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o que são emoções primárias e secundárias?

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Paulo Martins

Emoções primárias
As emoções primárias seriam aquelas consideradas pré-organizadas. Elas são inatas, 
foram adquiridas pelo ser humano ao longo de sua evolução e ocorrem de maneira 
involuntária. Ou seja, são emoções que já vieram programadas em nosso DNA para 
serem ativadas toda vez que nos deparamos com determinados tipos de estímulos. 
Por exemplo, a emoção de medo pode ser desencadeada por estímulos que revelem 
um tamanho muito grande, como animais de grande porte; uma grande envergadura 
(águias em vôo); um tipo de movimento como o dos répteis; determinados sons, como 
os rugidos; certas alterações do estado corporal, como a dor sentida em um ataque 
cardíaco etc. 
Para a emoção do medo ser desencadeada, às vezes, não é necessário sequer o 
reconhecimento do animal amedrontador ou ter consciência do que provocou a dor 
no coração, basta apenas que o nosso córtex sensorial (córtex que envolve os sentidos 
como, a visão, a audição, o tato...) detecte o estimulo, classifique as suas característicaschave e envie os sinais relativos a sua presença para a amígdala. Esse é o mecanismo 
básico das emoções primárias (DAMÁSIO, 2012). 
No caso do medo, como pudemos ver, ele é ativado diante de estímulos que podem 
representar uma ameaça à nossa sobrevivência ou que provoquem uma incerteza ou 
falta de controle sobre o que pode acontecer. A reação que o medo gera é a de fuga, que 
objetiva afastar o indivíduo do perigo e situa-lo em um local seguro (DAMÁSIO, 2012).
As outras emoções consideradas primárias são: a raiva, quando nos deparamos com 
um obstáculo que nos impede de atingir os nossos objetivos; a tristeza frente à perda 
de alguém ou de algo com grande valor afetivo; a surpresa frente ao inesperado ou à 
interrupção súbita de um estímulo; a alegria diante da conquista de algo a que se atribui 
valor e o nojo, quando estamos diante de um objeto repulsivo ou indesejável (MIGUEL, 
2015). 
As emoções primárias são comuns a todos os seres humanos, independente da cultura 
e, também, à algumas espécies de animais. E cada uma destas emoções possuem formas 
de expressão comportamental típicas. Elas podem ser expressas através de mudanças: 
na nossa expressão vocal (tom, volume e ritmo da fala), na gesticulação (mas esta pode 
depender da cultura em que estamos inseridos) e na expressão facial, que é o aspecto 
mais estudado dessas manifestações, visto ser este comprovadamente universal, ou 
seja, comum a seres humanos de diferentes culturas e até mesmo em chipanzés e outros 
primatas (ECKMAN, 1993).   (6 emoções básicas: a. alegria, b. Medo, c. surpresa, d. 
tristeza, e. nojo e f. raiva.)

Até os dias de hoje, ainda não existe um consenso em relação a quantas e quais são todas 
as emoções primárias e as secundárias, porém a maioria dos pesquisadores costuma 
considerar como emoções primárias, as 6 listadas acima. Alguns acrescentam ainda o 
amor dentro da categoria de emoções primárias (MIGUEL, 2015).
As emoções primárias formam o processo básico das emoções e as estruturas cerebrais 
responsáveis por esta categoria é o córtex somatossensorial e o sistema límbico 
(principalmente amigdala e cíngulo) (DAMÁSIO, 2012). O sistema límbico, é o nome dado 
ao conjunto de estruturas cerebrais que coordena o comportamento emocional e os 
impulsos motivacionais. 

Emoções secundárias
Enquanto as emoções primárias são respostas inatas, evolutivas e partilhadas por 
todos, as emoções secundárias resultam da aprendizagem pessoal. Está relacionada 
com  a  nossa  história  de  vida,  nossas  experiências  individuais,  sociais...  (DAMÁSIO, 
2012). Enfim, com a forma como percebemos o mundo. São emoções associadas a fatos, 
situações, acontecimentos, estímulos da nossa história pessoal aos quais atribuímos 
algum valor afetivo (negativo ou positivo) e que passam a ser ativadas sempre que as 
circunstâncias às quais elas foram associadas vêm à tona novamente, seja através de 
um pensamento, uma memória ou de uma situação ou acontecimento esteja sendo 
vivenciado.
Alguns autores também consideram emoções secundárias como sendo o resultado 
da junção entre duas emoções primárias. Por exemplo, decepção seria a mistura de 
surpresa e tristeza; remorso, a mistura de tristeza e nojo; saudade, a mistura de alegria 
e tristeza; desprezo, a mistura de nojo e raiva; vergonha, a mistura de medo e tristeza 
e assim por diante... (PLUTCHIK, 2002). Mas, vale ressaltar que o resultado da soma 
dessas emoções pode não ser o mesmo sempre. “Por exemplo, um atleta que conquistou 
uma vitória difícil, ao subir ao pódio, pode estar “chorando de felicidade”. Isso seria 
uma mistura de alegria e tristeza, mas não se pode dizer que o atleta está sentindo 
saudade” (MIGUEL, 2015, p. 156).

As emoções secundárias contam com a participação de mais uma estrutura cerebral 
além do sistema límbico e do córtex somatossensenrial, que é o córtex pré-frontal. 
Estrutura esta, que também participa do fenômeno do sentimento.
Segundo  Abreu  (2005),  as  emoções  secundárias  são  aquelas  que,  ao  atingirem  a 
amígdala e produzirem uma emoção, sofrem a influência e o possível domínio do córtex 
[pré-frontal], mudando sua natureza primária. 

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