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Devido a que a modernidade se deu?

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Bruno Lucio

Em sintese por questoes política, economica e cultural. O correu com após a crise do feuldalismo seculo XV.

Breve resumo: Final da Idade Média, Século XV, quando o sistema feudal começou a ruir. Isto foi ocasionado devido a uma série de fatores políticos, sociais, religiosos e os avanços no setor agrícola, como a invenção do moinho hidráulico, que facilitava a irrigação, e a atrelagem dos bois nas carroças, o que possibilitou viagens com mais carga e, consequentemente, aumento na produção. A partir disto, as terras dos feudos passaram a ficar pequenas demais para uma população que só tendia a crescer. Os habitantes dessas áreas rurais queriam expandir o comércio e lucrar mais através da produtividade. Assim, os artesãos e comerciantes concentraram-se próximos aos castelos, igrejas e mosteiros, desenvolvendo a atividade comercial. Observa-se que havia paralelamente outras formas de trabalho nas cidades, além da servidão, tais como as atividades comerciais e o artesanato. O artesanato tinha uma organização rígida baseada nas corporações de ofício, cujo havia um mestre que controlava o trabalho de todos e encarregava-se de pagar os direitos ao rei ou ao senhor feudal e de fazer respeitar todos os compromissos com a corporação , que não só a serviu naquela época. Essas pequenas concentrações deram origem aos primeiros burgos. Vejam que começa ocorrer uma mudança no processo de trabalho por um sistema que troca a força de seu trabalho, por um valor monetário.

O desenvolvimento dos centros urbanos, provocou a saída das pessoas da zona rural em direção às cidades. Este êxodo rural pressionou os nobres no campo a afrouxarem suas exigências servis, levando, ao longo do tempo, uma parcela dos senhores feudais a trocarem as obrigações servis, por dinheiro, ao arrendarem suas terras a outras pessoas, permitindo assim uma mercantilização no campo. O aumento da circulação das moedas, principalmente nas cidades desarticulou o sistema de trocas de mercadorias, característica principal do feudalismo a partir do século XII. Muitos servos passaram a comprar sua liberdade ou fugir, atraídos por oportunidades de trabalhos assalariados nos centros urbanos.

O renascimento comercial foi impulsionado principalmente, pelas Cruzadas e estas Cruzadas proporcionaram o contato da Europa com o Oriente, quebrando com isto o isolamento do sistema feudal existente. Várias foram as transformações na Europa que contribuíram para a crise do sistema feudal levando a sociedade a um novo rumo, político, econômico e cultural. Assim surgiu uma nova classe social, a burguesia que passou a dominar o comércio e ter um alto poder econômico, retirando ao pucos o poder dos senhores feudais. Sem falar que com o aumento dos impostos, proporcionados pelo desenvolvimento comercial, os reis passaram a contratar exércitos profissionais, pagando os soldados em moeda e isto desarticulou o sistema de vassalagem, típico do feudalismo. No final do século XV, o feudalismo encontrava-se desarticulado e enfraquecido. Os senhores feudais perderam poder econômico e político. Começava a surgir as bases de um novo sistema, o capitalismo.

A partir dos séculos seguintes os comerciantes e industrários que haviam acumulado riquezas passaram a financiar, organizar e coordenar a produção de mercadorias, definindo o que produzir e em que quantidade. Como vimos, constituem aspectos fundamentais desse mundo moderno os processos de formação dos Estados Nacionais e do absolutismo real; o Renascimento Cultural e as reformas religiosa; a expansão do comércio e das manufaturas e a formação de impérios coloniais europeus com a expansão marítima. Assim, na chamada Idade Moderna, coexistiram permanências do mundo medieval e elementos que formaram as bases do sistema capitalista.

Para alguns historiadores, a Idade Moderna foi um grande período de transição do mundo medieval feudal para o mundo capitalista e burguês, o qual se inaugurou no final do século XVIII e início o século XIX. A história nos mostra que a associação entre trabalho e salário é relativamente recente, tendo se configurado no cenário da revolução industrial.

