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Qual a gênese das bulhas e sopros cardíacos?

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Catarina Viterbo

Bulhas cardíacas:

  • Primeira bulha (B1): fechamento da valva mitral e tricúspide, o componente mitral antecedendo o tricúspide. Coincide com o ictus cordis e o pulso carotídeo. É mais grave e tem duração um pouco maior que a 2ª bulha. O som pode ser representado por “TUM”.
  • Segunda bulha (B2): é constituído por 4 grupos de vibrações, porém só são audíveis as originadas pelo fechamento das valvas aórtica e pulmonar. Ouve-se o componente aórtico em toda região precordial (principalmente foco aórtico), enquanto o ruído da pulmonar é auscultado em uma área limitada (foco pulmonar). Durante a expiração as duas valvas fecham dando origem ao som representado por “TA”. Na inspiração, devido ao prolongamento da sístole ventricular (maior afluxo de sangue), o componente pulmonar sofre um retardamento, sendo possível perceber os 2 componentes. Esse fenômeno é chamado de desdobramento fisiológico da 2ª bulha que pode ser auscultado como “TLA”.
  • Terceira bulha (B3): é um ruído protodiastólico de baixa frequencia que se origina da vibração da parede ventricular distendida pela corrente sanguínea que penetra na cavidade durante o enchimento ventricular rápido. É mais audível na área mitral com o paciente em decúbito lateral esquerdo. Pode ser representada por “TU”.
  • Quarta bulha (B4): ruído débil que ocorre no fim da diástole ou pré-sístole e pode ser ouvida mais raramente em crianças e adultos jovens normais. Sua gênese não está completamente esclarecida, mas acredita-se que seja originada pela brusca desaceleração do fluxo sanguíneo na contração atrial em encontro com o sangue no interior do ventrículo, no final da diástole.

Sopros na semiologia cardiovascular

Produzidos por vibrações decorrentes de alterações do fluxo sanguíneo, que em condições patológicas adota um caráter turbilhonar, deixando de ser laminar, surgindo ruídos denominados sopros.

Os sopros podem surgir dos seguintes mecanismos:

  • aumento da velocidade da corrente sanguínea (exercício físico, hipertireoidismo, febre);
  • diminuição da viscosidade sanguínea (anemia);
  • passagem do sangue por uma passagem estreita (estenoses);
  • passagem do sangue por zona dilatada (aneurismas).

Os seguintes aspectos do sopro devem ser avaliados:

  • Situação do sopro no ciclo cardíaco: sistólico, diastólico, sistodiastólicos ou contínuos;
  • Localização: qual foco de ausculta o sopro é mais audível
  • Irradiação: deslocar o estetoscópio em várias direções para identificar irradiação.
  • Intensidade: avaliação subjetiva, feita em graduação (+ a ++++)
  • Timbre e tonalidade: “qualidade do sopro”; pode ser suave, rude, musical, em jato, piante, ruflar.

Uma das mais importantes aplicações da avaliação dos sopros cardíacos é na suspeita diagnóstica de acometimento valvar (estenose mitral ou aórtica, insuficiência mitral ou aórtica). Na tabela abaixo estão descritas as características dos sopros encontrados em cada condição:

  • Insuficiência aórtica Sopro diastólico; melhor audível no foco aórtico acessório
  • Estenose aórtica Sopro sistólico de ejeção; localizado no foco aórtico
  • Insuficiência mitral Sopro sistólico de regurgitação no foco mitral
  • Estenose mitral Sopro diastólico com estalido, melhor audível em decúbito lateral esquerdo



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