Inicialmente cumpre destacar o conceito de teletrabalho trazido pela CLT em seu artigo 75-B.
Art. 75-B. Considera-se teletrabalho a prestação de serviços preponderantemente fora das dependências do empregador, com a utilização de tecnologias de informação e de comunicação que, por sua natureza, não se constituam como trabalho externo.
Parágrafo único. O comparecimento às dependências do empregador para a realização de atividades específicas que exijam a presença do empregado no estabelecimento não descaracteriza o regime de teletrabalho.
Ou seja, teletrabalho como uma espécie de trabalho à distância (executado fora do centro de trabalho tradicional), concebido como uma forma flexível de organização do trabalho e com utilização das ferramentas fornecidas pelas novas tecnologias da informática e das telecomunicações.
No que tange o controle da jornada de trabalho:
Art. 62 - Não são abrangidos pelo regime previsto neste capítulo:
I - os empregados que exercem atividade externa incompatível com a fixação de horário de trabalho, devendo tal condição ser anotada na Carteira de Trabalho e Previdência Social e no registro de empregados;
II - os gerentes, assim considerados os exercentes de cargos de gestão, aos quais se equiparam, para efeito do disposto neste artigo, os diretores e chefes de departamento ou filial.
III - os empregados em regime de teletrabalho.
Ou seja, com base nas considerações feitas pelo legislador na nova lei trabalhista implementada em 2017. O teletrabalhador foi equiparado ao trabalhador externo, ficando assim dispensado do controle de jornada.
Sim claro. Não deixa de se tratar de uma relação laboral entre o trabalhador e o empregador, vinculado a um contrato de trabalho. Pelo que, o empregador detêm de igual forma os seus poderes. Contudo, é realizado à distância através das tecnologias de informação e comunicação. Se perguntar se o controlo é menor, muitas questões poderão surgir. Embora a execução da prestaçao laboral seja realizada maioritariamente fora das instalações do empregador, não significa que o controlo seja menor. Isto deve-se exatamente às tecnologias de informação e comunicação (software como hardware). Hodiernamente, existem inumeros recursos que permitem esse controlo por parte do empregador, seja através do e-mail, do computador, telemovel, programas que permitem a contabilização de toques que o trabalhador dá, etc.
Sintetizando, sim é possível realizar o controlo, não da mesma forma que os as relaçoes laborais tradicionais mas numa perspetiva de flexibilização, de gestão virtual, dada a prestação laboral ser executada à distância. Ora, não deixa de ser uma relação laboral entre o empregador e o trabalhador. Como? Através das TIC, tecnologias de informação e de comunicação.
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