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O que é uma Entidade Transfederativa?

Defina, aponte fundamentos legais e posicionamentos doutrinários e jurisprudenciais.

💡 3 Respostas

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Gabriel Andrade

Boa Anderson!!

Na verdade as chamadas Entidades Transfederativas são os Consórcios Públicos, instituídos pela Lei 11.107/2005, criados sob o regime jurídico de Direito público, que também recebem o nome de Associações Públicas e tem natureza autárquica. Tais entidades fazem parte da Administração Indireta de todos os entes federativos consorciados, daí o nome de Entidades Transfederativas.

Vale lembrar que os Consórcios Públicos de Direito Privado não integram formalmente a Administração Pública, portanto não são considerados Entidades Transfederativas.

 

Abraços

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Anderson Júnior

os consórcios públicos são um exemplo de unidades transfederativas

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Especialistas PD

Entidade Transfederativa, entidade interfederativa e multifederativa são termos sinônimos. As entidades interfederativas surgem no bojo dos consórcios públicos. Sobre o tema, Rafael Carvalho Rezende Oliveira explica:

 “os entes consorciados deverão instituir pessoa jurídica, de direito público (consórcio público de direito público) ou privado (consórcio público de direito privado), para execução e gestão do objeto do consórcio.

“A associação pública integra a Administração Indireta de todos os entes consorciados, na forma do art. 6.º, § 1.º, da Lei 11.107/2005, constituindo-se em verdadeira entidade interfederativa ou multifederativa.

Há, todavia, controvérsia na doutrina e na jurisprudência sobre a possibilidade de instituição de entidade administrativa interfederativa.

Primeira posição: impossibilidade de entidades interfederativas no ordenamento jurídico pátrio, tendo em vista o princípio federativo que consagra a autonomia dos entes federados. Nesse sentido: Odete Medauar e Gustavo Justino de Oliveira.

Segunda posição: viabilidade constitucional de entidades interfederativas. Nesse sentido: Floriano de Azevedo Marques Neto, Alice Gonzalez Borges, Alexandre Santos de Aragão.

Sustentamos a possibilidade de instituição de entidades interfederativas, tendo em vista os seguintes argumentos:

a) compatibilidade com o federalismo cooperativo, sendo certo que a formatação da Cooperação não é definida previamente pela Constituição, admitindo-se, portanto, a eventual personificação pelos entes consorciados que teriam a autonomia preservada;

b) o art. 241 da CRFB, após redação dada pela EC 19/1998, remete ao legislador ordinário a disciplina da gestão associada por meio de consórcios públicos, o que viabilizaria a opção pela instituição de entidades interfederativas;

c) as entidades interfederativas não representam novidade no ordenamento jurídico, havendo, inclusive, previsão em algumas Constituições estaduais.19

É oportuno registrar que o STF já afirmou a impossibilidade de constituição de autarquia interestadual de fomento ou desenvolvimento regional. O caso tratava do Banco Regional do Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDES), criado em 1962, e assentou as seguintes premissas básicas:

a) a criação legítima de autarquia pressupõe que as suas finalidades institucionais estejam compreendidas no âmbito material e territorial da entidade estatal matriz, o que reclama, em princípio, a unidade desta;

b) a instituição de autarquias interestaduais, à falta de entidades intermediárias entre a União e os Estados, só se poderia legitimar por força de norma constitucional federal, que não existe;

c) as atividades estatais de planejamento e fomento do desenvolvimento regional, a partir de 1934, foram reservadas privativamente à União que, no caso, não integrava a autarquia interestadual.

Contudo, o precedente do STF não tem o condão, salvo melhor juízo, de inviabilizar a instituição de entidade interfederativa, na linha prevista na lei dos consórcios, desde que o consórcio seja formatado para execução de atividades que sejam de titularidade de um ou mais entes consorciados. Ademais, a decisão do STF foi proferida com fundamento na EC 1/1969 e a composição da Corte foi profundamente alteradas nos últimos anos.” (Curso de Direito Administrativo. e-book. 6ª ed. pg. 207-208)

 

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