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Diferencie Circunstanciais de Elementares.

Quais são as diferenças entre as circunstanciais e as elementares no direito penal ?

 

💡 4 Respostas - Contém resposta de Especialista

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O artigo 30 do CP dispõe quanto à incomunicabilidade das circunstancias e condições de caráter pessoal, salvo se elementares do crime.

Um crime pode, em regra, ser praticado por uma ou mais pessoas. Ocorre o concurso de agentes ou concurso de pessoas, quando mais de um indivíduo, ciente e voluntariamente, participa da mesma infração, existindo uma convergência de vontades para um mesmo fim, a realização, mas quais são as circunstâncias, condições e elementares do crime?

Trazemos à tona, mais uma vez, os conhecimentos de Professor Damásio de Jesus, o qual quanto às condições e elementares dispõe:

“Circunstancias são dados acessórios (acidentais) que, agregados ao crime, tem função de aumentas ou diminuir a pena, Não interferem na qualidade do crime, mas sim afetam a sua gravidade (quantitas dlicti). Não se consideram circunstâncias as causas de exclusão da antijuricidade e da culpabilidade

...

Elementares são os elementos típicos do crime, dados que integram a definição da infração penal.

As circunstancias podem ser:

  1. a) Objetivas (materiais ou reais)
  2. b) Subjetivas (ou pessoais)”, (DAMASIO, 2002, p. 430).”

O ilustre Dr. Fernando Capez, por sua vez, dispõe:

“a) As Circunstâncias subjetivas ou de caráter pessoal jamais se comunicam, sendo irrelevante se o co-autor ou participe delas tinha conhecimento (...) b) As circunstâncias objetivas comunicam-se, mas desde que o co-autor ou participe delas tenha conhecimento (...) c) As elementares, sejam objetivas, sejam subjetivas, se comunicam, mas desde que o co-autor ou participe delas tenha conhecimento” (CAPEZ, 2004, p. 336).”

Tendo vislumbrado que as circunstancias objetivas são aquelas que ligam os meios e modos de realização do crime, tempo, ocasião, lufar, objeto material e qualidades da vítima.

As circunstâncias subjetivas podem ser elencadas aqui como aquelas que dizem respeito com a própria pessoa do participante, sem qualquer relação com a materialidade do delito, como os motivos determinantes, suas condições ou qualidade pessoal e relações com a vítima ou com outros concorrentes.

No entanto, a comunicabilidade das elementares de caráter pessoal não é um mal existente em nosso ordenamento jurídico-penal. Em outras palavras, nem sempre a comunicabilidade das elementares pessoais nos crimes próprios conduz à aplicação de uma pena injusta. Exemplo disto é o que se dá no crime de peculato, quando o co-autor ou partícipe do funcionário público, que não pertence aos quadros da administração pública, incide nas penas deste delito (art. 312, caput, CP, pena: reclusão de 2 (dois) a 12 (doze) anos e multa) e não nas penas do crime de apropriação indébita (art. 168, caput, CP, pena: reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa).

Abordando a comunicabilidade das elementares, é importante abordar, da mesma forma, quanto à Incomunicabilidade destas, pois como dispõe o Art. 30 CP “não se comunicam as circunstâncias e condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime”

As circunstâncias e as condições de caráter pessoal ou subjetivo são incomunicáveis aos co-autores ou partícipes do crime. Não há extensão dos efeitos das circunstâncias e condições pessoais. Tal é a inteligência do art 30do CP, primeira parte. Cada sujeito responderá de acordo com as suas condições (menoridade, reincidência, parentesco etc.) Então, por exemplo, se um sujeito pratica um crime sendo reincidente, a agravante do art 61I, do CPnão se estenderá ao co-autor ou ao partícipe; ou ainda, se dois sujeitos praticam um determinado delito, sendo um deles menor de 21 (vinte e um) anos, a atenuante do art 65I, do CP não se comunica para o outro. Na concepção de Mirabete (2000, p. 239), tem-se que:

“As condições e circunstâncias pessoais não se comunicam entre os co-autores ou partícipes. Assim, cada sujeito responderá de acordo com suas condições (menoridade, reincidência, parentesco) e circunstância (motivo fútil, de relevante valor social ou moral, de prescrição etc.)”

