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Resenha crítica do livro manifesto do partido comunista?

uma resenha crítica do livro citado...

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Geovana geovana

O Manifesto Comunista (MARX e ENGELS, 1848) é considerado um dos tratados políticos mundialmente com maior influência, trazendo as principais ideias do comunismo. A história da sociedade é marcada pela luta das classes sociais (burgueses e proletários) e reina até os dias atuais, uma completa divisão de sociedades distintas. Os burgueses tornaram-se fortificados através do desenvolvimento do comércio, tanto politicamente quanto financeiramente. Uma vez que é através da condição de estar sempre revolucionando os instrumentos de produção que a burguesia é privilegiada (industrialização), consequentemente o privilégio provém também pelas relações de produção e relações sociais. A criação do Manifesto Comunista ocorreu numa época onde o capitalismo e a burguesia dominavam e eram claras as desigualdades sociais. O lucro sempre ia para quem não trabalhava, pois os trabalhadores na verdade não lucravam. Com o intuito de fazer a sociedade dar passos adiante, o manifesto buscou solucionar problemas como a desigualdade social e a exploração do trabalho.

A obra inicia com “Um espectro ronda a Europa – o espectro de comunismo” (MARX; ENGELS, p.5). Levando-nos a ideia de que há uma difusão da cadeia comunista e uma perseguição das autoridades mencionadas, dentre elas: o papa, o czar, Metternich e Guizot, os radicais da França e os policiais da Alemanha que tinham o intuito de acabar com o ideal que estava prestes a manifestar-se.

Duas conclusões decorrem desses fatos:

1. O comunismo já é reconhecido como força por todas as potências da Europa;

2.. É Tempo de os comunistas exporem, .à face do mundo inteiro, seu modo de ver, seus fins e suas tendências, opondo um manifesto do próprio partido à lenda do espectro do comunismo. (MARX; ENGELS, 1848, p.5).

No início da obra, pode-se perceber a abordagem das diferenças entre burgueses e proletários, assim como sua evolução com o tempo, nos é apresentada esta luta de classes, o texto ainda faz críticas ao capitalismo.

Quase por toda parte verifica-se uma divisão da sociedade em escala graduada, “Na Roma antiga encontramos patrícios, cavaleiros, plebeus, escravos; na Idade Média, senhores, vassalos, mestres, companheiros, servos; e, em cada uma destas classes, gradações especiais." (p. 7).

A sociedade burguesa moderna colocou no lugar novas classes, novas condições de opressão, novas formas de luta. (p. 8).  Apesar disso, a época em que a obra foi escrita (a época da burguesia) a sociedade dividia-se em burguesia  e proletariado. Ocorreu com a burguesia uma evolução histórica na idade média onde os servos se transformaram em livres burgueses nas primeiras cidades e em consequência do crescimento da navegação e novas descobertas, houve uma ascensão.

Com o crescimento econômico proveniente dessa ampliação de mercados, surgem os milionários industriais (crescimento da produção industrial que suplantou a manufatura) e o crescimento da burguesia moderna.

"Vemos, pois, que a própria burguesia moderna é o produto de um longo processo de desenvolvimento, de uma série de revoluções no modo de produção e de troca." (p. 10). A burguesia, segundo os autores, desempenhou em nossa história um papel revolucionário.

A política centralizada e os meios de produção são característicos da emergência burguesa onde havia forças produtivas mais numerosas e bem maiores que haviam antes.

É nessa época que o sistema burguês torna-se "demasiado estreito para conter as riquezas criadas em seu seio" (p. 17). A burguesia destruiu o sentimentalismo que acometia as relações interpessoais entre familiares, transformando em relações movidas pelo dinheiro.

"Impelida pela necessidade de mercados sempre novos, a burguesia invade todo o globo. Necessita estabelecer-se em toda parte, explorar em toda parte, criar vínculos em toda, parte." (p. 12). No lugar de uma condição autossuficiente onde ocorre o isolamento das sociedades surge então, um curso universal de forma que gera a interdependência entre os países envolvidos, nos levando a ideia de que a burguesia moldou o mundo de sua maneira forçando a todos seguirem o mesmo caminho. Ocorrem fenômenos como o êxodo rural, o crescimento urbano, aglomeração de populações e concentração de propriedades para poucos, efeito do poder político.

 

Com a epidemia da "superprodução", há uma revolta das forças que produzem em relação às novas relações de produção e ocorre a destruição de tais condições, a exemplo disso, é que aqui no Brasil quando houve uma produção muito grande de café, tiveram que ser queimadas várias sacas. No entanto, a burguesia conseguiu superar essas crises através da exploração intensificada de mercados antigos e conquista de novos.

As armas que a burguesia utilizou para abater o feudalismo voltam-se hoje contra a própria burguesia. A burguesia, porém, não forjou somente as armas que lhe darão morte; produziu também os homens que manejarão essas armas - os operários modernos, os proletários. [...] Esses operários, constrangidos a vender-se diariamente, são mercadoria, artigo de comércio como qualquer outro; em consequência, estão sujeitos a todas as vicissitudes da concorrência, a todas as flutuações do mercado. (MARX; ENGELS, 1848, p. 18).

 

O proletariado trabalhador desenvolve-se através do desenvolvimento do capital burguês, mas de maneira em que eles são obrigados a vender-se diariamente como uma mercadoria. Os custos do trabalhador condensa-se aos meios de subsistências necessários para se manter e para produzir. Ocorre a opressão por parte da burguesia, essa submissão tem um objetivo: o lucro. "Quanto menos o trabalho exige habilidade e força, isto é, quanto mais a indústria moderna progride, tanto mais o trabalho dos homens é suplantado pelo das mulheres e crianças". (p. 19). Os trabalhadores rebelam-se contra a exploração em demasia, formando associações contra a burguesia a fim de assegurar o salário. A sociedade não aceita viver a mercê da burguesia e apenas o proletariado é quem possui as características revolucionárias ao contrário das outras classes que são reacionárias e conservadoras. Para que haja a burguesia é preciso que se tenham um acúmulo de riqueza e para que haja capital é preciso o trabalho assalariado.

