Resposta: Estão INCORRETAS as alternativas (a) O Poder Moderador, na Primeira Constituição Brasileira, era exercido pelo Conselho de Ministros, e constituia a instância parlamentar; (c) Parlamento, como instituição política, é específico das monarquias, não existindo nos governos republicanos e (d) Somente fatores históricos explicam a diversidade das constituições para Montesquieu.
Justificativa:
(a) O Poder Moderador, na Primeira Constituição Brasileira, era exercido pelo Conselho de Ministros, e constituia a instância parlamentar: INCORRETA, pois o Poder Moderador no Brasil concentrou-se nas mãos do imperador, pois não se estabeleceu na Constituição Brasileira de 1824, a separação entre os poderes Executivo e Moderador. Assim o Poder Moderador no Brasil assumiu o caráter da inviolabilidade e do sagrado. Era atribuições do Poder Moderador: Nomeação de senadores, ministros e magistrados; Demissões e suspensão de cargos políticos; Concessão de anistia; Aprovação e suspensão dos conselhos provinciais; Sanção de decretos e resoluções da Assembleia geral; Convocação, prorrogação e adiamento da Assembleia geral, podendo inclusive pedir a dissolução quando fosse necessário para a ‘salvação do Estado’.
(c) Parlamento, como instituição política, é específico das monarquias, não existindo nos governos republicanos: INCORRETA porque o parlamentarismo não é um sistema exclusivo das Monarquias, sendo possível verificar sua presença também em Repúblicas. São exemplos de Monarquias parlamentaristas o Reino Unido, a Suécia e o Japão. E são exemplos de Republicas Parlamentaristas a Irlanda, a Alemanha, a Índia e a Itália. Por Sistema de Governo, compreendemos ser “as estruturas que ele [o governo] exprime” (BOBBIO, 1993: 677), isto é, um Governo possui diversas estruturas e diversas dimensões a serem estruturadas, a decisão entre Parlamentarismo e Presidencialismo é uma dessas estruturas. As Formas de Governo podem ser caracterizadas com diferenças dependendo da literatura que irá se ter como referência. Optamos aqui por considerar como Formas de Governo exemplo de formas de Monarquia e a República. As Formas de Governo influenciam diretamente os Sistemas de Governo, pois produzem os contornos aos quais os Sistemas precisaram de moldar.
(d) Somente fatores históricos explicam a diversidade das constituições para Montesquieu: INCORRETA pois o critério historiográfico, ou seja, do tempo e do espaço ao qual determinado governo está inserido, não é o único critério de Montesquieu, nem o mais importante. Montesquieu categoriza as formas de governo segundo quem pode ou quanto podem ocupar a posição mais alta de poder. É dessa categorização que a obra de Montesquieu parte: "O Oriente sabia e sabe que apenas um é livre; o mundo grego e romano, que só alguns são livres; o mundo germânico, que todos são livres. Por isso, a primeira forma que nós vemos na história do mundo, é o Despotismo, a segunda, a democracia e a aristocracia, e a terceira, a monarquia". São despóticos os Estados primitivos e bárbaros.” (BOBBIO, 1993: 346). Ao caracterizar o Despostismo, o compreende como “o governo de um só mas ‘sem lei nem freio’” (BOBBIO, 2010: 105). A virtude perante aqueles que detém o poder, também é uma forma de categorização: “a honra nas monarquias, a virtú nas repúblicas, o medo no despotismo” (BOBBIO, 2010: 105). Um outro aspecto categorizando é a liberdade: “nas democracias o povo parece quase fazer o que deseja, ligou-se a liberdade a essas formas de governo e confundiu-se o poder do povo com sua liberdade.” (MONTESQUIEU, 2005: 200);“Num Estado, isto é, numa sociedade há leis, a liberdade não pode consistir senão em poder fazer o que se deve querer e em não ser constrangimento a fazer o que não se deve desejar. Deve-se ter sempre em mente o que é independência e o que é liberdade. A liberdade é o direito de fazer todo o que as leis permitem; se um cidadão pudesse fazer todo o que elas proíbem, não teria mais liberdade, porque os outros também teriam tal poder.” (MONTESQUIEU, 2005: 200).
Referência bibliográfica:
MONTESQUIEU. Do Espírito das Leis. São Paulo: Editora Nova Cultural, 2005.
BOBBIO, Norberto; MATTEUCCI, Nicola; PASQUINO, Gianfranco. Dicionário de Política. 5. ed. Brasília: Edunb, 1993.
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