A Revolução Industrial foi iniciada de maneira pioneira na Inglaterra, a partir da segunda metade do século XVIII e atribui-se esse pioneirismo à Inglaterra, pelo fato de que foi lá que surgiu a primeira máquina a vapor, em 1698, construída por Thomas Newcomen e aperfeiçoada por James Watt, em 1765. O historiador Eric Hobsbawm, inclusive, acredita que a Revolução Industrial só foi iniciada de fato na década de 1780. A revolução Industrial também gerou grandes transformações no modo de produção de mercadorias. Antes do surgimento da indústria, a produção acontecia pelo modo de produção manufatureiro, isto é, um modo de produção manual que utilizava a capacidade artesanal daquele que produzia. Vejam aqui que o trabalho era manual e o trabalhador colocava a mão na massa e recebia um valor monetário, pelo que produzia, até que a manufatura foi substituída pela maquinofatura. Com a maquinofatura não era mais necessária a utilização de vários trabalhadores especializados para produzir uma mercadoria, pois uma pessoa manuseando as máquinas conseguiria fazer todo o processo sozinha. Com isso, o salário do trabalhador despencou, uma vez que não eram mais necessários funcionários com habilidades manuais. Isso é evidenciado pela estatística trazida por Eric Hobsbawm que mostra como o salário do trabalhador inglês caiu com o surgimento da indústria. O exemplo levantado foi Bolton, cidade no oeste da Inglaterra. Lá, em 1795, um artesão ganhava 33 shillings, mas em 1815, o valor pago havia caído para 14 shillings e, entre 1829 e 1834, esse salário havia despencado para quase 6 shillings. Percebemos aqui uma queda brusca no salário e esse processo deu-se em toda a Inglaterra.

Além do baixo salário, os trabalhadores eram obrigados a lidar com uma carga de trabalho extenuante. Nas indústrias inglesas do período da Revolução Industrial, a jornada diária de trabalho costumava ser de até 16 horas com apenas 30 minutos de pausa para o almoço. Os trabalhadores que não aguentassem a jornada eram sumariamente substituídos por outros. Notem que embora o trabalhador tinha um salário, livre mas suas condições de trabalho eram precárias, subumanas. Além disso, não havia nenhum tipo de segurança para os trabalhadores e constantemente acidentes aconteciam. O acidente mais comum era quando os trabalhadores tinham seus dedos presos na máquina e muitos os perdiam. Os trabalhadores que se afastavam por problemas de saúde poderiam ser demitidos e não recebiam seu salário. Só eram pagos os funcionários que trabalhavam efetivamente.

Karl Marx é um dos maiores teóricos que trabalhou com os problemas e as questões relacionadas às relações do trabalho, do capital e do trabalhador. Para Marx, existe uma diferença histórica nas relações de produção capitalistas e nas relações de produção pré-capitalistas, sendo que a primeira se caracteriza pela impessoalidade do trabalhador com o que produz, enquanto que na segunda o produto do trabalho estava intimamente associado ao trabalhador. Essa diferença, segundo Marx, é a que rege as relações de trabalho dentro de uma sociedade capitalista, na qual o trabalhador que não dispõem dos meios de produção para produzir o que necessita para sobreviver passa a vender a única “mercadoria” que tem: sua força de trabalho. O trabalho assalariado da sociedade pós-revolução industrial se diferencia do trabalho em sociedades pré-capitalistas na relação do trabalhador com o seu trabalho, ou do fruto do seu trabalho. Enquanto o servo de um senhor feudal trabalhava a terra de forma a produzir diretamente o seu sustento, cedendo parte da produção ao senhor como forma de tributo, o trabalhador assalariado trabalha em função de uma moeda, para só então poder ter contato com seu sustento. Marx afirma que essa “coisificação” da força de trabalho – a transformação do trabalho em um objeto que passa a ter valor monetário agregado – é o que possibilita a exploração, ou a alienação, do trabalhador e de sua força de trabalho pelo capitalista detentor dos meios de produção.



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