Certa pessoa trabalhava para uma empresa de Terceirização de Trabalho Temporário, onde seu contrato vencia em 08/05, porém o mesmo foi prorrogado automaticamente (acredito que pelo mesmo tempo - três meses), só que no dia 11/06 eles rescindiram o seu contrato (ele ficou sabendo hoje que me mandaram um TELEGRAMA informando a rescisão, porém mandaram o TELEGRAMA para a cidade errada e ele não o recebeu). Ninguém o avisou sobre sua rescisão, nem por sms, nem por email, nem por telefonema. O mesmo estava de atestado do dia 06/06 à 17/06, e quando voltou de atestado (18/06) foi para o seu trabalho habitual, e trabalhou.
O que acontece com a empresa que não o comunicou de forma tácita nem expressa sobre sua rescisão?
O contrato dele que encerrou dia 08/05, prorrogou-se automaticamente, ou se tornou contrato por tempo indeterminado?
Se seu contrato foi prorrogado, ele têm de receber a indenização por quebra antecipada de contrato?
ou
Se seu contrato se tornou por tempo indeterminado, ele têm de receber aviso prévio, e posteriormente a multa de 40% sobre o FGTS?
Ele sofreu algum tipo de dano moral referente à tudo isso que aconteceu?
Acho que, se tratando de um caso concreto, ficaram algumas pontas soltas aí:
1 - Como o contrato dele fora prorrogado? Tinha clausula de prorrogação?
2 - Ao ser entregue o telegrama, a pessoa que o recebeu teve de assinar alguma A.R. ou qualquer tipo de documento que comprove o seu recebimento? Se sim, então o telegrama é válido como aviso.
3 - O atestado fora entregue antes da sua volta ou, ao menos fora comunicado a empresa o motivo desse período de ausência?
Tem-se que ver como ocorreu essa prorrogação antes de se falar em quebra contratual.
Se o telegrama for válido, conta como aviso prévio.
Acho que o que se pode fazer é discrutir sobre o dano moral/ressarcimento relativo ao período em que ele voltou a trabalhar mesmo após a entrega do aviso. Espero ter ajudado.
Respostas:
R1: No contrato havia cláusula de prorrogação. E ele foi prorrogado de forma verbal, onde seu superior imediato o avisou sobre a prorrogação (detalhe: o seu superior imediato também era temporário).
R2: O telegrama avisando sobre a rescisão do contrato não chegou para ninguém, tendo em vista que foi enviado para a cidade errada.
R3: Sim, o atestado foi entregue antes da sua volta, mais especificamente antes de fazerem o próprio telegrama que falava sobre a rescisão. Também fora comunicado o motivo do atestado.
Acredito que com as três afirmações acima fica mais fácil a resolução do mesmo.
O artigo 451 da CLT afirma que o contrato por prazo determinado pode ser prorrgado por uma única vez, já o artigo 445 da CLT afirma que o tempo máximo de uma contrato por tempo determinado não poderá ser superior a 2 anos. Deste modo, a prorrogação do contrato não o transformará em contrato por prazo indeterminado.
Conforme o artigo 479 da Consolidação das Leis do Trabalho, caso o empregado, contratado por tempo estipulado, for demitido sem justa causa, deverá receber do empregador, a título de indenização, a metade da remuneração que receberia até o fim do contrato.
"Art. 479 - Nos contratos que tenham termo estipulado, o empregador que, sem justa causa, despedir o empregado será obrigado a pagar-lhe, a titulo de indenização, e por metade, a remuneração a que teria direito até o termo do contrato."
Quanto a possibilidade de indenização por dano moral, o TST tem firmado jurisprudência de que a demissão por justa causa, por si só, não gera dano moral.
(RR 40829/2002-900-02-00.8)
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