NEGÓCIOS JURÍDICOS:
- Conceito
- Planos dos Negócios Jurídicos
- Elementos de Existência
- Requisitos de Validade (art. 104 C.C.)
* Estes são conhecidos como elementos ESSENCIAIS do Negócio Jurídico
- Requisitos de Eficácia
* Estes são conhecidos como elementos ACIDENTAIS do Negócio Jurídico e são objeto da aula 4.
- Requisitos de Existência
Se considerarmos Agente, Objeto e Forma, será necessário o estudo destes com os Requisitos de Validade, como veremos em breve.
Se considerarmos Manifestação da Vontade, Finalidade Negocial e Idoneidade do Objeto:
a) Manifestação da vontade, que pode ser expressa, tácita ou presumida. O silêncio pode ser interpretado como manifestação tácita quando a lei, as circunstancias ou os usos autorizarem (art. 111 C.C.). A vontade, uma vez manifestada, obriga o contratante, segundo o principio da obrigatoriedade dos contratos (pacta sunt servanda) , ao qual se opõe o da onerosidade excessiva ou da revisão dos contratos (rebus sic stantibus) (art. 478).
b) Finalidade Negocial: intenção de criar, conservar, modificar ou extinguir direitos.
c) Idoneidade do Objeto: a vontade deve recair sobre objeto apto, que possibilite a realização do negócio que se tem em vista, uma vez que cada contrato tem objeto específico.
- Requisitos de Validade
a) Capacidade do Agente: aptidão para intervir em negócios jurídicos como declarante. A incapacidade de exercício é suprida, porem, pelos meios legais: a representação e a assistência (art. 1.634, VII – ATENÇÃO – TEXTO ALTERADO PELA LEI 13.058 DE 22/12/2014 SOBRE GUARDA COMPARTILHADA). Não se confunde com falta de legitimação, que é a incapacidade para a prática de determinados atos.
b) Objeto Lícito é o que não atenta contra a lei, a moral ou os bons costumes. Deve ser possível. Quando impossível, o negócio é nulo. Ocorre a impossibilidade jurídica do objeto quando o ordenamento jurídico proíbe negócios a respeito de determinado bem (art. 426 C.C.). A ilicitude do objeto é mais ampla, pois abrange os contrários a moral e aos bons costumes, além de não ser impossível o cumprimento da prestação. O objeto deve ser também determinado ou determinável.
c) Forma. Deve ser prescrita ou não defesa em lei. Em regra a forma é livre, a não ser nos casos em que a lei exija forma escrita, pública ou particular (art. 107 C.C.). Forma solene é a exigida pela lei. Forma contratual é a convencionada pelas partes (art. 109 C.C.). Forma indispensável, como a escritura pública na aquisição de imóvel (art. 108 C.C.). Forma facilitadora da prova, como a lavratura do assento de casamento no livro de registro (art. 1.536).
- Classificação
É enorme a variedade dos negócios jurídicos, daí a necessidade de classificá-los, pois as várias categorias possuem disciplina jurídica diversa e própria.
a) unilaterais (se aperfeiçoam com uma única manifestação de vontade, suficiente para a produção dos efeitos jurídicos – podem ser receptícios nos quais a manifestação da vontade depende do conhecimento da outra pessoa como por exemplo a revogação de um mandato ou a notificação que comunica o término de uma relação contratual e podem ser não receptícios em que o conhecimento por outra parte é irrelevante, como por exemplo, o testamento e a confissão de dívida), bilaterais (se perfazem com duas manifestações de vontade, coincidentes sobre o objeto), plurilaterais (contratos que envolvem mais de duas partes, com manifestação de mais de duas vontades); (os dois últimos são, por excelência, os contratos de conteúdo patrimonial, havendo, no direito de família, um negocio jurídico com características similares: o casamento.)
b) gratuitos ou benéficos (só uma das partes aufere vantagens ou benefícios) há diminuição patrimonial de uma delas com o aumento patrimonial da outra, como por exemplo a doação e onerosos (ambos os contratantes auferem vantagens, as quais, porém, corresponde uma contraprestação), art. 757 a 802 CC neutros (não podem ser incluídos na categoria, nem dos onerosos e nem dos gratuitos, pois lhes falta atribuição patrimonial e caracterizam-se pela destinação dos bens) vinculação de um bem que torna indisponível pela clausula de inalienabilidade e que impede sua comunicação com outro cônjuge, mediante clausula de incomunicabilidade) e bifrontes (podem ser onerosos e gratuitos segundo a vontade das partes) como o mandato e o deposito;
c) inter vivos (destinam-se a produzir efeitos desde logo, isto é, estando as partes envolvidas ainda vivas) e mortis causa(destinam-se a produzir efeitos após a morte do agente, regulando o patrimônio de uma pessoa após a sua morte);
d) principais (são os que têm existência própria e não dependem da existência de qualquer outro) compra e venda, locação e acessórios (são os que têm sua existência subordinada a dos contrato principal) clausula penal, fiança ;
e) solenes ou formais (só têm validade se revestidos de determinada forma) contratos constitutivos ou translativos de direitos reais sobre imóveis de valor superior ao mínimo legal, para os quais é necessária a escritura publica – art. 108 CC e assento do casamento no livro de registro art. 1.536 CC e não solenes (de forma livre, não exigem forma especial) prevalecendo a regra geral do art. 107 CC;
f) simples (constituem-se por ato único) , complexos (resultam da fusão de vários atos sem eficácia independente) alienação do imóvel em prestações, que se inicia pela celebração de um compromisso de compra e venda, mas se completa com a outorga da escritura definitiva e coligados (compõem-se de vários nj`s) arrendamento de um posto de gasolina, coligado pelo mesmo instrumento ao contrato de locação das bombas, de comodato de área para funcionamento de lanchonete, de fornecimento de combustível, etc;
- Interpretação
Não só a lei, mas o contrato, devem ser interpretados!
Em ambas as situações procuramos fixar o verdadeiro sentido da manifestação da vontade.
A lei tem sentido geral pois é dirigida a numero indeterminado de pessoas. O negócio jurídico é particular, dirigido apenas as partes envolvidas.
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Direito Civil I
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