O novo códex é um sistema normativo que traz coerência entre as normas, principalmente daquelas que tratam dos princípios constitucionais, os quais visam garantir a democracia processual, em consonância com dos demais princípios existentes no ordenamento jurídico.
Dentre esses princípios, nesta pesquisa, notou-se destaque ao do respeito ao autorregramento da vontade, presente também no art. 190 da nova norma processualista, que resultou na possibilidade da realização dos chamados negócios jurídicos processuais, situação em que o objeto do negócio jurídico é uma matéria de pertinência processual. Com a presente pesquisa, pode-se concluir que esses negócios jurídicos se sujeitam às mesmas regras de validade, existência e eficácia de qualquer outro negócio jurídico, conforme o prisma de análise da teoria da Escada Pontiana.
Por fim, conclui-se que, ao tratar de legitimidade, ao substituir a expressão “quando autorizado por lei” pela expressão “quando autorizado pelo ordenamento jurídico”, no qual o negócio jurídico está contido, o legislador permitiu a possibilidade de legitimação extraordinária decorrente do acordo de vontade. O artigo 18 do Novo CPC não está isolado ao autorizar aos sujeitos a possibilidade de efetivação desse negócio jurídico processual atípico, toda a sistemática do novo código, com seus princípios e regramentos, cooperam para garantia desse instituto, que é excepcional.
Sim. Na legitimidade extraordinária mais simples, a questão é mais simples. O negócio jurídico é apto a transferir direitos, então poderá também transferir a legitimidade passiva ad causam. É o que preleciona o Advogado da União Dr. João Paulo Lawall Valle (disponível em 10/05/2019).
O mesmo autor ressalta que: "diferente é a transferência da legitimidade passiva a um terceiro. Não é possível que o réu originário transfira a legitimidade extraordinária passiva de forma exclusiva, atribuindo a terceiro a legitimação exclusiva para a defesa dos interesses em juízo, uma vez que isto implicaria em fuga do processo, situação ilícita por prejudicar os interesses do futuro autor."
Assim, o que se admite é o alargamento do polo passivo, incluindo-os na condição de litisconsorte passivo. Perceba que aqui é o réu quem irá celebrar negócio para que terceiro figure em conjunto no polo passivo da demando.
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Processo e Relação Jurídica Processual
Direito Processual Civil I
•UNIVERSO
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