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Quais são as alterações abióticas consecutivas e suas características macroscópicas que podem ser encontradas durante a necropsia

💡 4 Respostas

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Laryssa Resende Neves

  • Alterações cadavéricas abióticas:

São alterações que ocorrem logo que o animal morre, não modificam o cadáver no seu aspecto geral, e ocorrem antes da proliferação bacteriana, sem interferência de agentes biológicos. Elas dividem-se em:

  • Imediatas: morte somática ou clínica (não acontece morte instantânea de todos os tecidos, algumas células continuam vivas, o que possibilita os transplantes).
  • Mediatas ou consecutivas: autólise.

          Autólise: autodigestão enzimática dos tecidos após a morte. Ocorre a destruição celular pelas enzimas da própria célula. Seu mecanismo é que com a anóxia tecidual começam ocorrer alterações bioquímicas celulares (diminuem o pH), aumentando a acidez tecidual o que causa lise celular.

Abióticas imediatas:

Insensibilidade.

Imobilidade.

Parada das funções cardiorrespiratórias.

Inconsciência.

Ausência de reflexos.

 

Abióticas mediatas:

-Hipostase cadavérica: por uma ação de gravidade o sangue se acumula no lado que o animal se encontra em decúbito. Ocorre uma parada na circulação e o sangue não coagulado vai para as partes mais baixas do cadáver causando manchas hipostáticas. Tempo: mais ou menos 2-4 horas, maior intensidade perto das 12 horas.

-Frialdade cadavérica: se tem um resfriamento gradual do cadáver e à medida que não tem mais circulação nem atividade metabólica a sua temperatura corporal abaixa e se iguala a do ambiente. Tempo: 3-4 horas.

-Rigidez cadavérica: é o enrijecimento muscular do cadáver por um determinado tempo. Diminui o glicogênio muscular, o que diminui a produção de ATP e aumenta a produção de ácido lático (diminui o pH tecidual) e consequentemente ocorre a rigidez. Tempo: 2-4 horas, plenitude 12-15 horas. Estado nutricional do animal vai estar diretamente ligado a este tempo, quanto mais gordo o animal mais glicogênio vai ter. Inicia nos músculos voluntários até chegar aos voluntários. Normalmente começa no coração; músculos respiratórios; mandibulares; da nuca; do tronco; dos membros anteriores e dos membros posteriores.

-Coagulação sanguínea: é um processo que pode ocorrer tanto em vida (trombos) como no post mortem, por isso a necessidade de serem estabelecidas as diferenças entre ambas. Os trombos se formam na parede de vasos e não são brilhantes. Os fatores de coagulação predominam sobre os anticoagulantes, em consequência a coagulação e se originam a partir de células endoteliais, leucócitos e plaquetas em hipóxia que liberam tromboquinase, que irá desencadear a formação de coágulos.

Tempo: 2-8 horas, depende da atividade enzimática. Após esse período os coágulos começam a se desfazer por hemólise. Existem dois tipos de coágulos, os Cruóricos que são de coloração vermelha, são lisos, brilhantes, elásticos, não aderentes às paredes cardiovasculares; e os coágulos Lardáceos que é igual ao anterior, à única diferença é que apresenta coloração amarelada por perda de hemáceas.

-Timpanismo pós-morte: diferente do timpanismo causado por alimentação, esse timpanismo pós-morte é resultado da fermentação contínua das bactérias do tubo digestivo, principalmente do tubo intestinal. Vai ocorrer distensão do estômago, intestino e abdômen. Quando o timpanismo é em vida há alterações circulatórias, onde o segmento rompido tem coloração diferente das normais. Tempo: 24 horas.

-Deslocamento, torção ou ruptura de vísceras: é um deslocamento sem alterações circulatórias como congestão, edema e hemorragia, então o órgão fica com a mesma coloração. Ocorre por causa dos gases formados pelas bactérias.

