A infração penal diz respeito à conduta humana que ofende um bem jurídico tutelado pela lei. Ela é dividida em duas espécies: o crime ou delito e a contravenção penal.
O crime pode ser classificado segundo o aspecto material, formal e analítico. De acordo a primeira classificação, crime é a ação humana que gera uma lesão ou perigo a bem jurídico de terceiro. O aspecto formal determina que são crimes as infrações penais às quais a lei comina pena de reclusão ou de detenção. Por fim, conforme a teoria tripartite do crime, delito é o fato típico, ilícito e culpável.
Entende-se por fato típico a ação ou omissão que provoca um resultado compreendido como infração pela lei penal. Deve haver nexo causal entre a conduta realizada e o resultado jurídico ou naturalístico dela advindo. São elementos da conduta o dolo e a culpa.
Ilicitude ou antijuridicidade é a contrariedade do comportamento do agente em relação ao ordenamento jurídico. No artigo 23 do Código Penal encontram-se as causas excludentes da ilicitude, que são: 1) o estado de necessidade; 2) a legítima defesa; 3) o estrito cumprimento do dever legal; e 4) o exercício regular do direito. Além disso, o consentimento do ofendido, quando este possui capacidade de consentir, o bem jurídico é disponível e o consentimento é anterior, também é capaz de afastar a ilicitude do fato.
Por último, a culpabilidade trata sobre o juízo de reprovabilidade quanto à conduta praticada. Ela é composta por três elementos:
1) a imputabilidade (prevista no artigo 26 do Código Penal), que é a capacidade de responsabilização penal pela fato;
2) a potencial consciência da ilicitude;
3) a exigibilidade de conduta diversa.
São elementos que excluem a culpabilidade: a inimputabilidade, o erro de proibição inevitável e a inexigibilidade de conduta diversa (coação moral irresistível, obediência hierárquica de ordem não manifestamente ilegal, causas supra legais).
Fique atento à diferença entre erro de proibição e erro de tipo. O primeiro possui o condão de afastar a culpabilidade, está previsto no artigo 21 do Código Penal e ocorre quando o agente tem consciência do ato que pratica, mas acredita se tratar de um ato lícito. Já o segundo, pode excluir o dolo, sem, contudo, afastar a punição. Se dá quando há confusão quanto à realidade fática e está previsto no artigo 20 do Código Penal.
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Direito Penitenciário e Execução Penal
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