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No que consiste a atipicidade material de conduta?

💡 2 Respostas

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Esther Dolabella

O fato típico objetivo, assim, é composto da tipicidade formal + tipicidade material ou normativa (com dois momentos valorativos distintos, como vimos) [1].

A ausência de qualquer um desses requisitos implica naturalmente na atipicidade do fato, que pode ser formal ou material (tudo conforme a natureza do requisito faltante). A ausência de uma conduta humana voluntária, por exemplo, exclui a tipicidade objetiva formal. A criação de um risco permitido (lesão esportiva dentro das regras do jogo, v. G.), de outro lado, constitui exemplo de uma atipicidade objetiva material. Também a insignificância revela a atipicidade material do fato.

No plano formal (da tipicidade objetiva) devem ser constatados: (a) a conduta, (b) o resultado naturalístico (nos crimes materiais), (c) o nexo de causalidade e (d) a adequação típica (do fato à letra da lei).

No plano material (da tipicidade objetiva) o primeiro juízo valorativo recai sobre a conduta (e isso é feito de acordo com o critério da imputação objetiva de Roxin: criação ou incremento de risco proibido relevante). O segundo juízo valorativo incide sobre a ofensa ao bem jurídico (que é o resultado jurídico), que deve ser: (a) concreto, (b) transcendental, (c) não insignificante, (d) intolerável, (e) objetivamente imputável ao risco criado e (f) que esteja no âmbito de proteção da norma.

Na sua configuração mais completa, como se vê, onze (no total) são as exigências da tipicidade objetiva (quatro formais e sete materiais). Um desses requisitos da tipicidade objetiva material está vinculado com a valoração da conduta, enquanto outros seis dizem respeito à valoração do resultado jurídico.

1 Em sentido quase inteiramente coincidente cf. GRECO, Rogério, Curso de direito penal-PG, 2ª ed., Rio de Janeiro: Impetus, 2002, p. 176. Mescla o autor critérios de tipicidade material com a tipicidade conglobante de ZAFFARONI. Tudo isso pode ser estudado separadamente (como veremos mais abaixo na teoria da imputação objetiva).

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Estudante PD

A atipicidade material acontece quando a conduta do indivíduo, em tese viola uma norma jurídica (tipicidade formal), porém, a lesão do bem jurídico foi mínimo podendo ser aplicado o princípio da insignificância. 

O princípio da bagatela ou da insignificância menciona que quando o bem jurídico lesionado for ínfimo para o direito penal haverá a atipicidade material da conduta do agente, mesmo que haja tipicidade formal, isto é, mesmo que a conduta do agente se enquadre em algum tipo penal (tipicidade formal) o fato cometido não tem relevância para o direito penal (tipicidade material). O Supremo Tribunal Federal menciona que para haver a aplicação do princípio da insignificância o agente criminoso deverá preencher os seguintes requisitos: 1 - a mínima ofensividade da conduta do agente; 2 - a nenhuma periculosidade social da ação; 3 -  o reduzidíssimo grau de reprovabilidade do comportamento; 4 - a inexpressividade da lesão jurídica provocada.

É bom lembrar que com a súmula 599 do Superior Tribunal de Justiça não se aplica esse princípio aos crimes contra a administração pública. 

Desse modo, quando há atipicidade material não há crime. 

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