Emoções primárias
As emoções primárias seriam aquelas consideradas pré-organizadas. Elas são inatas,
foram adquiridas pelo ser humano ao longo de sua evolução e ocorrem de maneira
involuntária. Ou seja, são emoções que já vieram programadas em nosso DNA para
serem ativadas toda vez que nos deparamos com determinados tipos de estímulos.
Por exemplo, a emoção de medo pode ser desencadeada por estímulos que revelem
um tamanho muito grande, como animais de grande porte; uma grande envergadura
(águias em vôo); um tipo de movimento como o dos répteis; determinados sons, como
os rugidos; certas alterações do estado corporal, como a dor sentida em um ataque
cardíaco etc.
Para a emoção do medo ser desencadeada, às vezes, não é necessário sequer o
reconhecimento do animal amedrontador ou ter consciência do que provocou a dor
no coração, basta apenas que o nosso córtex sensorial (córtex que envolve os sentidos
como, a visão, a audição, o tato...) detecte o estimulo, classifique as suas característicaschave e envie os sinais relativos a sua presença para a amígdala. Esse é o mecanismo
básico das emoções primárias (DAMÁSIO, 2012).
No caso do medo, como pudemos ver, ele é ativado diante de estímulos que podem
representar uma ameaça à nossa sobrevivência ou que provoquem uma incerteza ou
falta de controle sobre o que pode acontecer. A reação que o medo gera é a de fuga, que
objetiva afastar o indivíduo do perigo e situa-lo em um local seguro (DAMÁSIO, 2012).
As outras emoções consideradas primárias são: a raiva, quando nos deparamos com
um obstáculo que nos impede de atingir os nossos objetivos; a tristeza frente à perda
de alguém ou de algo com grande valor afetivo; a surpresa frente ao inesperado ou à
interrupção súbita de um estímulo; a alegria diante da conquista de algo a que se atribui
valor e o nojo, quando estamos diante de um objeto repulsivo ou indesejável (MIGUEL,
2015).
As emoções primárias são comuns a todos os seres humanos, independente da cultura
e, também, à algumas espécies de animais. E cada uma destas emoções possuem formas
de expressão comportamental típicas. Elas podem ser expressas através de mudanças:
na nossa expressão vocal (tom, volume e ritmo da fala), na gesticulação (mas esta pode
depender da cultura em que estamos inseridos) e na expressão facial, que é o aspecto
mais estudado dessas manifestações, visto ser este comprovadamente universal, ou
seja, comum a seres humanos de diferentes culturas e até mesmo em chipanzés e outros
primatas (ECKMAN, 1993). (6 emoções básicas: a. alegria, b. Medo, c. surpresa, d.
tristeza, e. nojo e f. raiva.)
Até os dias de hoje, ainda não existe um consenso em relação a quantas e quais são todas
as emoções primárias e as secundárias, porém a maioria dos pesquisadores costuma
considerar como emoções primárias, as 6 listadas acima. Alguns acrescentam ainda o
amor dentro da categoria de emoções primárias (MIGUEL, 2015).
As emoções primárias formam o processo básico das emoções e as estruturas cerebrais
responsáveis por esta categoria é o córtex somatossensorial e o sistema límbico
(principalmente amigdala e cíngulo) (DAMÁSIO, 2012). O sistema límbico, é o nome dado
ao conjunto de estruturas cerebrais que coordena o comportamento emocional e os
impulsos motivacionais.
Emoções secundárias
Enquanto as emoções primárias são respostas inatas, evolutivas e partilhadas por
todos, as emoções secundárias resultam da aprendizagem pessoal. Está relacionada
com a nossa história de vida, nossas experiências individuais, sociais... (DAMÁSIO,
2012). Enfim, com a forma como percebemos o mundo. São emoções associadas a fatos,
situações, acontecimentos, estímulos da nossa história pessoal aos quais atribuímos
algum valor afetivo (negativo ou positivo) e que passam a ser ativadas sempre que as
circunstâncias às quais elas foram associadas vêm à tona novamente, seja através de
um pensamento, uma memória ou de uma situação ou acontecimento esteja sendo
vivenciado.
Alguns autores também consideram emoções secundárias como sendo o resultado
da junção entre duas emoções primárias. Por exemplo, decepção seria a mistura de
surpresa e tristeza; remorso, a mistura de tristeza e nojo; saudade, a mistura de alegria
e tristeza; desprezo, a mistura de nojo e raiva; vergonha, a mistura de medo e tristeza
e assim por diante... (PLUTCHIK, 2002). Mas, vale ressaltar que o resultado da soma
dessas emoções pode não ser o mesmo sempre. “Por exemplo, um atleta que conquistou
uma vitória difícil, ao subir ao pódio, pode estar “chorando de felicidade”. Isso seria
uma mistura de alegria e tristeza, mas não se pode dizer que o atleta está sentindo
saudade” (MIGUEL, 2015, p. 156).
As emoções secundárias contam com a participação de mais uma estrutura cerebral
além do sistema límbico e do córtex somatossensenrial, que é o córtex pré-frontal.
Estrutura esta, que também participa do fenômeno do sentimento.
Segundo Abreu (2005), as emoções secundárias são aquelas que, ao atingirem a
amígdala e produzirem uma emoção, sofrem a influência e o possível domínio do córtex
[pré-frontal], mudando sua natureza primária.
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Processos Psicologicos Basicos I
•UNINASSAU
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