Os comunistas não formam um partido à parte, nem os interessa serem separados do proletariado em geral. O que os distinguem de outros partidos é que:

1.Nas diversas lutas nacionais dos proletários, destacam e fazem prevalecer os interesses comuns do proletariado, independentemente da nacionalidade;

2.Nas diferentes fases por que passa a luta entre proletários e burgueses, representam, sempre e em toda parte, os interesses do movimento em seu conjunto. (MARX; ENGELS, 1848, p. 28).

O objetivo imediato dos comunistas "é o mesmo que o de todos os demais partidos proletários: constituição dos proletários em classe, derrubada da supremacia burguesa, conquista do poder político pelo proletariado". (p. 29). A extinção da propriedade privada é, de forma resumida, o que reflete a teoria comunista. No entanto não é a propriedade em geral mas sim a propriedade burguesa. os comunistas são censurados por querer a abolição da propriedade burguesa, fruto do trabalho exercido, no entanto o trabalho assalariado não cria propriedades para o proletários, apenas capital. Capital este que é definido como produto da coletividade, isto é, através dos esforços conciliados de membros da sociedade. “Na sociedade burguesa, o trabalho vivo é sempre um meio de aumentar o trabalho acumulado. Na sociedade comunista, o trabalho acumulado é sempre um meio de ampliar, enriquecer e melhorar cada vez mais a existência dos trabalhadores”. (p. 32).

Os comunistas são acusados de querer abolir a propriedade e assumem isso, pois defendem a premissa de que "(...) em vossa sociedade a propriedade privada está abolida para nove décimos de seus membros. E é precisamente porque não existe para estes nove décimos que ela existe para vós". Além disso os comunistas são acusados de querer abolir a pátria, a família, a nacionalidade, etc. Porém, o que os autores nos trazem é que, por exemplo, os proletários não possuem pátria, logo não podem perder o que não possuem, a família não tem seu papel formado, uma vez que as mulheres são vistas apenas como instrumentos de produção. O comunismo pretende cessar as verdades eternas e anular a religião por entenderem que provém da classe dominante, e, portanto desejam conferir uma nova forma para que o desenvolvimento anterior não continue e uma nova realidade surja.

 

Não tendo condições de travar uma luta política com a sociedade burguesa, a aristocracia da França utiliza-se da literatura para lutar, dando margem para o surgimento do socialismo feudal. A aristocracia feudal foi derrubada pela burguesia, mas também não foi a única.

Existe uma nova classe de pequenos burgueses que oscilam entre o proletariado e a burguesia, e estes pequenos burgueses "sentem aproximar-se o momento em que desaparecerão completamente como fração independente da sociedade moderna e em que serão substituídos no comércio, na manufatura, na agricultura, por capatazes e empregados." (p. 48).

O socialismo se difere do capitalismo francês, o verdadeiro socialismo é uma ferramenta poderosa para os governos contrários à burguesia. O verdadeiro socialismo (ou socialismo alemão) “compreendeu cada vez mais que sua vocação era ser o representante grandiloquente dessa pequena burguesia”. (p. 54).

Os socialistas burgueses desejam que as condições de vida da moderna sociedade sejam sem conflitos e perigos, querem a burguesia sem proletariado. "Ele se resume nesta frase: os burgueses são burgueses - no interesse da classe operária". (p. 57).

As primeiras tentativas do proletariado tentando fazer prevalecer seus interesses fracassam. Os socialistas e comunistas utópicos não conseguem libertar o proletariado e procuram de outra forma saídas para que isso aconteça. “A importância do socialismo e do comunismo crítico-utópicos está na razão inversa do desenvolvimento histórico”. (p. 60 e 61).

"Os comunistas combatem pelos interesses e objetivos imediatos da classe operária, mas, ao mesmo tempo, defendem e representam, no movimento atual, o futuro do movimento". (p. 63).  A todo momento dos movimentos descritos na obra, os comunistas são prioridade as questões relacionadas à propriedades, trabalhando em toda parte e em prol da união sem ocultar opiniões e objetivos. "Em resumo, os comunistas apoiam em toda parte qualquer movimento revolucionário contra o estado de coisas social e político existente". (p. 65). E o livro termina com a célebre frase: "Proletários de todos os países, uni-vos!".

Apesar de ter se passado quase dois séculos desde que o texto foi publicado pela primeira vez, a sociedade atual não difere muito da época. É claro que vivemos em outra dimensão sociológica, com lutas e revoluções que deram origem à nossa atual tecnologia e globalização. Ter a divisão de classe como percepção de mundo é suficiente para que haja luta e revolução, caso contrário, ainda hoje estaríamos divididos entre proletários e burgueses. No entanto, hoje em dia, temos percepções de trabalhos muito diferentes da época, onde nem mesmo é preciso se ter um patrão para conseguir seu sustento. O Manifesto Comunista é, ainda hoje, uma leitura trivial para que possamos entender a realidade econômica, política e social atuais.


 

 

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Rossa Dutra

Me ajudou bastante, ok
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Lorrayne Temporim

Geovana me ajuda com uma resenha crítica do livro justiça-o que fazer a coisa certa do capítulo 6 - equidade, me ajuda pfv
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