 

-Pseudo prolapso retal: é a exteriorização da ampola retal por consequência da grande liberação de gases, pois quando o animal morre há um relaxamento do esfíncter e com isso pode ocorrer esse prolapso. Não ocorrem alterações circulatórias. Tempo: 24 horas.

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RD Resoluções

Para responder essa pergunta devemos colocar em prática nossos conhecimentos sobre Patologia Especial.


As alterações cadavéricas abióticas ocorrem após o óbito, na qual não há modificação no cadáver em seu aspecto geral, e também se dá antes da proliferação bacteriana, sem interrupção de agentes biológicos. Sendo que as mediatas (consecutivas) são a autodigestão enzimática dos tecidos após a morte. Ocorre a eliminação celular através das enzimas presentes na própria célula. Seu mecanismo é que com a anóxia tecidual iniciam alterações bioquímicas celulares, aumentando a acidez tecidual ocasionando a lise celular. As alterações abióticas consecutivo-mediatas possuem as seguintes características que podem ser encontradas durante a necropsia:

  • Hipóstase cadavérica: por uma ação de gravidade o sangue se acumula no lado que o animal se encontra em decúbito. Ocorre uma parada na circulação e o sangue não coagulado vai para as partes mais baixas do cadáver causando manchas hipostáticas. O tempo gira em torno de 2 a 4 horas, e a maior intensidade por volta das 12 horas.

  • Frialdade cadavérica: se tem um resfriamento gradual do cadáver e à medida que não tem mais circulação nem atividade metabólica a sua temperatura corporal abaixa e se iguala a do ambiente. Tempo: 3-4 horas.

  • Rigidez cadavérica: é o enrijecimento muscular do cadáver por um determinado tempo. Diminui o glicogênio muscular, o que diminui a produção de ATP e aumenta a produção de ácido lático (diminui o pH tecidual) e consequentemente ocorre a rigidez. Tempo: 2-4 horas, plenitude 12-15 horas. Estado nutricional do animal vai estar diretamente ligado a este tempo, quanto mais gordo o animal mais glicogênio vai ter. Inicia nos músculos voluntários até chegar aos voluntários. Normalmente começa no coração; músculos respiratórios; mandibulares; da nuca; do tronco; dos membros anteriores e dos membros posteriores.

  • Coagulação sanguínea: é um processo que pode ocorrer tanto em vida (trombos) como no post mortem, por isso a necessidade de serem estabelecidas as diferenças entre ambas. Os trombos se formam na parede de vasos e não são brilhantes. Os fatores de coagulação predominam sobre os anticoagulantes, em consequência a coagulação e se originam a partir de células endoteliais, leucócitos e plaquetas em hipóxia que liberam tromboquinase, que irá desencadear a formação de coágulos. O tempo: 2-8 horas, depende da atividade enzimática. Após esse período os coágulos começam a se desfazer por hemólise. Existem dois tipos de coágulos, os Cruóricos que são de coloração vermelha, são lisos, brilhantes, elásticos, não aderentes às paredes cardiovasculares; e os coágulos Lardáceos que é igual ao anterior, à única diferença é que apresenta coloração amarelada por perda de hemácia.

  • Timpanismo pós-morte: diferente do timpanismo causado por alimentação, esse timpanismo pós-morte é resultado da fermentação contínua das bactérias do tubo digestivo, principalmente do tubo intestinal. Vai ocorrer distensão do estômago, intestino e abdômen. Quando o timpanismo é em vida há alterações circulatórias, onde o segmento rompido tem coloração diferente das normais. Tempo: 24 horas.

  • Deslocamento, torção ou ruptura de vísceras: é um deslocamento sem alterações circulatórias como congestão, edema e hemorragia, então o órgão fica com a mesma coloração. Ocorre por causa dos gases formados pelas bactérias.

  • Pseudo prolapso retal: é a exteriorização da ampola retal por consequência da grande liberação de gases, pois quando o animal morre há um relaxamento do esfíncter e com isso pode ocorrer esse prolapso. Não ocorrem alterações circulatórias. Tempo: 24 horas.

