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O que é a inoponibilidade das excessões pessoais em face do terceiro de boa fé, quando e contra quem ela tem aplicação?

Inoponibilidade das excessões pessoais em face do terceiro de boa fé

💡 2 Respostas

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Mariane Albrecht

A pessoa obrigada por um título de crédito não pode se recusar em pagar ao portador do título, alegando qualquer relação pessoal. Não poderá alegar porque o terceiro de boa-fé nada tem a ver com a relação de base que ensejou a emissão do título.

 

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Jonathan Thomas

"Pelo subprincípio da inoponibilidade das exceções pessoais aos terceiros de boa-fé, o
executado em virtude de um título de crédito não pode alegar, em seus embargos, matéria de defesa estranha à sua relação direta com o exequente, salvo provando a má-fé dele. São, em outros termos, inoponíveis aos terceiros defesas (exceções) não fundadas no título. Ainda no exemplo criado para o princípio da autonomia, nos embargos de Benedito, interpostos na execução judicial da nota promissória, a matéria de defesa fica circunscrita apenas à relação jurídica que mantém com o exequente, Carlos. Que relação é esta? Simples: Benedito é o devedor de uma nota promissória, de que é credor Carlos. Nada mais. Assim, as exceções admitidas, na execução, dizem respeito somente a tal relação, ou seja, à nota promissória. Por exemplo: a prescrição do título, a nulidade da nota por não preencher os requisitos da lei, falsificação etc. (cf. Lucca, 1979:97/103). Não podem ser levantadas, nos embargos de Benedito, questões relativas ao vício no automóvel adquirido de Antonio, porque essas são exceções pessoais contra o vendedor do bem, em virtude das quais Carlos não pode ser responsabilizado nem prejudicado. Como se vê, novamente se retorna ao ponto a que conduz o princípio da autonomia das obrigações cambiais, justificando a qualificação da inoponibilidade como
subprincípio.

 

O simples conhecimento, pelo terceiro, da existência de fato oponível ao credor anterior do título já é suficiente para caracterizar a má-fé. Não se exige, para o afastamento da presunção de boa-fé, a prova da ocorrência de conluio entre o exequente e o credor originário da cambial. Basta a ciência do fato oponível, previamente à circulação do título. Ainda no exemplo adotado, se Carlos sabe que Benedito, no prazo da lei civil, notificou Antonio de sua intenção de rescindir a compra do automóvel, em razão da descoberta dos vícios, e mesmo assim concorda em negociar a nota promissória, sujeita-se à discussão, em juízo, da procedência do reclamo do executado. Será seu encargo judicial demonstrar que não existia vício oculto no bem que Antonio vendeu a Benedito. Note-se que o conhecimento pelo terceiro, da insatisfação do devedor cambial, em relação ao negócio originário, não é causa desconstitutiva do direito creditício. Apenas amplia os limites da matéria admitida à discussão em juízo. Se o devedor cambial não tem razão em suas alegações, ele deve pagar o portador do título, ainda que o último tivesse, ao tempo da circulação, conhecimento da insatisfação dele com a relação fundamental."

 

Fabio Ulhoa Coelho

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