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Quais são os atos administrativos?

💡 4 Respostas

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Anderson Dorneles

As espécies de atos administrativos são dividas em atos normativos, ordinatórios, negociais, enunciativos e punitivos. Para aprofundamento do assunto, segue a fonte:

http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=904

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Róger Araújo

Bom dia, Vedrana!

 

Para sanar a sua dúvida farei um texto não tão pequeno, porém completo.

 

A sua pergunta pode significar duas coisas: a) quais são as espécies de atos administrativos; b) qual a classificação dos atos administrativos. Por isso vou responder às duas para que não haja dúvida.

 

Espécies de atos administrativos

 

a) normativos --> aqueles que se destinam a todos que estejam na situação por eles regulada. Suas características são abstração e generalidade, porque não se destinam a uma pessoa específica e nem a uma situação específica. Exemplos disso são decretos, instruções normativas, regimentos, resoluções e deliberações. Assim, o regimento interno de um tribunal ou de uma universidade pública, por exemplo, são manifestações de atos normativos;

 

b) ordinatórios --> estes se destinam aos agentes que integram a entidade que expediu o ato, por isso não é a todos que se encontrem na situação por eles regulada. Exemplos disso são instruções, circulares, ofícios, portarias, circulares, ordens de serviço e despachos;

 

c) atos negociais --> são aqueles que o Poder Público pratica sem usar de suas prerrogativas especiais. Exemplos são licenças, autorizações, permissões, admissões, aprovações, homologações, vistos e dispensas. Assim, quando uma pessoa é dispensada do serviço militar, quando "tira" a sua habilitação ou quando tem a permissão de abrir um restaurante, por exemplo, o Poder Público faz isso mediante atos negociais;

 

d) enunciativos --> são aqueles mediante os quais o Poder Público certifica ou atesta uma situação. Aqui temos como exemplo as declarações de universidades públicas (aquelas que pegamos para comprovar que estamos nelas matriculados). O diploma e as certidões negativas de débito perante às instituições públicas, como ocorre com aquelas emitidas pelas pró-reitorias de pesquisa e extensão;

 

e) atos punitivos --> como o próprio nome já sugere, são aqueles por meio dos quais o Poder Público pune seus agentes ou particulares que com ele tenham alguma relação. A multa, a interdição e a destruição de coisas são manifestações desse poder. A suspensão duma escola pública por alguns dias, a expulsão e afins também são atos punitivos.

 

Agora a classificação:

 

a) quanto aos destinatários: gerais e individuais. Dizer que um ato se classifica em geral ou individual tomando como base a quem ele se destina é dizer se ele se destina a todos a alguém especificamente. Um ato geral é um regimento interno, pois não se destina a ninguém especificamente, mas a nomeação em concurso público é um ato individual, pois se nomeia uma pessoa específica ou algumas pessoas específicas. O mesmo acontece com a habilitação e com a licença;

 

b) quanto ao alcance: internos e externos. Dizer que um ato se classifica em interno ou externo quanto ao alcance é dizer se ele só se aplica dentro do órgão que o emitiu ou se se aplica também fora dele. Assim, atos internos são aqueles que só valem para dentro do órgão, como é o caso do memorando, da circular e da portaria. Já a nomeação e o decreto só produzem efeitos quando publicados em imprensa oficial e por esse motivo são considerados atos externos (principalmente a nomeação, porque ele visa tornar interno uma pessoa que é externa à Administração Pública);

 

c) quanto ao objeto: atos de império, atos de gestão e atos de expediente --> o critério usado para fazer essa classificação é o do uso ou não da supremacia do interesse público por parte da Administração. Assim, se ela usa de suas prerrogativas especiais, temos atos de império, pois ela se impõe sobre os particulares (observe os termos "império" e "impõe"). Agora se ela abre mão de usar suas prerrogativas especiais para tão somente contratar com particulares, como é o caso do contrato de locação. Os atos de expediente são meros atos de rotina administrativa, como é o caso do protocolo de processos;

