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A prisão administrativa prevista no Estatuto do Estrangeiro afronta a Constituição Federal de 1988?

Considerando o fato de ser ordenada pelo ministro da Justiaça, a prisão administrativa do estrangeiro para fins de deportação, extradiação ou expulsão, prevista nos artigos 61,69 e81 da Lei nº 6.815/1980 não afronta o art. 5º, LXI da Conistituição Federal e, portanto se configura como ilegal, sempre cabendo o Habeas Corpus?

💡 3 Respostas

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Andre Bottura

Muito interessante a pergunta amigo. Creio que não, pois nesses casos impera a soberania estatal, fundada na proteção da coletividade, em detrimento do estrangeiro irregular. Importante ressaltar, no entanto, que a prisão não poderá ser requisitada de maneira arbitrária, devendo ao meu ver, ser fundada em indícios seguros da autoria e materialidade do delito cometido. Outra observação, a prisão tem fins estritos de deportação, extradição e expulsão, não sendo cabível em qualquer outras hipóteses. Ademais, todos os princípios da constituição federal, no que se refere à dignidade humana e outros devem ser respeitados.

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Edson Eduardo Aguiar Avelar

Valeu meu caro amigo,,grande abraço

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Aléxia Kílaris

Antigamente, havia entendimento sumulado do STF no sentido de que a prisão administrativa do estrangeiro em processo de extradição poderia ser substituída por liberdade vigiada:

Súmula 2

Concede-se liberdade vigiada ao extraditando que estiver prêso por prazo superior a sessenta dias.

Ocorre que a súmula foi superada pelo seguinte julgado do STF, de 2009:

  Superação da Súmula 2 do Supremo Tribunal Federal


A prisão do súdito estrangeiro constitui pressuposto indispensável ao regular processamento da ação de extradição passiva, sendo-lhe inaplicáveis, para efeito de sua válida decretação, os pressupostos e os fundamentos referidos no artigo 312 do CPP. A privação cautelar da liberdade individual do extraditando deve perdurar até o julgamento final, pelo Supremo Tribunal Federal, do pedido de extradição, vedada, em regra, a adoção de meios alternativos que a substituam, como a prisão domiciliar, a prisão-albergue ou a liberdade vigiada (Lei 6.815/1980, artigo 84, parágrafo único). (...) A prisão cautelar, para efeitos extradicionais, reveste-se de plena legitimidade constitucional. A norma legal que prevê essa medida cautelar de ordem pessoal (Lei 6.815/1980, artigo 82) foi recebida pela vigente Constituição da República. Precedentes. Insubsistência da Súmula 2 do STF. O enunciado inscrito na Súmula 2 do STF já não mais prevalece em nosso sistema de direito positivo, desde a revogação, pelo DL 941/1969 (artigo 95, §1º), do artigo 9º do Decreto-lei 394/1938, sob cuja égide foi editada a formulação sumular em questão.
[Ext 1.121 AgR, rel. min. Celso de Mello, P, j. 4-9-2008, DJE 71 de 17-4-2009.]

 

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