Os negócios jurídicos alcançam sua plenitude quando obedecidas todas as regras acerca dos seus elementos de constituição.
Para analisar esses elementos, Pontes de Miranda desenvolveu a denominada ESCADA PONTEANA, dividindo os elementos de constituição dos negócios jurídicos em três "DEGRAUS", que se convencionou chamar de "planos".
Assim, seguindo a Escada Ponteana, temos o seguinte:
a) PLANO DA EXISTÊNCIA
Verificam-se a presença dos elementos essenciais, ou pressupostos de existência. Os negócios jurídicos somente podem ser considerados como tais se reconhecida sua existência, isto é, se cumpridos os mínimos requisitos legais para sua formação.
Desse modo, somente estaremos diante de um negócio juídico, ainda que em sentido amplo, se estiverem satisfeitos, isto é, presentes, de forma cumulativa, os requisitos da manifestação de vontade, partes ou agentes que emitam essa vontade, objeto e forma.
b) PLANO DA VALIDADE
Aqui, verifica-se se os elementos de existência se coadunam aos elementos adjetivos, sob pena de nulidade ou de anulabilidade, a depender do caso.
CC/02, art. 104. A validade do negócio jurídico requer:
I - agente capaz;
II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
III - forma prescrita ou não defesa em lei.
b.1: para ser válida, a declaração de vontade não pode ser viciada, devenso der livre e de boa-fé de malícia, deve ser livre e de boa-fé;
b.2: em relação ao agente, há de se verificar sua capacidade de exercício dos atos da vida civil, bem como sua legitimidade para firmar o negócio.
b3: quanto ao objeto, este deve ser lícito, possível e determinado, ou pelo menos determinável, de modo a não contrariar não só a lei, como tambem os costumes, a boa-fé, a função social e a ordem pública.
b4: no que tange à forma pela qual o negócio ganha corpo, esta é, em regra, livre, salvo quando a lei disposer forma específica, nos termos do art. 107, CC:
Art. 107. A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir.
c) PLANO DA EFICÁCIA
Por fim, deve-se verificar os efeitos que o negócio produzirá, de modo a dosar a sua repercussão jurídica, sendo certo que os efeitos podem ser mitigados diante de elementos acidentais, como a condição, o termo, o modo e o encargo.
Vale ainda assinalar as regras mais importantes de toda a Escada Ponteana: só se fala em validade se confirmada a existência do negócio. De igual modo, somente produzem efeitos negócios válidos e, via de consequência, juridicamente existentes. Ou seja, há uma ordem obrigatória a ser observada: existência ---> validade ---> eficácia.
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Direito Civil I
•Universidade de Vassouras
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