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A Sra. Maria e o Sr. Carlos casaram-se no regime da comunhão parcial de bens. Durante o
casamento, no dia 12 de setembro de 2008, o Sr. Carlos firmou um instrumento particular de
contrato de compromisso de compra e venda de imóvel rural, irrevogável e irretratável, a fim
de que pudesse adquirir uma propriedade rural situada na comarca de Avaré (SP),
denominada Sítio Esmeralda. Havendo constado no contrato o nome da Sra. Maria como
esposa do comprador.
Posteriormente, no dia 06/04/2014, foi ajuizada ação de divórcio litigioso nº 1000/2014 pelo Sr.
Carlos, que tramita perante a 1ª Vara Cível da Comarca de Avaré (SP).
Nos mesmos autos da ação de divórcio foi pleiteada a partilha dos bens do casal e a dispensa
do direito recíproco de alimentos entre eles. Nada tendo sido mencionado na petição inicial
sobre a partilha do imóvel rural denominado Sítio Esmeralda, apenas tendo sido apresentados
outros bens do casal: um automóvel GOL Volkswagen ano 2010 com placa XXXX e uma casa
na Rua das Flores, nº 100, no centro do município de Avaré/SP.
Devidamente citada nos autos da ação de divórcio, a Sra. Maria disse em defesa que não se
opunha à decretação do divórcio, mas fez consignar a informação de que a petição inicial
do Sr. Marcos estava omissa, pois faltava a partilha do Sítio Esmeralda.
No dia 27 de fevereiro de 2010, antes mesmo da propositura da ação judicial de divórcio,
quando estavam apenas separados de fato, foi lavrada escritura pública de venda e compra
do Sítio Esmeralda, ocasião na qual o Sr. Marcos levou a Sra. Maria para que a lavratura fosse
feita perante o Tabelionato de Notas de Itaí (SP), município vizinho ao município de Avaré (SP),
sendo que os compradores residiam em Avaré (SP) e o sítio objeto da escritura está situado na
mesma cidade de Avaré (SP), porém na época a Sra. Maria não suspeitou da estranha
solicitação feita pelo Sr. Marcos para a lavratura da escritura pública em outro município, até
mesmo em razão do seu pouco conhecimento sobre a matéria notarial.
Na ocasião da lavratura da escritura pública de venda e compra do Sítio Esmeralda,
compareceram à sede do Cartório os vendedores do imóvel rural, Sr. Cid e sua mulher Sra.
Cida, bem como os compradores Sr. Carlos e sua esposa Sra. Maria. Todos compareceram
pessoalmente perante a Tabeliã de Notas de Itaí (SP), Sra. Nazaré. Sem testemunhas.
Assim, por ocasião da lavratura da escritura pública de venda e compra, a Sra. Maria apenas
acompanhou a formalização do negócio, sem que houvesse feito qualquer manifestação de
vontade no sentido de que cedia seus direitos aquisitivos ao Sr. Carlos, e nem mesmo
manifestou vontade declarando que havia recebido integralmente o valor de R$ 291.400,00
(duzentos e noventa e um mil e quatrocentos reais) do Sr. Carlos, como pagamento por
cessão de direitos aquisitivos.
Quando da leitura da escritura de venda e compra pela Tabeliã, Sra. Nazaré, não constou
nenhuma cessão ou declaração de recebimento da quantia de R$ 291.400,00 (duzentos e
noventa e um mil e quatrocentos reais), pelo contrário, constou apenas a aquisição do imóvel
pelos compradores, conforme já constava no instrumento particular e, a partir de então, com
a lavratura da escritura realizou-se o registro da venda e compra perante o Cartório de
Registro de Imóveis.
Posteriormente, em razão da ação de divórcio, verificando a não apresentação do imóvel
rural na partilha de bens do casal, a Sra. Maria requereu ao Sr. Carlos a apresentação nos
autos da escritura pública de venda e compra do Sítio Esmeralda, e surpreendeu-se com a
existência de uma cessão de direitos por parte dela ao Sr. Carlos no conteúdo da escritura,
caracterizando vício jurídico no documento público, pois constou no documento público que
a Sra. Maria cedeu seus direitos aquisitivos ao Sr. Carlos mediante retribuição pecuniária no
valor de R$ 291.400,00 (duzentos e noventa e um mil e quatrocentos reais), inverdades que
não correspondem à verdade dos fatos.
