto, mas até agora os argumentos não são convincentes, particularmente eu acho que foi sim, desvio de finalidade. Há algum argumento pautado na doutrina?

💡 2 Respostas

User badge image

rafael

não sei mas eu concordo com o seu agumento. O fim dessa nomeação deveria ter sido com a finalidade publica, do tipo se o Lula foi alguem que tenha uma notoria saber juridico para o carg. E particularmente, eu nem sou defensor do PT e acho que ele saberia adm bem no cargo, se ele não fizer estripulias do tipo desfiar o dindin publico. 

0
Dislike0
User badge image

Especialistas PD

Não é possível afirmar de forma categórica que a nomeação do ex-presidente caracterizou desvio de finalidade. A questão depende da análise do conjunto probatório apresentado nos autos, aos quais não temos acesso.

Sobre o desvio de finalidade, o Professor Rafael Carvalho Rezende de Oliveira ensina que:

“A finalidade do ato administrativo relaciona-se com o atendimento do interesse público consagrado no ordenamento jurídico. A finalidade é o resultado do ato (ex.: a finalidade do ato que apreende medicamentos estragados é proteger a saúde das pessoas). Em verdade, toda e qualquer atuação administrativa deve ser preordenada ao atendimento dos interesses da coletividade.

O atendimento de interesses meramente privados, em desacordo com a ordem jurídica, configura “desvio de finalidade” ou “desvio de poder” (détournement de pouvoir) que acarreta a nulidade do ato administrativo (ex.: superior hierárquico que determina a relotação do subordinado por simples desavença particular).

Vale ressaltar que a finalidade é elemento vinculado do ato, uma vez que o interesse público sempre será o “fim mediato” da atuação administrativa. A discricionariedade, no caso, refere-se ao objeto do ato (fim imediato), que é o conteúdo do ato administrativo. Assim, por exemplo, a construção de escola ou hospital público é uma escolha relacionada ao objeto do ato. Em suma: a finalidade é invariável (vinculada) e o objeto pode ser variável (discricionário).” (Curso de Direito Administrativo. 6ª ed. pg. 351-352).

Diante do exposto, podemos concluir que, se o ato de nomeação do ex-presidente para o cargo de Ministro Chefe da Casa Civil tinha como objetivo garantir o foro por prerrogativa de função à Lula, tumultuando o processo que até então era de competência do Juiz de 1ª instância, não haveria, nesse caso, qualquer interesse público. Portanto, nessa hipótese, o ato buscaria tão somente atender ao interesse de um particular, e não o interesse público. Haveria, então vício do ato administrativo quanto à sua finalidade, além de violação aos princípios da moralidade e impessoalidade. Difícil é provar nos autos que a então Presidente tinha esse objetivo.

No link abaixo é possível ter acesso a artigos que expõem as principais controvérsias levantadas no caso bem como às decisões e pareceres proferidos.

https://www.conjur.com.br/2016-mar-18/gilmar-mendes-suspende-nomeacao-lula-casa-civil

https://www.conjur.com.br/2016-abr-12/parecer-lula-pgr-acusa-dilma-crime-responsabilidade

 

0
Dislike0

✏️ Responder

SetasNegritoItálicoSublinhadoTachadoCitaçãoCódigoLista numeradaLista com marcadoresSubscritoSobrescritoDiminuir recuoAumentar recuoCor da fonteCor de fundoAlinhamentoLimparInserir linkImagemFórmula

Para escrever sua resposta aqui, entre ou crie uma conta

User badge image

Outros materiais