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Apresente e explique quais são os "quatro degraus" da Consciência Histórica?

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Gabriely Silva Zeferino

Um primeiro nível de consciência pode ser exemplificado pelo mito do “eterno retorno”, onde a história se apresenta como cíclica, repetindo no presente condições do passado; ou ainda, são as ideias acerca de progresso ou decadência, que obriga o indivíduo ou sociedades a olharem sempre para o passado em busca de um elemento passível de comparação.
Um segundo nível se desenvolve na participação dos indivíduos nos afazeres do mundo. A militância política, seja ela nacionalista ou socialista (e daí a consciência nacional ou consciência social) e o feminismo (pela liberação e igualdade dos sexos), são representativos desse segundo nível.
Um terceiro nível ocorre da relação entre o imaginário e o conhecimento do passado. Os romances históricos, a TV e o cinema contribuem na exploração deste nível, uma vez que o que eles produzem são ficção e não a reprodução do real, ou seja, da verdade tal como concebemos na epistemologia. Compõem ainda este nível, a “história-espetáculo”, os grupos de folclore que reproduzem a história regional, os participantes de eventos como batalha campal, que reconstituem armas, vestimentas e armaduras militares de outras épocas e também os monumentos patrimoniais.
O quarto nível de consciência histórica é a dos filósofos que questionam as formas. Seus questionamentos nos levam a perceber que as coisas que fazemos no presente, com as intenções (motivações, inspirações) que são as nossas, nos conduzem a resultados que são imprevisíveis, estranhos ou inacessíveis ao nosso espírito. Um exemplo disso é dado por Gibbon, em sua Autobiografia: da observação de uma procissão católica diante de um templo romano dedicado a Júpiter, surgiu-lhe o questionamento: os romanos poderiam conceber, algum dia, que o templo erigido a Júpiter, serviria, no futuro, para celebrar uma missa católica? Este questionamento, revolucionário em si, demonstra o nosso desconhecimento acerca das consequências de nossas ações.
Por fim, um quinto nível de consciência histórica poderia ser qualificado como o sentimento trágico da história. Vivemos um sentimento de inquietante estranheza quando viramos as páginas de um livro de história, como se nosso mundo atual escapasse, para sempre, destas páginas que listam tantos sofrimentos dos homens e mulheres do passado. Somos, portanto, incapazes de pensar que tais eventos traumáticos poderiam afetar a nós e ao nosso redor. Vivemos nossa história como que projetados para seu exterior, de onde esta tendência em considerar espaço-tempo não passassem de exotismos temporais.
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