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o que é o direito positivo

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Nadine Moreira

-Direito Natural

O Direito Natural é entendido como sendo o conjunto de princípios e valores morais e éticos que cada ser humano carrega com sigo. Naturalmente agregados através do convívio com a sociedade em que está inserido.

-Direito Positivo

O Direito Positivo por sua vez trata-se das normas, da lei propriamente dita, elaboradas por uma determinada sociedade, tendo como base de concepção o Direito Natural.

· QUAIS OS OBJETIVOS?

O objetivo de ambos é regrar as ações do homem em meio a sociedade procurando ditar o que é certo ou errado nas relações interpessoais dos homens em sua convivência social. Buscando uma convivência de harmonia e respeito mutuo entres os membros da sociedade.

· QUAIS AS DIFERENÇAS?

Enquanto o Direito Natural trata do direito como algo abstrato, divino, de valores que estão presentes em cada ser dotado de racionalidade. O Direito Positivo se baseia em um ordenamento jurídico. Ele passa a determinar o direito como um fato, e não como valor.

Se alguém transgredir alguma regra tida como do direito natural, por exemplo, alguma regra de etiqueta, a pessoa não irá sofrer nenhuma sansão jurídica, e sim apenas o repúdio da sociedade que dar valor aquela regra.

Mas se o sujeito infringe alguma norma do direito positivo, por exemplo, comete um furto, ele sofrerá a sansão jurídica condizente à infração cometida.

· ASPECTOS HISTÓRICO EVOLUTIVO

-Direito Natural

O Direito tem como uma de suas nascentes as leis naturais, que surgiram a partir do momento que o homem decidiu se reunir em sociedades, como regras divinas, superiores a própria existência humana, a qual deveriam ser subordinados. Para alguns pensadores “existe um direito natural permanente e perpetuamente válido, independente de qualquer intervenção humana”.

A partir daí surgiram diversas linhas de ideias e pensamentos a respeito do direito natural. Para Heráclito, todas as leis humanas deverias obedecer a um ordenamento maior, a lei divina do Cosmos, os homens e o mundo seriam governados por seres divinos. Para ele, a justiça é o resultado da permanente tensão social, que é um resultado jamais definitivo, pois está em constante mudança.

Através dos pensamentos de Heráclito, Aristóteles faz suas primeiras especulações a respeito de uma tensão de justiça que está em permanente renovação, sem ir contra, mas integralizando o direito positivo ao direito natural. Para ele ademais das leis partículas que cada povo tem que estabelecer para si, existe uma lei “comum” conforme a natureza.

Já os estoicos, que tem como fundador o pensador Zenon, voltavam o direito natural à lei da razão, e os homens, sendo parte da natureza divina, eram seres dotados de racionalidade. Assim, enquanto o homem se guiasse pela sua razão, livrando-se de suas emoções, poderia conduzir sua vida de acordo com a lei da natureza. A razão como centro de tudo era tida pelos estoicos como base do direito e da justiça. Para eles a razão divina, residia no homem, de qualquer parte do mundo, independente da raça e nacionalidade.

Panécio foi seguidor dessa doutrina e a levou para Roma, onde foi reestruturada por Cícero, que tornou o direito estoico utilizável no contexto ao direito romano e propício a sua evolução. Para ele o que interessava era o direito e não a lei, pois o homem, segundo seus preceitos, nasceu para a justiça e o direito se funda em sua própria natureza e não no arbítrio.

O cristianismo herdará para sua concepção de direito natural, do estoicismo a distinção do direito natural absoluto e relativo, e a jurídica romana. Para eles direito natural e absoluto, era o que imperava antes da transgressão do homem com o pecado original. Nesse direito todos eram iguais não havia governo de homem sobre homem nem domínio sobre escravo. Já o direito natural relativo, era aquele que foi adaptado ao homem após o pecado original através de um sistema de princípios jurídicos.

Para São Tomás de Aquino, observando a relação ente a igreja e o governo, a esperança de se chegar a uma justiça cristã estaria em se colocar o direito natural para normatizar a todos como regra de caráter geral acima do direito positivo.

Até a idade média o direito natural era vinculado com a vontade de Deus. A partir daí a escola de direito de Grotius, esse direito seria vinculado a razão.

Para John Lock um importante representante do jusnaturalismo, a lei natural era eterna para todos, sendo clara e facilmente entendível à todos os seres racionais. Logo a lei natural e a lei da razão estariam em pé de igualdade. Para ele o homem era perfeitamente capaz de criar uma doutrina moral, por meio das concepções de sua sociedade, que seria a lei natural e emanaria para todos os deveres da vida.