Houve dolo, fraude e simulação na lavratura da escritura pública de venda e compra
apresentada pelo Sr. Carlos nos autos da ação de divórcio, pois a Sra. Maria não fez a cessão
de seus direitos aquisitivos ao Sr. Carlos e nem mesmo recebeu qualquer quantia em dinheiro
pela mentirosa cessão de direitos.
Imagina-se, a princípio, que exista um conluio entre o Sr. Carlos e a Tabeliã de Notas de Itaí
(SP), cabendo dizer que o documento público de venda e compra possui inverdades em seu
conteúdo e foi lavrado com base no manto da fé pública, inerente aos documentos públicos,
nenhuma outra explicação além do conluio até o presente momento foi encontrada para a
apresentação de um documento com graves inverdades.
A Sra. Maria vem passando por graves abalos emocionais em razão do fraudulento
documento público apresentado em juízo, inclusive está sob tratamento médico tendo sido
diagnosticada com depressão, o que está lhe acarretando enormes prejuízos financeiros com
medicamentos e consultas médicas.
A versão da Sra. Maria para os fatos é a seguinte: em um sábado pela manhã, dia 27 de
fevereiro de 2010, o Sr. Carlos lhe disse que a respeito do contrato particular de aquisição do
imóvel, necessitaria passar a escritura pública em nome deles para posterior registro no
Cartório de Imóveis e, ainda, que a escritura pública seria passada na cidade de Itaí (SP) e
não em Avaré (SP), então, como ela era legítima proprietária do bem lhe interessava na
época regularizar a documentação, ainda porque já estava separada de fato do Sr. Carlos
fazia 6 meses, por isso acompanhou o Sr. Carlos no mesmo dia, em um sábado, ao Cartório de
Notas de Itaí (SP), sem presença de testemunhas, e quando da leitura da escritura pública
constava apenas e tão somente a venda dos antigos proprietários em favor do Sr. Carlos e a
ela, não havendo cláusula de cessão e muito menos quitação e recebimento de valores por
parte dela, então, obviamente que por ocasião da lavratura da escritura pública de venda e
compra não havia no documento a parte que menciona a cessão de direitos aquisitivos por
ela, bem como não havia no documento público lido pela Tabeliã qualquer menção ao
recebimento de vultosa quantia pela cessão; ela alega que somente assinou a última página
do documento público e não rubricou as demais páginas, sendo que a cessão de direitos e o
recebimento de valores somente constou em página anterior àquela da assinatura.
A Sra. Maria tem diversos documentos (documentos e extratos de contas bancárias,
declaração de imposto de renda e declarações de bens) que comprovam que ela nunca
recebeu qualquer quantia do Sr. Carlos, ao contrário do que constou na escritura pública,
ainda porque se houvesse recebido não estaria em situação financeira tão difícil sobrevivendo
com pouco mais de 2 (dois) salários mínimos mensais, valor que recebe pelo exercício da
profissão de professora da rede de ensino público estadual.
Pela verificação dos documentos pode-se constatar que a Sra. Maria tem empréstimo
consignado em sua folha de pagamento em valor próximo a quantia de R$ 550,00 (quinhentos
e cinquenta reais), em razão do financiamento de uma moto Yamaha ano 2013 para a sua
filha mais velha, sendo um constrangimento pelo qual não passaria se houvesse recebido a
significativa quantia mencionada na escritura.
Assim, na condição de advogado (a) da Sra. Maria, faça uma análise do caso acima,
encontrando uma solução jurídica para o problema da Sra. Maria, inclusive devendo
mencionar todos os fundamentos de direito (legislação, doutrina e jurisprudência) que
respaldam os direitos da sua cliente:

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Luciane Silva