Uma mulher com compulsão sexual, já comprovada e em tratamento pelos médicos, acaba abordando um homem na rua, não informa de sua patologia, e o convence a ter com ela relações em lugar ermo em uma rua deserta, logo após o fato a família desta mulher fica sabendo através de filmagens e aciona o MP para impetrar ação de estupro de vulneral no no 217-A do CP
Diante do quadro em tela, pode-se afirmar ou não a legitimidade deste caso? já que o Estupro de Vunerável é, em seu § 1o Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com alguém que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência. Já que este homem não poderia ser enquadrado em pratica de ato libidinoso, e assim ter o in dubio pro reo como resolver este caso justamente sem que alguém inocente pague para isto? Já que se o enquadrarmos em estupro ele vai ter uma pena de 6 a 10 anos e se for enquadrado em estupro de vuneravél ele vai ter uma pena aumentada e pode ter de 8 a 15 anos?
Como o Eduardo bem colocou, o fato se torna atípico por não ser do conhecimento do homem a vulnerabilidade da vítima.
Para ser considerado como estupro de vulnerável, além do agente comenter a conduta descrita no tipo penal a sua ação tem que ser DOLOSA, o crime em tela não adimite a modalide culposa.
Não há que se falar em responsabilização do suposto infrato, pois não sabia que a mulher tinha tal condição, este poderá alegar ERRO de TIPO (artigo 20 CP- O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo), logo não irá responder por nada, nem estupro (a relação foi consentida), nem estupro de vulnerável.
O mesmo ocorreria se um homem mantivesse relação sexual com menor de 14, sendo que a menor afirmou ter 16 anos. O desconhecimento da real idade da vítima incidiria sobre erro de tipo.
Espero ter ajudo de alguma forma.
Att. Nycole.
As duas respostas acima descrevem bem minha opinião, justamente por não conhecer da enfermidade e da condição da vítima o agente não pode ser responsabilizado tendo em vista que faz-se necessária a conduta dolosa para que o tipo penal se qualifique. Assemelha-se aos casos em que o agente fere alguém com hemofilia que morre, se ele não sabia da condição da vítima somente responderá pelos danos que causou com a intenção de causá-los, se a vítima não tinha a condição de vulnerável aparente e não o informou disso, não há o que se falar em responsabiliza-lo por tal conduta.
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