No século XVIII e XIX a razão foi a base para se pensar a forma ideal e sem falhas do direito natural, seguindo o racionalismos (jusnaturalismo), com a missão de se constituir uma nova ordem jurídica baseada nos princípios de liberdade e igualdade, considerados base para a formação da razão e da justiça.

-Direito Positivo

O Direito Positivo é outro meio de se basear a natureza do direito. Protágoras pode ser considerado o precursor do pensamento positivista. Para ele “as leis criadas pelos homens deveriam ser obrigatórias e válidas, sem considerar o seu conteúdo moral”.

O direito positivo, tem Hegel como principal personagem em sua abordagem mais recente, no início do século XIX, como oposição ao idealismo transcendental. Já em seu relato mais antigo, data do início no século XV, com a política prática de Maquiavel, do século XVI com o método experimental de Francisco Bacon ao XVII com o materialismo de Tomas Hobbes.

O positivismo jurídico ocorre quando se separa o direito positivo do direito natural, não sendo mais tratados como direito no mesmo sentido. O direito positivo passa a ser independente e se reduz todo o direito à direito positivo, e se exclui o direito natural da categoria de direito, o colocando como mero princípio moral.

Quanto ao surgimento, o direito positivo já mostrava alguns sinais na Grécia. Apesar de Augusto Comte ser considerado o pai do positivismo, já se delineavam seus traços em Descartes, Galileu, Bacon, Lock e outros.

Fonte: https://diegodods85.jusbrasil.com.br/artigos/433519427/direito-natural-e-direito-positivo

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DLRV Advogados

Para darmos uma explicação completa, é necessário fazer uma comparação com o direito natural.

Segundo Massaro, o jusnaturalismo, ou o direito natural, é a corrente de pensamento jurídico-filosófica que pressupõe a existência de uma norma de conduta intersubjetiva universalmente válida e imutável, fundada sobre a peculiar ideia da natureza preexistente em qualquer forma de direito positivo que possa formar o melhor ordenamento possível para regular a sociedade humana, principalmente no que se refere aos conflitos entre os Estados, governos e suas populações.

Segundo o filósofo Nicola Abbagnano, "o direito positivo nunca se adéqua completamente a lei natural, porque o direito positivo contém elementos variáveis e mutáveis em todo o lugar e em todo o tempo, portanto, segundo esta corrente de pensamento, as normas de direito positivo seriam realizações imperfeitas que apenas se aproximariam das normas do direito natural".

Segundo Norberto Bobbio, dois são os critérios pelos quais aristóteles distingue direito natural de direito positivo:

  • "O direito natural é aquele que tem em toda parte (pantachoû) a mesma eficácia (o filósofo grego emprega o exemplo do fogo que queima em qualquer parte), enquanto que o direito positivo tem eficácia apenas nas comunidades políticas singulares em que é posto."
  • "O direito natural prescreve ações cujo valor não depende do juízo que sobre elas tenha o sujeito, mas existe independentemente do fato de parecerem boas a alguns e má a outros. Prescreve, pois, ações, cuja bondade é objetiva (ações que são boas em si mesmas, diriam os escolásticos medievais). O direito positivo, ao contrário, é aquele que estabelece ações que, antes de serem reguladas, podem ser cumpridas indiferentemente de um modo ou de outro mas, uma vez reguladas pela lei, importa (isto é: é correto e necessário), que sejam desempenhadas do modo prescrito em lei. Aristóteles dá este exemplo: antes da existência de uma lei ritual é indiferente sacrificar a uma divindade uma ovelha ou duas cabras; mas uma vez existente uma lei que ordena sacrificar uma ovelha, isto se torna obrigatório; é correto sacrificar uma ovelha, e não duas cabras, não por que esta ação seja boa por sua natureza, mas porque é conforme a uma lei que dispõe desta maneira."

O direito positivo também é conhecido como o pensamento que dispõe a superioridade da norma escrita sobre a não escrita (direito natural).

A norma positiva é a norma posta pelo homem,  portanto, possuindo eficácia limitada, e sendo válida somente nos locais nos quais a observa, bem como, é constantemente alterada.

Os positivistas defendem que o direito positivo é o único capaz de dizer o direito, conforme menciona Tércio Sampaio Ferraz Júnior em seu livro Introdução ao estudo do direito: técnica, decisão, denominação: “A tese de que só existe um direito, o positivo nos termos expostos, é o fundamento do chamado positivismo jurídico”.

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