 

d) quanto ao regramento: discricionários ou vinculados. Discricionários são os atos em que aquele que os pratica tem uma margem de escolha para atuar (ele escolhe o que e como vai fazer). Os atos vinculados não deixam essa liberdade, a forma e o resultado já estão previstos em lei, não há o que se discutir ou se pensar. Exemplo de ato discricionário é a famosa dispensa de licitação. Quando se contratará serviços ou se comprará produtos que não ultrapassem R$ 8.000,00, pode-se adquirir sem licitar, o gestor é quem escolhe se licita ou não. Já o ato vinculado não dá essa brecha. Um exemplo é quando o valor desses produtos ultrapassa R$ 8.000,00; o gestor tem que licitar e não tem pra onde correr, ou licita ou licita (isso é só uma ilustração, porque há situações que mesmo sendo acima de R$ 8.000,00 a licitação é impossível, mas são regras excepcionalíssimas). Diz-se que o ato discricionário é caracterizado por dar ao gestor a faculdade de analisar a conveniência ou oportunidade de se fazer ou não fazer um ato;

 

e) quanto à formação da vontade --> simples, complexos e compostos. Simples é o ato que para se formar reclama a manifestação dum órgão só (p. ex. um parecer). Complexto é o que se forma com a manifestação de mais de um órgão. O composto se qualifica quando há mais de um ato, um principal e um acessório, não reclamando que seja de mais de um órgão;

 

f) quanto ao conteúdo (efeitos) --> constitutivo, extintivo, declaratório, alienativo, modificativo e abdicativo. Constitutivo é o ato que cria uma relação jurídica entre uma pessoa e a administração (p. ex. uma nomeação de servidor). Extintivo (desconstitutivo) é o ato que faz o inverso do constitutivo, ou seja, desmonta uma relação jurídica entre uma pessoa e um particular (p. ex. a exoneração ou a demissão de um servidor). Declaratório é o que atesta uma situação, o que reconhece situações jurídicas já existentes (p. ex. declaração). Alienativo é o ato que transfere bens ou direitos dum titular para outro, como é a venda dum automóvel público para um particular. Modificativo é o ato que muda a relação jurídica já existente entre um administrado e a Administração, como é uma portaria que modifica uma reunião ou que ascende uma pessoa dum cargo para outro). Abdicativo é o ato que a Administração faz para abrir mão de um direito dela. Só quem em virtude do princípio da supremacia do interesse público e da legalidade, isso só pode ser feito quando a lei permitir;

 

g) quanto à eficácia: válido, nulo, anulável e inexistente. Válido é o que atende aos cinco requisitos/pressupostos dos atos administrativos (competência, forma, finalidade, motivo e objeto). Nulo é o que tem vício insanável, isto é, um vício que o faz impossível de ser convalidado e aceito no âmbito da Administração, como é o caso de uma transferência de um servidor feita por motivação política e para penalizá-lo, pois o instituto da transferência se presta à melhor organização do serviço público e não como penalidade ou arma de confrontos políticos. Anulável é um ato que embora tenha algum vício, esse vício é sanável e por isso produz efeitos na esfera jurídica até o momento em que for revogado. Exemplo disso é o ato que é praticado por pessoa incompetente, que posteriormente pode ser convalidado por quem era competente para praticar. Inexistente é como que um ato ilusório, parece ser ato mais não é, como é o caso da usurpação de função (p. ex. a pessoa às vezes nem pertence a Administração e diz que trabalha nela);

 

h) quanto à exequibilidade: perfeito, imperfeito, pendente e consumado. Perfeito é o ato que já passou por todos os trâmites necessários à sua produção e que por isso está pronto para produzir efeitos. Assim, imperfeito é o ato que ainda não completou todo o seu ciclo de formação para produzir efeitos (p. ex. uma portaria que ainda não foi publicada). O ato pendente é sempre perfeito, porém a diferença é que ele depende de uma condição externa para se consumar, para se findar (p. ex. uma ordem de serviço ainda não cumprida; o ato foi feito, mas falta o seu destinatário cumprir). Assim, consumado é o ato que deixou de ser pendente e foi cumprido, não faltando-lhe absolutamente nada (p. ex. autorização para um passeata após ela ser realizada);

 

Antes de findar, é imperioso ressaltar que uma espécie de ato administrativo se classifica em vários dos critérios apresentados acima (p. ex. um decreto é uma espécie de ato normativo, mas também é um ato geral e abstrato, perfeito, externo, império, simples, geralmente constitutivo, válido e perfeito). Isso sucede com qualquer ato administrativo.

 

Se possuir qualquer dúvida, você pode acessar o livro abaixo a partir da página 199, que fala do assunto. Bons estudos.

 

https://www.passeidireto.com/arquivo/22285022/direito-administrativo-e-constitucional---leandro-bortoleto-e-paulo-lepore-2016 

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Estudante PD

obrigada pela resposta

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