MOVIMENTO DE RECONCEITUAÇÃO
Na década de 50, o Serviço Social através de pequenas manifestações e movimentos, começou a dar sinais de inquietação e insatisfação em relação ao poder institucional e as práticas burocráticas que norteavam a profissão. Porém, devido à repressão da ditadura militar, os movimentos recuaram , reaparecendo mais fortes nos anos 60 e 70. Segundo Faleiros(2005), o Movimento de Reconceituação não se refere a um fato isolado, na verdade foram várias tentativas de avançar e romper com tradicionalismo e conservadorismo. Houve uma geração, chamada “geração 65”, formada por um grupo de profissionais da vanguarda, que questionavam as bases conservadoras do Serviço Social e defendiam uma profissão latino-americana comprometida com o desenvolvimento do continente. Foram diversos debates e seminários, que impulsionavam o Serviço Social a buscar propostas de renovação e reconceituação, sendo fundamentais para o avanço da profissão, como por exemplo, o Seminário Regional Latino Americano de Serviço Social, que ocorreu em Porto Alegre RS. Nessa mesma época, o Centro Latino Americano de Serviço Social-CELATS, transforma-se em núcleo de investigação e produção teórico-metodológica, responsável pela elaboração do pensamento critico mais avançado do Serviço Social.
Outro importante debate da década de 60 , foi o que resultou no Documento de Araxá (1967), que definiu a profissão como instrumento para o desenvolvimento humano, tanto individual quanto coletivo. Nesse período, a profissão se via em meio a uma crise em relação à desqualificação profissional no mundo cientifico – acadêmico, sua inadequação metodológica e ausência de uma teorização articulada. O Serviço Social Latino Americano, inicia um movimento de renovação da profissão, denunciando e contestando o Serviço Social Tradicional. Esses fatores descritos acima influenciaram na crise ideológica dos profissionais do Serviço Social, culminando no Movimento de Reconceituação.
O Movimento de Reconceituação se deu em meio aos conflitos sociais, lutas dos movimentos sociais, num cenário onde as contradições sociais eram tão predominantes, que envolviam grande parte da sociedade, tanto burgueses quanto trabalhadores. Os assistentes sociais tinham limitações e se viam obrigados a dar respostas aos desafios que lhes eram impostos. Por isso, buscavam romper com o conservadorismo e começar uma nova identidade profissional. O Movimento de Reconceituação é considerado por muitos autores, como um movimento de revisão, reflexão e questionamento do Serviço Social.
Referências:
FALEIROS, Vicente de Paula. Reconceituação do Serviço Social no Brasil: uma questão de movimento? Serviço Social e Sociedade. N. 84, ano: XXVI, São Paulo, Cortez, 2005.
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Introdução à Questão Social
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