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Algo sobre Direito das Obrigaçôes

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Sávio Lopes

A coluna desta semana é sobre um assunto recorrente no Exame de Ordem dos Advogados do Brasil e nos concursos públicos na matéria de Direito Civil: Direito das Obrigações.

A parte especial do Código Civil de 2002 é inaugurada pelo livro de Direito das Obrigações, sendo reservado do artigo 233 ao 420 para o exaurimento da matéria.

As obrigações podem ser conceituadas como relações jurídicas estabelecidas de forma transitória pelo sujeito ativo (credor) e pelo sujeito passivo (devedor), tendo como objeto uma prestação econômica que pode ser positiva (obrigações de dar e de fazer) ou negativa (obrigação de não fazer) e que se inadimplida terá como garantia o patrimônio do devedor.

A prestação econômica, denominada o elemento objetivo da obrigação, é o objeto da obrigação e deve ser lícito, possível e economicamente apreciável e pode constituir-se em: dar, fazer e não fazer.

A fonte da obrigação pode ser um contrato, um ato ilícito ou um ato unilateral de vontade, que caracterizam o vínculo jurídico, ou seja, o liame legal que une os sujeitos da obrigação.

O ponto crucial da matéria muito cobrado nos exames da Ordem e concursos públicos são as modalidades de obrigações, levando em consideração a classificação e distinção de cada uma delas. As obrigações dividem-se em: obrigação de dar coisa certa, obrigação de dar coisa incerta, obrigações de fazer e não fazer, e seus desdobramentos: obrigação divisível e indivisível e obrigações solidárias.

 

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Patrícia Oliveira

Direito das Obrigações ou Direito Pessoal é formado por um conjunto de normas que regulamentam as relações jurídicas, no que diz respeito ao patrimônio. Ele é um livro especial que faz parte do Código Civil.

Nesse direito há uma relação de troca entre credores e devedores. O credor tem o direito de exigir que seja cumprida a obrigação. Se o devedor, não quiser cumpri-la, o credor poderá procurar o poder judiciário e reivindicar os seus direitos.

Pelo sistema capitalista existente no mundo, esse direito torna-se essencial para resolução de relações obrigacionais definindo suas características, consequências e extinção. Por esse fato foram criadas regras que equilibrassem as relações entre os sujeitos.

Para reforçar, dentro do direito obrigacional deve existir uma relação entre:

Credor → Prestação ← Devedor 
Vínculo Jurídico

Saiba a definição de cada um:

Credor e Devedor (Sujeito Ativo e Passivo) - representado por uma pessoa física ou jurídica na relação obrigacional;

Objeto - a prestação;

Vínculo Jurídico - é a relação entre o credor e o devedor.

Esta relação poderá ser obrigação de dar, obrigação de fazer e obrigação de não fazer.

Classificação das Obrigações

Obrigação de dar

É a obrigação de entregar uma quantia de dinheiro ou algo a alguém ou simplesmente dar. Aqui uma pessoa poderá restituir a dívida que deve. Assim é preciso dar (nos casos em que a prestação é essencial para pagamento da dívida), entregar (nos casos em que a prestação é o usufruto da coisa) ou restituir (quando o devedor devolve algo que recebeu do credor). Essa obrigação poderá ser dividida em:

Obrigação de dar coisa certa - o devedor entrega um bem com características individuais, específico. Ex.: Empréstimo de carro, sendo que a devolução deve ser um mesmo carro, com cor, ano, marca, etc., iguais ao anterior.

Obrigação de dar coisa incerta - o devedor deverá pagar um bem que não, necessariamente, precisa ser semelhante, mas com mesma quantidade e gênero. Ex.: No empréstimo do carro deverá devolver um com o mesmo valor, não importando as outras características.

Obrigação de fazer

É quando uma pessoa se compromete a pagar uma dívida em prol da atividade profissional desejada. Ex.: pintura de um quadro. Pode ser classificada como:

Obrigação de fazer fungível - aquela dívida que pode ser paga por outra pessoa que não seja o devedor.

Obrigação de fazer infungível - dívida que somente pode ser paga pelo devedor.

Obrigação de fazer declaração de vontade - quando há um contrato de compromisso entre o credor e o devedor e existe um adiantamento em dinheiro/bem chamado de 'arras'. Esse contrato pode ser retratável (arrependimento), caso o comprador desista da compra há uma perda do dinheiro/bem, mas caso o vendedor desista, este deverá dar uma indenização em dobro ao valor do adiantamento; o contrato poderá ser também irretratável, ambas as partes não poderão se arrepender do acordo.

Obrigação de não fazer

É quando o devedor se compromete a não realizar determinado ato, em função do vínculo estabelecido com o credor. Ex.: direitos de imagem de um artista, que só poderá aparecer com exclusividade em determinada emissora.

Com relação ao modo de execução as obrigações são classificadas em:

Obrigações Simples - quando existe um credor e um devedor. Ex.: Obrigação de dar, de fazer e de não fazer.

Obrigações Complexas - quando há mais de um credor/devedor ou mais de um objeto. Podem ser:

Cumulativas ou Conjuntas - quando há mais de uma obrigação e o devedor só se livrará da dívida se cumprir todas as obrigações.
Alternativas - quando há mais de uma obrigação e o devedor poderá optar por livrar-se apenas de uma.
Facultativas - quando é definida uma obrigação, porém o devedor poderá, a seu critério, realizar o pagamento de outra prestação.

Descumprimento das Obrigações

Na relação obrigacional, se há um cumprimento daquilo que fora combinado entre os sujeitos, há uma extinção pelo cumprimento não gerando consequências para o campo jurídico. Mas, se essas obrigações são descumpridas, a vítima que foi lesada deverá recorrer a justiça que tal obrigação seja cumprida.

Na obrigação de dar é possível exigir esse direito através da força legal, ou seja, se o devedor não pagou a dívida ou entregou o bem como havia definido, estes poderão ser tomados, numa ação judicial, para penhora ou vendidos para pagamento da dívida.

Já a obrigação de fazer, quando não é cumprida tem uma solução diferente. Em casos em que há obrigações de fazer infungível, o credor poderá requisitar perdas e danos ou ainda executar uma ação judicial reivindicando um prazo para o cumprimento da dívida.

Se as obrigações de fazer forem fungíveis, o credor poderá requerer perdas e danos, mas também o poderá contratar outros serviços às custas do devedor.

Quanto a obrigação de não fazer, se ela for descumprida, o devedor deverá abster-se daquilo que foi comprometido. Ele pode requerer perdas e danos ou se possível, desfazer o acordo.

Cláusula Penal

É uma cláusula que está presente no contrato relacionada a perdas e danos.

Se houver um descumprimento no contrato, a vítima já poderá recorrer a perdas e danos, mas se as partes interessadas decidirem, já poderá constar no contrato uma cláusula com o valor das perdas e danos caso haja esse descumprimento total ou parcial da obrigação. Essa cláusula pode ser moratória (quando houver mora) ou compensatória (quando houver inadimplemento).

Mora: é quando há uma demora no cumprimento do contrato. Assim, a multa cobrada é de 2% nas obrigações.

Inadimplemento: é quando há o descumprimento total do contrato.

Essa cláusula não poderá ser superior ao valor da obrigação principal; e a moratória não poderá ultrapassar 2%.

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