Supressio o fenômeno da perda, supressão, de determinada faculdade jurídica pelo decurso do tempo.Um exemplo citado por referidos doutrinadores é o art. 330 do Código Civil, que diz: “O pagamento reiteradamente feito em outro local faz presumir renúncia do credor relativamente ao previsto no contrato”. Nesse contexto, a inércia do credor, por não constituir em mora o devedor (art. 394 do CC), gera a expectativa neste de que pode efetuar os pagamentos sucessivos no lugar em que vem sendo realizado, perdendo o credor o direito de exigir o pagamento no local pactuado. Suprime-se, portanto, a cláusula contratual que estabelecera determinado local de pagamento. Já a surrectio, ao invés, consiste na ampliação do conteúdo do negócio jurídico, tendo em conta o comportamento de uma das partes que gera, na outra, o sentimento da existência de um direito não expressamente avençado. Uma visão de relação social entre as partes, observando-se notadamente a forma como o negócio jurídico vem sendo conduzido.
A supressio e a surrectio são duas faces da mesma moeda e decorrem do princípio da boa-fé objetiva:
Supressio é a perda da faculdade de exercer determinado direito em razão da inércia de seu exercício por longo tempo. É que as demais pessoas deixam de confiar no seu exercício, não podendo ser supreendidas.
Surrectio é o surgimento de um direito para a outra parte que, em razão da inércia daquela primeira, passa a titularizar o direito de opor o exercício de determinada faculdade, perdida em razão da supressio.
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