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Alguém poderia me ajudar em um estudo de caso

A partir dessa descrição, faça uma análise do caso sob a ótica da Terapia Familiar Sistêmica. L. (o paciente identificado), 31 anos, produtor musical, chegou ao GIPSI após o desencadeamento de uma crise psicótica. Sua família, sem saber como proceder, foi indicada a procurar o grupo. Assim, foi feito inicialmente um acolhimento que resultou no encaminhamento para psicoterapia familiar e individual. Desde o início a família se mostrou extremamente resistente, boicotando as sessões familiares. Faltavam sem avisar ou modificavam constantemente a configuração dos membros que compareciam nas sessões. Não se colocavam como co-participantes do processo, depositando a necessidade de mudança somente em L. A família é composta pelo casal e dois filhos, L. e sua irmã. O casamento dos pais de L. foi conturbado desde o início. Eles se conheceram quando jovens e em menos de 2 meses já estavam se casando. Um dos pontos principais a respeito desse subsistema conjugal é que o casamento foi motivado principalmente por questões sociais e econômicas, carecendo do elemento afetivo-sexual, que acabou se tornando um dos conflitos centrais, afetando diretamente L. Assim, O. (Pai) conheceu J. (mãe) em um momento em que essa passava por um período extremamente conturbado em sua família. Logo, o casamento funcionou de certa forma como uma espécie de fulga de todo aquele tormento que estava vivendo. No início o casamento parecia ter solucionado todos seus problemas. O. era um médico bem-sucedido e o casamento foi a forma que encontrou de sair de seu meio familiar doentio. Por sua vez, O. viu em Joana a bela mulher que ele precisava para acompanhá-lo em seus compromissos sociais. Apesar da ilusória complementaridade, as incompatibilidades do casal foram aparecendo aos poucos e eclodindo diversos conflitos. Na dinâmica do casal, O. era o provedor da família e ao mesmo tempo extremamente submisso à esposa. J. se mostrou excessivamente controladora e autoritária, ao mesmo tempo em que tinha certa dependência do esposo. Com o nascimento dos filhos e a consequente alteração no sistema familiar (que agora não era somente o casal), a dinâmica das relações foi reconfigurada. Assim, se estabeleceu uma triangulação entre O.; J. e L. Diante da insatifação afetivo sexual do casal, L. foi “colocado” entre os cônjuges, como uma forma malograda de resolver o conflito existente. Assim, J. começou a vigiar excessivamente o filho, além de confidenciar suas insatisfações sexuais. Tanto J. quanto O. começaram a controlar de forma desproporcional o filho, tratando L. como uma criança. Diante dessa dinâmica, L. começou a ter crises psicóticas, apresentando delírios predominantemente persecutórios, nos quais se sentia monitorado e controlado o tempo todo. Em uma de suas crises, que acabou resultando em uma internação, relatou que havia um “Deus máquina” que controlava e vigiava tudo e todos e que caso esse ser divido descobrisse que L. sabia de sua existência, imediatamente poderia apagar a sua consciência. Disse que o único lugar que poderia falar sobre esse Deus seria na psicoterapia, pois as coisas seriam mantidas em segredo. Relatou também que se sentia “sem alma” como se fosse um robô ou uma inteligência artificial. Segundo ele, toda a humanidade estava ficando assim e que isso era o resultado de um processo de evolução do homem. Nesse momento, colocou a mão no peito e disse que não sentida seu coração bater, o que confirmava sua tese. Suas crises estão permeadas por conteúdos religiosos-espirituais. L. estuda bastante sobre ocultismo, além de sua família ter forte ligação com o Espiritismo e a Umbanda. Em outra de suas crises, sempre desencadeadas por uso de drogas, disse que em outra vida era Baphomet e que estava sendo crucificado. Em outro momento, pensou ser a reencarnação de Jesus Cristo. Disse que estava sendo perseguido pela maçonaria; que aquela era uma realidade paralela e que tudo isso que estava vivendo seria deletado. Assim, os elementos religiosos-espirituais acabam compondo sua crise e se vinculando com os conteúdos de seus conflitos, predominantemente relacionados à sua dinâmica familiar.

💡 1 Resposta

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Letícia Iglesias

Acredito que inicialmente vc deve ponderar sobre a importância da presença dessa família na psicoterapia e buscar entender o porquê da resistência dos pais de L. Após isso vc deve buscar artigos de psicologia sistêmica que fale sobre o padrão de repetição das famílias. Como é apresentado no caso, o pai de L recorre ao casamento para se livrar de sua família que possuem características doentias e acaba se tornando com sua esposa o mesmo para seu filho (apontar as características controladoras da mãe de L). Outro aspecto que vc deve trazer é o da triangulação como citado tmb no estudo de caso, onde, se percebe que o casal de fato não tem funcionado como um casal dentro do sistema familiar e buscar associar com bases teóricas que eles se utilizam dos problemas do filho para "esconder" seus próprios problemas. Ao final eu buscaria sugerir que as sessões de psicoterapia pudessem acontecer antes com os pais do L, afim de buscar compreender melhor a respeito da relação deles e após isso buscar também trabalhar a aproximação para com L ao decorrer das sessões de psicoterapia.

P.s: É complicado passar uma resposta objetiva para um estudo de caso, creio que sua professora deve ter passado textos chaves para consulta, então busque embasar teoricamente o que escrever. Espero ter ajudado.
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