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Alguém tem um resumo sobre negócio jurídico?

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Raquel Chaves

 NEGÓCIOS JURÍDICOS:

 

- Conceito

 

- Planos dos Negócios Jurídicos

  1.       Plano da Existência
  2.       Plano da Validade
  3.       Plano da Eficácia

 

 

-          Elementos de Existência     

  1.       Agente                                   /                      1. Manifestação de vontade
  2.       Objeto                        /                      2. Finalidade Negocial
  3.       Forma                        /                      3. Idoneidade do objeto

 

 

-          Requisitos de Validade (art. 104 C.C.)

  1.       Capacidade do Agente
  2.       Objeto lícito, possível, determinado ou determinável
  3.       Forma Prescrita ou não defesa em lei

 

* Estes são conhecidos como elementos ESSENCIAIS do Negócio Jurídico

 

-          Requisitos de Eficácia

  1.       Termos
  2.       Condição
  3.       Encargo ou Modo

 

* Estes são conhecidos como elementos ACIDENTAIS do Negócio Jurídico e são objeto da aula 4.

 

 - Requisitos de Existência

 

Se considerarmos Agente, Objeto e Forma, será necessário o estudo destes com os Requisitos de Validade, como veremos em breve.

 

Se considerarmos Manifestação da Vontade, Finalidade Negocial e Idoneidade do Objeto:

a)     Manifestação da vontade, que pode ser expressa, tácita ou presumida. O silêncio pode ser interpretado como manifestação tácita quando a lei, as circunstancias ou os usos autorizarem (art. 111 C.C.). A vontade, uma vez manifestada, obriga o contratante, segundo o principio da obrigatoriedade dos contratos (pacta sunt servanda) , ao qual se opõe o da onerosidade excessiva ou da revisão dos contratos (rebus sic stantibus) (art. 478).

b)     Finalidade Negocial: intenção de criar, conservar, modificar ou extinguir direitos.

c)      Idoneidade do Objeto: a vontade deve recair sobre objeto apto, que possibilite a realização do negócio que se tem em vista, uma vez que cada contrato tem objeto específico.

 

- Requisitos de Validade

 

a)     Capacidade do Agente: aptidão para intervir em negócios jurídicos como declarante. A incapacidade de exercício é suprida, porem, pelos meios legais: a representação e a assistência (art. 1.634, VII – ATENÇÃO – TEXTO ALTERADO PELA LEI 13.058 DE 22/12/2014 SOBRE GUARDA COMPARTILHADA). Não se confunde com falta de legitimação, que é a incapacidade para a prática de determinados atos.

b)     Objeto Lícito é o que não atenta contra a lei, a moral ou os bons costumes. Deve ser possível. Quando impossível, o negócio é nulo. Ocorre a impossibilidade jurídica do objeto quando o ordenamento jurídico proíbe negócios a respeito de determinado bem (art. 426 C.C.). A ilicitude do objeto é mais ampla, pois abrange os contrários a moral e aos bons costumes, além de não ser impossível o cumprimento da prestação. O objeto deve ser também determinado ou determinável.

c)      Forma. Deve ser prescrita ou não defesa em lei. Em regra a forma é livre, a não ser nos casos em que a lei exija forma escrita, pública ou particular (art. 107 C.C.). Forma solene é a exigida pela lei. Forma contratual é a convencionada pelas partes (art. 109 C.C.). Forma indispensável, como a escritura pública na aquisição de imóvel (art. 108 C.C.). Forma facilitadora da prova, como a lavratura do assento de casamento no livro de registro (art. 1.536).

 

 

- Classificação

 

É enorme a variedade dos negócios jurídicos, daí a necessidade de classificá-los, pois as várias categorias possuem disciplina jurídica diversa e própria.

