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Qual a medida judicial adequada ao caso em tela?

Mário possuía uma dívida referente a um empréstimo (mútuo) verbalmente acordado com André no valor de 30 mil reais. Após muita negociação, Mário comprometeu-se a pagá-la a partir do mês subsequente. Por cautela, os advogados das partes elaboraram instrumento particular para formalizar a transação, minuta que foi devidamente assinada por todos os envolvidos e duas testemunhas. Apesar do acordo entabulado, o débito não foi pago no vencimento. Assim, André ajuizou execução de título extrajudicial em face de Mário. Regularmente citado, Mário não efetuou o pagamento no prazo legal, tão pouco apresentou qualquer defesa, tendo sido penhorado um veículo de sua propriedade no importe de 35 mil reais. Tal ato fora regularmente averbado no Detran. Apesar disso, dias após, Mário vendeu referido veículo ao seu cunhado (Pedro), que levou o carro para sua cidade. Na qualidade de advogado de André, informe ao cliente qual a medida judicial adequada ao caso em tela, salientando ainda qual o meio processual adequado para tal alegação e as consequências jurídicas do pedido. Fundamente sua reposta no CPC/15. 

💡 1 Resposta

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Andressa Martins

O caso se trata de Fraude à Execução, tendo em vista o disposto do art. 828, parágrafo 4° do CPC: “presume-se em fraude de execução a alienação ou a oneração de bens efetuada após a averbação”. A averbação permite visa evitar que um terceiro adquirente alegue seu desconhecimento sobre a penhora do carro numa ação que está em tramite legal, logo, o negócio feito entre Mário e Pedro será ineficaz para André, segundo art. 792, parágrafo 1° do CPC/15, fato que lhe dará o direito de sequela, bem como os incisos I e II do art. 792 do CPC. A princípio, a medida correta a ser tomada é o envio ao juiz de um peticionamento alegando a fraude à execução, pois só será considerado Fraude à Execução depois que o juiz intimar o terceiro (Pedro) para que o mesmo tenha chance de se manifestar num prazo de 15 dias. Pelo fato da penhora do bem móvel ter sido regularmente averbada, então entende-se que o terceiro agiu de má fé para prejudicar o credor e causa, o que também deverá ser provado para que seja considerado o Fraude à execução, vide Súmula 375 do STJ.

Cabe ação de execução de título executivo extrajudicial, por se tratar de inadimplemento de crédito de uma locação de um imóvel devidamente documentado, assim como de demais encargos acessórios, conforme exposto nos artigos 783, caput e 784, VIII do CPC/15. Dito isto, também será possível pleitear a penhora do imóvel da fiadora Dilma, pois mesmo se tratando de bem de família, se trata de uma exceção da lei onde diz ser oponível nos casos em que por obrigação decorrente de fiança concedida em contrato de locação, conforme exposto no art. 3°, caput, inciso VII da Lei 8.009/90 e Súmula 549 do STJ. Porém, vale ressaltar que a fiadora pode exigir que primeiro sejam executados os bens do devedor de forma minuciosa, para então o bem dela vir a ser alvo na ação proposta, conforme art. 794 do CPC.


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