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Conforme o artigo 584 do cc/02, no comodato nao se pode cobrar despesas, mas há a possibilidade de reembolso por benfeitorias realizadas?

direito civil- comodato 

💡 2 Respostas

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Mário Lúcio Ventura

Todo contrato é regido pelo princípio de “Pacta sunt servanda”, este é o princípio fundamental vinculante daqueles que contratam e que significa que os pactos devem ser cumpridos e executados do modo como constante, expressamente, no conteúdo das cláusulas obrigacionais estabelecidas no respectivo e competente instrumento, representando o contrato autêntica lei entre as partes.

O Contrato de Comodato é o empréstimo gratuito de coisas não fungíveis pelo qual o comodatário tem o dever de cuidado e de conservação da coisa como se fosse sua, dever cujo exercício implica, naturalmente, a realização de despesas para a manutenção do bem, conforme estabelecem os artigos 579 e 582 do Código Civil. Por usar a coisa como se sua fosse, o comodatário não tem direito de retenção ou de ressarcimento de despesas ordinárias, que são as realizadas para conservação da coisa, para sua própria comodidade e benefício e sem o consentimento do comodante, orientação que se extrai do art. 584 do Código Civil. A realização de obras necessárias à plena utilização da coisa na qualidade de comodatário nada mais configura do que reformas em seu próprio interesse, tendo em vista que necessárias ao propósito de poder usar e gozar do bem entregue em comodato.

Serão indenizáveis, pois, apenas as despesas extraordinárias e urgentes ou que sejam autorizadas pelo comodante, diz o art. 1.219, “O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias necessárias e úteis, bem como, quanto às voluptuárias, se não lhe forem pagas, a levantá-las, quando o puder sem detrimento da coisa, e poderá exercer o direito de retenção pelo valor das benfeitorias necessárias e úteis.

 

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Carlos Eduardo Ferreira de Souza

Em regra, o comodante não deve reeembolsar o comodatário das despesas e de benfeitorias realizadas em proveito próprio, ou seja, aquelas realizadas para uso e gozo do bem dado em comodato, que é contrato benéfico.

Entretanto, parte da doutrina e da jurisprudência vêm excepcionando a regra quanto às despesas e benfeitorias urgentes e extraordinárias, que são aquelas fora do planejamento; imprevistas.

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