A resolução é a extinção do contrato provocada pelo descumprimento (ou inadimplemento) das obrigações estipuladas no contrato. Ela pode ocorrer de quatro maneiras diferentes, são elas: (I) inexecução voluntária; (II) inexecução involuntária; (III) onerosidade excessiva.
(I) Inexecução voluntária
A possibilidade da resolução contratual surge quando há a inexecução voluntária. Assim, surge o direito à resolução pelo fato de uma das partes não cumprir sua obrigação contratual exclusivamente por sua culpa.
Quando isso acontece, a parte prejudicada pelo descumprimento da obrigação pode pedir a resolução do contrato (sem ter de pagar multas/ outras indenizações), ou optar pela sua continuação.
Vale ressaltar que o descumprimento contratual, para ser suficiente para gerar o direito à resolução, não pode ser um descumprimento leve. O descumprimento deve ser sério e grave, deve prejudicar, de fato, a outra parte.
Há também a possibilidade de a parte optar pela não-extinção do contrato. Neste caso, contrato continuará, e o devedor deverá cumprir as obrigações estipuladas no contrato. Todavia, a parte prejudicada terá o direito de receber indenização daquele que agiu inadequadamente (a indenização deverá ser pleiteada em juízo).
Entretanto, para que a parte tenha o direito de resolver o contrato sem interpelação judicial é necessário que exista cláusula resolutiva expressa.
Logo, para resolver o contrato independe do acesso ao judiciário, é necessário que exista cláusula no contrato que permita expressamente que a parte eventualmente prejudicada resolva-o. Em geral, junto com essa previsão, há a estipulação de um valor referente à multa do descumprimento, que também pode ser exigido, sem que a parte pleiteie em juízo.
Todavia, apesar de não haver essa cláusula de resolução em alguns contratos, o direito à resolução permanece, por estar expressamente previsto no artigo 475 do Código Civil, ou seja, a parte tem o direito, por previsão legal, de resolver o contrato (também tem o direito de ser indenizada), mas a resolução necessariamente deverá ser feita em juízo. Assim, a cláusula resolutiva sempre existe, e quando não for expressa, dependerá do pronunciamento do juiz para pôr fim ao instrumento contratual.
(II) Inexecução involuntária
Ocorre por meio da impossibilidade das obrigações contratuais serem cumpridas, porque surgiu um acontecimento imprevisível e inevitável, tecnicamente chamado de caso fortuito, como uma guerra. Ou um fato previsível ou imprevisível e inevitável, também chamado de força maior, como um terremoto, tempestade, etc.
Ao surgirem estes acontecimentos, o contrato fica em situação de resolução por inexecução involuntária. Não é possível que a parte cumpra sua obrigação depois de ocorrido algum evento sobre o qual não possuía qualquer ingerência.
Neste caso de resolução contratual, não é possível à parte prejudicada exigir da outra indenização por perdas e danos. O que deve acontecer é a devolução dos valores já pagos pela parte inadimplente à parte prejudicada.
(III) Onerosidade excessiva
Nos contratos cuja execução é prolongada, é possível a ocorrência de eventos que que afetem direta ou indiretamente a execução das obrigações estipuladas no contrato, tornando-as demasiadamente onerosas.
Se há um problema portuário no Brasil, não é possível que o credor exija que a entrega de seu produto seja feita por avião, quando não houver previsão contratual para esta hipótese, gerando custos elevadíssimos ao devedor, por exemplo.
A resolução por onerosidade excessiva, então, ocorre quando a prestação da obrigação não é impossível, mas é muito mais custosa do que quando o contrato foi firmado. Surge um desequilíbrio no contrato, por causa de um imprevisto. Nestes casos a lei também permite a resolução contratual.
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