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PROCESSO PENAL II

Na tentativa de identificar a autoria de vários arrombamentos em residências agrupadas em região de veraneio, a polícia detém um suspeito, que perambulava pelas redondezas. Após alguns solavancos e tortura físico-psicológica, o suspeito, de apelido Alfredinho, acabou por admitir a autoria de alguns dos crimes, inclusive de um roubo praticado mediante sevícia consubstanciada em beliscões e cusparadas na cara da pessoa moradora. Além de admitir a autoria, Alfredinho delatou um comparsa, alcunhado Chumbinho, que foi logo localizado e indiciado no inquérito policial instaurado. A vítima do roubo, na delegacia, reconheceu os meliantes, notadamente Chumbinho como aquele que mais a agrediu, apesar de ter ele mudado o corte de cabelo e raspado um ralo cavanhaque. Deflagrada a ação penal, o advogado dos imputados impetrou habeas corpus, com o propósito de trancar a persecução criminal, ao argumento de ilicitude da prova de autoria. Solucione a questão, fundamentadamente, com referência necessária aos princípios constitucionais pertinentes.

💡 4 Respostas

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Estudante PD

No caso em questão foi violado vários dispositivos do artigo 5º da Constituição Federal. Estão entre eles:

 XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;

 LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;

 LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória;

LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado;

Desse modo, houve violação do princípio da presunção de inocência, pois o acusado em questão é considerado inocente até o trânsito em julgado da sentença, foi violado também o direito de permanecer calado e não produzir provas contra si. Por ser a confissão em questão prova ilícita ela deve ser desentranhada do processo, sendo que, a delação, em virtude da teoria dos frutos da árvore envenenada, também é ilícita, pois derivou de uma prova com ilicitude. 

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Raphaelly

1ª - A questão é controvertida na doutr ina pátria. Alguns bons processualistas defendem a aplicação do PRINCIPIO DA PROPORCIONALIDAD E e PRINCIPIO DA RAZOABILIDADE do bem jurídico em confronto: a segurança pública e a paz social de um lado e do outro lado o ius libertatis da pessoa do infrator. Para os adeptos dessa corrente, aproveita-se a prova derivada de uma outra contaminada de ilicitude na origem.

2ª - Uma segunda corrente defende a admissibilidade da prova subsequente, se independente daquela de origem ilícita. Seria a hipótese do caso concreto, em que a vítima do roubo fez reconhecimento pessoal dos meliantes na del egacia.

3ª - Um terceiro posicionamento vem sendo adotado pelo Supremo tribunal Federal ( STF), inadmitindo, de forma absoluta, a prova ilícita quer originária quer por derivação.

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CDF RIO DE JANEIRO

A confissão que a polícia conseguiu de Alfredinho foi feita através de tortura e meios cruéis e, por isso, não é válida. A Constituição Federal veta, expressamente, a adoção de tortura enquanto prática institucional (uma vez que um de seus basilares é a dignidade da pessoa humana), além de ser crime inafiançável.

As provas colhidas contra Alfredinho, bem como todas as outras que dela advém, são provas adquiridas por meio ilícito, e o processo não pode ser instaurado com base nelas. Ou seja, há violação da dignidade da pessoa humana, do devido processo legal e do contraditório e ampla defesa.

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