interesse publico e previlegio administrativo

 O interesse público como o conjunto de interesses que os indivíduos pessoalmente têm, enquanto membros do corpo social. Pois, o interesse do todo é uma função qualificada dos interesses das partes, ou seja, o interesse público é um veículo para realização dos interesses individuais dos sujeitos que integram a sociedade. Este interesse nunca discordará do interesse de cada um dos membros da coletividade.

     A dinâmica social mostrou que o Estado precisa contar com mecanismos que lhe permitam buscar o bem comum. Ocorre que muitas vezes essa busca entra em conflito com interesses dos particulares. Nesse diapasão, formou-se um consenso de que, em regra, o bem comum deve prevalecer sobre interesses individuais (muitas vezes egoísticos), e que o Estado, enquanto guardião do interesse público, deve ser dotado de prerrogativas que lhe permitam perseguir esse interesse.

     Dentre essas prerrogativas podemos citar as chamadas cláusulas exorbitantes dos contratos administrativos, previstas no art. 58, da Lei 8.666/93.

Art. 58.  O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por esta Lei confere à Administração, em relação a eles, a prerrogativa de:

I - modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades de interesse público, respeitados os direitos do contratado;

II - rescindi-los, unilateralmente, nos casos especificados no inciso I do art. 79 desta Lei;

III - fiscalizar-lhes a execução;

IV - aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial do ajuste;

V - nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente bens móveis, imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do contrato, na hipótese da necessidade de acautelar apuração administrativa de faltas contratuais pelo contratado, bem como na hipótese de rescisão do contrato administrativo.

     No âmbito processual, a fazenda pública possui as seguintes prerrogativas:

• Prazo em dobro para recorrer;
• Citação pessoal;
• Isenção de custas;
• Procedimento específico de Execução Fiscal;
• Pagamento de seus débitos mediante precatórios;
• Restrições às cautelares contra a fazenda pública.

     Importante ressaltar que as prerrogativas são institucionais, pois visam fortalecer a administração pública que é justamente quem tutela o interesse público. Portanto, prerrogativa não é sinônimo de privilégio. O privilégio é um benefício injustificado conferido a uma pessoa. Não é disso que se trata aqui.