 

a)     unilaterais (se aperfeiçoam com uma única manifestação de vontade, suficiente para a produção dos efeitos jurídicos – podem ser receptícios nos quais a manifestação da vontade depende do conhecimento da outra pessoa como por exemplo a revogação de um mandato ou a notificação que comunica o término de uma relação contratual e podem ser não receptícios em que o conhecimento por outra parte é irrelevante, como por exemplo, o testamento e a confissão de dívida), bilaterais (se perfazem com duas manifestações de vontade, coincidentes sobre o objeto), plurilaterais (contratos que envolvem mais de duas partes, com manifestação de mais de duas vontades); (os dois últimos são, por excelência, os contratos de conteúdo patrimonial, havendo, no direito de família, um negocio jurídico com características similares: o casamento.)

 

b)     gratuitos ou benéficos (só uma das partes aufere vantagens ou benefícios) há diminuição patrimonial de uma delas com o aumento patrimonial da outra, como por exemplo a doação e onerosos (ambos os contratantes auferem vantagens, as quais, porém, corresponde uma contraprestação), art. 757 a 802 CC neutros (não podem ser incluídos na categoria, nem dos onerosos e nem dos gratuitos, pois lhes falta atribuição patrimonial e caracterizam-se pela destinação dos bens) vinculação de um bem que torna indisponível pela clausula de inalienabilidade e que impede sua comunicação com outro cônjuge, mediante clausula de incomunicabilidade) e bifrontes (podem ser onerosos e gratuitos segundo a vontade das partes) como o mandato e o deposito;

 

 

c)      inter vivos (destinam-se a produzir efeitos desde logo, isto é, estando as partes envolvidas ainda vivas) e mortis causa(destinam-se a produzir efeitos após a morte do agente, regulando o patrimônio de uma pessoa após a sua morte);

 

d)     principais (são os que têm existência própria e não dependem da existência de qualquer outro) compra e venda, locação e acessórios (são os que têm sua existência subordinada a dos contrato principal)  clausula penal, fiança ;

 

 

e)     solenes ou formais (só têm validade se revestidos de determinada forma) contratos constitutivos ou translativos de direitos reais sobre imóveis de valor superior ao mínimo legal, para os quais é necessária a escritura publica – art. 108 CC e assento do casamento no livro de registro art. 1.536 CC e não solenes (de forma livre, não exigem forma especial) prevalecendo a regra geral do art. 107 CC;

 

f)       simples (constituem-se por ato único) , complexos (resultam da fusão de vários atos sem eficácia independente) alienação do imóvel em prestações, que se inicia pela celebração de um compromisso de compra e venda, mas se completa com a outorga da escritura definitiva e coligados (compõem-se de vários nj`s) arrendamento de um posto de gasolina, coligado pelo mesmo instrumento ao contrato de locação das bombas, de comodato de área para funcionamento de lanchonete, de fornecimento de combustível, etc;

 

 

- Interpretação

 

Não só a lei, mas o contrato, devem ser interpretados!

Em ambas as situações procuramos fixar o verdadeiro sentido da manifestação da vontade.

A lei tem sentido geral pois é dirigida a numero indeterminado de pessoas. O negócio jurídico é particular, dirigido apenas as partes envolvidas.

 

  •          Nas declarações de vontade se atenderá mais a intenção nelas consubstanciada do que no sentido literal da linguagem, prevalecendo a teoria da vontade sobre a teoria da declaração. (art. 112 CC)
  •           Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração. (art. 113 CC – O intérprete deve presumir que os contratantes procedem com lealdade. A boa-fé é presumida, mas a má-fé deve ser provada).
  •           Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se restritivamente (art. 114 C.C.).
  •          Quando houver no contrato de adesão, cláusulas ambíguas ou contraditórias, dever-se-á adotar a interpretação mais favorável ao aderente (art. 423 C.C.). 
  •          A transação interpreta-se restritivamente (art. 843 C.C.).
  •          A fiança não admite interpretação extensiva (art. 819 C.C.).
  •          A intenção das partes pode ser apurada pelo modo como vinham executando o contrato, de comum acordo.
  •          Deve-se interpretar o contrato, na dúvida, da maneira menos onerosa para o devedor.
  •          As cláusulas contratuais não devem ser interpretadas isoladamente, mas em conjunto com as demais. 
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