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Andre Smaira

Para responder essa pergunta devemos colocar em prática nossos conhecimentos sobre Patologia Especial.


As alterações cadavéricas abióticas ocorrem após o óbito, na qual não há modificação no cadáver em seu aspecto geral, e também se dá antes da proliferação bacteriana, sem interrupção de agentes biológicos. Sendo que as mediatas (consecutivas) são a autodigestão enzimática dos tecidos após a morte. Ocorre a eliminação celular através das enzimas presentes na própria célula. Seu mecanismo é que com a anóxia tecidual iniciam alterações bioquímicas celulares, aumentando a acidez tecidual ocasionando a lise celular. As alterações abióticas consecutivo-mediatas possuem as seguintes características que podem ser encontradas durante a necropsia:

  • Hipóstase cadavérica: por uma ação de gravidade o sangue se acumula no lado que o animal se encontra em decúbito. Ocorre uma parada na circulação e o sangue não coagulado vai para as partes mais baixas do cadáver causando manchas hipostáticas. O tempo gira em torno de 2 a 4 horas, e a maior intensidade por volta das 12 horas.

  • Frialdade cadavérica: se tem um resfriamento gradual do cadáver e à medida que não tem mais circulação nem atividade metabólica a sua temperatura corporal abaixa e se iguala a do ambiente. Tempo: 3-4 horas.

  • Rigidez cadavérica: é o enrijecimento muscular do cadáver por um determinado tempo. Diminui o glicogênio muscular, o que diminui a produção de ATP e aumenta a produção de ácido lático (diminui o pH tecidual) e consequentemente ocorre a rigidez. Tempo: 2-4 horas, plenitude 12-15 horas. Estado nutricional do animal vai estar diretamente ligado a este tempo, quanto mais gordo o animal mais glicogênio vai ter. Inicia nos músculos voluntários até chegar aos voluntários. Normalmente começa no coração; músculos respiratórios; mandibulares; da nuca; do tronco; dos membros anteriores e dos membros posteriores.

  • Coagulação sanguínea: é um processo que pode ocorrer tanto em vida (trombos) como no post mortem, por isso a necessidade de serem estabelecidas as diferenças entre ambas. Os trombos se formam na parede de vasos e não são brilhantes. Os fatores de coagulação predominam sobre os anticoagulantes, em consequência a coagulação e se originam a partir de células endoteliais, leucócitos e plaquetas em hipóxia que liberam tromboquinase, que irá desencadear a formação de coágulos. O tempo: 2-8 horas, depende da atividade enzimática. Após esse período os coágulos começam a se desfazer por hemólise. Existem dois tipos de coágulos, os Cruóricos que são de coloração vermelha, são lisos, brilhantes, elásticos, não aderentes às paredes cardiovasculares; e os coágulos Lardáceos que é igual ao anterior, à única diferença é que apresenta coloração amarelada por perda de hemácia.

  • Timpanismo pós-morte: diferente do timpanismo causado por alimentação, esse timpanismo pós-morte é resultado da fermentação contínua das bactérias do tubo digestivo, principalmente do tubo intestinal. Vai ocorrer distensão do estômago, intestino e abdômen. Quando o timpanismo é em vida há alterações circulatórias, onde o segmento rompido tem coloração diferente das normais. Tempo: 24 horas.

  • Deslocamento, torção ou ruptura de vísceras: é um deslocamento sem alterações circulatórias como congestão, edema e hemorragia, então o órgão fica com a mesma coloração. Ocorre por causa dos gases formados pelas bactérias.

  • Pseudo prolapso retal: é a exteriorização da ampola retal por consequência da grande liberação de gases, pois quando o animal morre há um relaxamento do esfíncter e com isso pode ocorrer esse prolapso. Não ocorrem alterações circulatórias. Tempo: 24 horas.

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