Desta mesma forma, podemos ver que as elementares e circunstanciais relacionadas ao crime de aborto não são passíveis de comunicabilidade, pois o Código Penal brasileiro tipifica as penas e sanções de forma personalíssima, e sabendo que está também é característica condiciona da comunicabilidade, não pode ser aplicado a terceiro o agravante ou atenuante do primeiro.

A exemplo, supondo que num crime de abordo onde, fora do conhecimento da gestante, o marido a leva para clínica de aborto, e lá a obriga a realizar o aborto e, por erro de procedimento é concretizado mas causando extensas lesões corporais, prejudicando a execução de atividades da gestante longo período de tempo.

Sendo o médico reincidente do crime de aborto, o marido partícipe neste mesmo crime, mas sem reincidências de nenhuma espécie, não podem ser comunicáveis as penas cominadas a estes sujeitos, contudo, quanto à Lesão Corporal Grave causada, tendo responsabilidade objetiva, deve o namorado também responder por participação neste crime, porém, mais uma vez, sem concorrer à comunicabilidade das circunstanciais e elementares do crime.

 

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Diego da Mota Borges

A diferença reside na função e localização de cada uma dela.

Enquanto a elementar serve para compreender o crime em si, como por exemplo, no homicídio, ou seja, matar "alguém", a circunstância serve para compreender uma reprovação ainda maior pelo legislador da conduta. Situação de maior reprovação ocorre com a qualificadora de comer o crime mediante "paga ou promessa de recompensa...".

Assim, a elementar integra a própria discrição típica, enquanto que a circunstância é o acessório, o plus, aquilo eleito pelo legislador para reprovar ainda mais a conduta já tipificada no caput. A circunstância é a qualificadora.

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Glynnis Brito

As circunstâncias são elementos que não integram a identidade da tipificação penal, mas sim que circundam esta, sendo causa apenas para o aumento ou diminuição da pena. Nas palavras de Greco, “são dados periféricos, acessórios, que gravitam ao redor da figura típica, somente interferindo na graduação da pena”. Por não integrarem a essência do tipo penal incriminador, pode-se dizer que as circunstâncias não influenciam na caracterização de existência do delito. Resumindo, “sua exclusão não interfere na existência da infração penal, mas apenas a torna mais ou menos grave”.

Já no que tange às elementares, cumpre ressaltar que estas são configuradoras de tipos penais. As elementares servem como uma característica inerente ao tipo penal sem a qual não restaria conduta incriminada ou haveria uma conduta diversa da em questão. Nas palavras de Capez, as elementares “provêm de elemento, que significa componente básico, essencial, fundamental, configurando assim todos os dados fundamentais para a existência de figura típica”.

                                                                FONTE: SITE  AMBITO JURIDICO

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Damião Oliveira

As CIRCUNSTÂNCIAS são elementos acessórios, que agregadas ao crime tem função de aumentar ou de diminuir a pena, não interferindo na qualidade do crime, mas afetando a sua gravidade. Pode ser:

OBJETIVAS que são as que se relacionam com os meios e os modos de realização do crimee, tempo, lugar, ocasião, objeto material etc. 

SUBJETIVAS, de carater pessoal que só dizem respeito ao praticante como motivos determinantes para o cometimento do delito.

As circunstâncias estão nos parágrafos só se comunica em concurso de agentes se for subjetivas.

As ELEMENTARES, são os dados fundamentais de uma conduta criminosa. São os fatores que integram a definição básica de uma infração penal. É o que esta no caput do crime, se tirar os  elementares do tipo desaparece o crime. Sempre se comunica no concuso de agetes, seja objetivo ou subjetiva.

Ex. o enfermeiro que ajuda a mãe a matar o seu próprio filho sob influência do estado poerperal responde por infanticídio. Sim!

Pois são elementares, [ser mãe], [estár no estado puerperal] e esses elementares se comunicam no concurso de agentes.

 

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